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FAMILIARIS CONSORTIO

MISSÃO DA FAMÍLIA CRISTÃ NO MUNDO DE HOJE

INTRODUÇÃO

Em meio a tantas transformações sociais e culturais, profundas e rápidas, muitas famílias ainda resguardam os valores fundamentais à instituição familiar. Todavia tantas outras estão confusas em relação aos seus deveres e ao sentido último da verdade da vida conjugal e familiar. A Igreja quer, pois, ajudar aos que procuram viver fielmente o valor do matrimônio, sustentando-os e iluminando a cada homem que trilha os caminhos do matrimônio e da família.
Preocupa-se particularmente com os jovens que iniciam a seu caminho para o matrimônio e com a família, mostrando-lhes novas perspectivas na descoberta da beleza e da grandeza da vocação ao serviço da vida e ao amor. A comunidade cristã (família) é verdadeiramente a primeira chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana e levá-la, mediante a catequese e a educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã.
Enquanto comunidade educativa, a família deve ajuda a o homem a discernir a própria vocação e a assumir o empenho necessário para que haja mais justiça, formando-o, desde o início, para relações interpessoais inspiradas na justiça e no amor. Enfim, a família é chamada a redescobrir sua identidade própria e a desenvolver na história as tarefas que brotam do seu próprio ser. Ela representa a Aliança entre Deus e os homens definitivamente realizados na Nova e Eterna Aliança no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo, Filho-Verbo, Encarnado na história. A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Familiaris Consortio de João Paulo II trata, pois, da missão da família no mundo contemporâneo.

 LUZES E SOMBRAS

Iluminada pela fé, a Igreja sente mais uma vez a necessidade de anunciar o evangelho a todos, indistintamente de modo especial a todos os que são chamados ao matrimônio ou aos que para ele se preparam. Só no acolhimento do Evangelho se dá a plena realização da esperança que o homem depõe legitimamente no matrimônio e na família.
O matrimônio e a família são interiormente ordenados a complementarem-se em Cristo e têm necessidade de sua graça para serem curados da ferida do pecado e conduzidos ao pleno conhecimento de Deus e à realização do desígnio de Deus. Nos tempos hodiernos a família recebe constantes investidas, tentativas de deformar e desestruturar o “modelo institucional” inspirado pelo próprio Deus e usado Poe Ele mesmo como modelo. Ele quis que seu Filho nascesse em meio ao aconchego de uma família, nela crescesse e dela absorvesse os valores e exemplos necessários para a formação do caráter da pessoa humana.
O conhecimento das situações em que o matrimônio e a família se encontram hoje é uma exigência indispensável para a evangelização. É na existência cotidiana da família que a Igreja deve levar o “imutável e sempre novo Evangelho de Jesus Cristo. Elas, por sua vez, são chamadas a acolher e viver este projeto de Deus. Todavia, constantemente são oferecidas ao homem e a mulher de hoje visões e propostas sedutoras, entretanto que comprometem a verdade e a dignidade da pessoa humana. Muitos se empenham na defesa da verdade pela preservação da pessoa humana. A Igreja une-se a estas, oferecendo-lhes seu serviço em favor da verdade, da liberdade e da dignidade de cada homem e de cada mulher.

O discernimento evangélico
            A Igreja evangelicamente orienta que se salvaguarde e se realize a inteira verdade e a plena dignidade do matrimônio e da família. Ela não realiza o discernimento evangélico só por meio dos Pastores, mas também por meio dos leigos. Estes, em razão de sua vocação particular, têm o dever específico de interpretar à luz de Cristo a história deste mundo, enquanto chamados a iluminar as realidades temporais segundo o desígnio de Deus.
            Seguindo a Cristo, a Igreja procura a verdade, que nem sempre coincide com a opinião da maioria. Na escuta da consciência e não do poder, defende os pobres e necessitados. Os Pastores devem promover o sentido da fé em todos os fieis, avaliar e julgar com autoridade a genuinidade das expressões, educar os crentes para um discernimento evangélico sempre mais amadurecido. Pois é dever do ministério apostólico assegurar a permanência da Igreja na verdade de Cristo.

A situação da família no mundo de hoje
            A família se apresenta como sinal da salvação operante no mundo, mas também como sinal da recusa do homem ao amor de Deus. Este último deve-se, muitas vezes à corrupção da idéia e da experiência de liberdade concebida não como capacidade de realizar a verdade do projeto de Deus sobre o matrimônio e a família, mas como força autônoma de afirmação para o próprio bem-estar.
            Atente-se para o fato de que nos países pobres faltam as mais elementares condições de uma sobrevivência humana digna e nos países ricos,ao contrário, o bem-estar excessivo e a mentalidade consumista. Em ambos os casos vemos roubadas aos esposos a generosidade e a coragem de suscitarem novas vidas humanas: assim a vida é concebida muitas vezes não como uma bênção, mas como um perigo de que é preciso defender-se.
            Percebe-se, por isto, que a história não é somente um progresso necessário para o melhor, mas antes um acontecimento de liberdade, e ainda um combate de liberdades que se opõem entre si; para Santo Agostinho, um conflito entre dois amores: o amor de Deus impelido até ao desprezo de si e amor de si impelido até ao desprezo de Deus.
            Nem sempre os fieis souberam e sabem resguardar-se diante do obscurecimento dos valores fundamentais e manter a consciência crítica, como sujeitos da construção de um humanismo familiar autêntico.
            Os Padres Sinodais enfatizaram, entre os sinais mais preocupantes:
a difusão do divórcio e do recurso a uma nova união por parte dos mesmos fieis;
a aceitação do matrimônio meramente civil;
a celebração do sacramento do matrimônio sem uma fé viva;
a recusa das normas morais que guiam e promovem o exercício humano e cristão da sexualidade no matrimônio.
            Torna-se, então, necessário recuperar por parte de todos a consciência do primado dos valores morais, que são os valores da pessoa humana como tal. Podem aplicar-se aos problemas da família as palavras do Concílio Vaticano II: “Mais do que os séculos passados, o nosso tempo precisa de tal sabedoria, para que se humanizem as novas descobertas dos homens. Com efeito, o destino do mundo está ameaçado se não surgirem homens cheios de sabedoria


DESÍGNIO DE DEUS SOBRE O MATRIMÔNIO E A FAMÍLIA
           
Chamando homem à vida, Deus o chama concomitantemente ao amor. Pois Ele é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. O amor, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano.
            Enquanto alma que se exprime no corpo informado por um espírito imortal, o homem é chamado ao amor nesta sua totalidade unificada. O amor abraça também o corpo humano e este se torna participante do amor espiritual.
            A Revelação cristã conhece dois modos específicos de realizar a vocação da pessoa humana na sua totalidade ao amor: o Matrimônio e a Virgindade. Ambos são uma concretização da verdade mais profunda do homem, do seu “ser à imagem de Deus”

O matrimônio e a comunhão entre Deus e os homens
            A comunhão de amor entre Deus e os homens, conteúdo fundamental da Revelação e da experiência de fé de Israel, encontra uma significativa expressão na aliança nupcial, que se instaura entre o homem e a mulher. Eis porque a palavra central da Revelação, “Deus ama seu povo”, é também pronunciada através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal. Todavia, nem mesmo a infidelidade de Israel destrói a fidelidade eterna do Senhor.
            O amor sempre fiel de Deus põe-se como modelo das relações do amor fiel que deve existir entre os esposos.

Jesus Cristo, esposo da Igreja, e o sacramento do matrimônio
            A comunhão entre Deus e os homens encontra o seu definitivo cumprimento em Jesus Cristo, o Esposo que ama e se doa como Salvador da humanidade, unindo-a a si como seu corpo. Ele revela a verdade do “princípio” e, libertando o homem da dureza de seu coração. Torna-o capaz de a realizar inteiramente. Acolhendo e meditando fielmente a Palavra de Deus, a Igreja tem solenemente ensinado que o matrimônio dos batizados é um dos sete sacramentos da Nova Aliança. Pelo batismo, o homem e a mulher estão definitivamente inseridos na nova e eterna Aliança.
            Os esposos são para a Igreja o chamamento permanente daquilo que aconteceu sobre a cruz; são um para outro, e para os filhos, testemunhas da salvação da qual o sacramento os faz participar. O matrimônio é um símbolo real do acontecimento da salvação de modo próprio. Trata-se de características normais do amor conjugal natural, mas com um significado novo que não só as purifica e as consolida, mas eleva-as a ponto de torná-las a expressão de valores propriamente cristãos.

Os filhos, dom preciosíssimo do matrimônio
O matrimônio e o amor conjugal se ordenam à procriação da família e educação da prole, na qual encontram a sua coroação. Tornando-se pais, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade. O seu amor paternal é chamado a tornar-se para os filhos o sinal visível do próprio amor de Deus, “do qual deriva toda paternidade no céu e na terra” (Cf.  Gn 2,24).
            Todavia, não devem esquecer-se de que, mesmo quando a procriação não é possível, nem por isso a vida conjugal perde o seu valor. A esterilidade física pode ser para os esposos ocasião de outros serviços importantes à vida humana, por exemplo, a adoção de filhos e as várias formas educacionais, a ajuda a outras famílias, às crianças pobres ou deficientes.

Matrimônio e virgindade
            A virgindade e o celibato pelo Reino de Deus pressupõem e confirmam a dignidade do matrimônio. Quando não se tem apreço pelo matrimônio, não há lugar para a virgindade consagrada; quando a sexualidade humana não é considerada um grande valor dado pelo Criador, perde significado a renúncia pelo Reino dos Céus.  A pessoa virgem antecipa assim na sua carne o mundo novo da ressurreição futura. Como para os esposos a fidelidade se torna às vezes difícil e exige sacrifício, mortificação e renúncia, também o mesmo pode acontecer às pessoas virgens. A fidelidade destas, mesmo na provação eventual, deve edificar a fidelidade daqueles.

OS DEVERES DA FAMÍLIA CRISTÃ

Família, torna-te aquilo que és!
            A família descobre no plano de Deus Criador e Redentor, não só a sua identidade, mas também a sua missão, que é de se tornar cada vez mais aquilo que é: comunidade de vida e de amor, numa busca que, como para cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude no Reino de Deus. É-lhe confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor.

A FORMAÇÃO DE UMA COMUNIDADE DE PESSOAS

O amor, princípio e força da comunhão
            “O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente” (Redemptor Hominis). O amor entre os membros de uma família é animado e impelido pelo dinamismo interior e incessante que conduz a família a uma comunhão sempre mais profunda e intensa, fundamento da alma e da comunidade conjugal e familiar.

A unidade indivisível da comunhão conjugal
            A poligamia contradiz radicalmente tal comunhão. Nega diretamente o plano de Deus como nos foi revelado nas origens, porque contrária à igual dignidade pessoal entre o homem e a mulher que no matrimônio se doam com um amor total, e por isso mesmo único e exclusivo. Como escreve o Concílio Vaticano II: “A unidade do matrimônio, confirmado pelo Senhor, manifesta-se também claramente na igual dignidade pessoal da mulher e do homem que se deve reconhecer no mútuo e pleno amor”.
            A todos os que em nossos dias consideram difícil ou mesmo impossível ligar-se a uma pessoa por toda a vida e aos que subvertidos por uma cultura que rejeita a indissolubilidade do matrimônio e que ridicularizam abertamente o empenho de fidelidade dos esposos, é necessário reafirmar o alegre anúncio da forma definitiva daquele amor conjugal, que tem em Jesus Cristo o firmamento e o vigor. “O que Deus uniu o homem não separe”. (Mt 19, 6). Mas é imperioso reconhecer o valor do testemunho daqueles cônjuges que, embora tendo sido abandonados pelo consorte, com a força da fé e da esperança cristã não contraíram uma nova união. Estes cônjuges dão também um autêntico testemunho da fidelidade de que o mundo tanto necessita

Direitos e função da mulher
            A história da salvação é um contínuo e claro testemunho da dignidade da mulher. Deus manifesta ainda na forma mais elevada possível a dignidade da mulher, ao assumir ele mesmo a carne humana da Virgem Maria, que a Igreja honra como Mãe de Deus, chamando-a Nova Eva.

Os anciãos na família
            A vida dos anciãos ajuda-nos a esclarecer a escala dos valores humanos; mostra a continuidade das gerações e demonstra maravilhosamente a interdependência do povo de Deus. Os anciãos têm além disso carisma de encher os espaços vazios entre gerações, antes que sublevem.

A doutrina e a norma sempre antigas e sempre novas da Igreja
            A Igreja tem consciência de ter recebido a missão especial de guardar e de proteger a altíssima dignidade do matrimônio e a gravíssima responsabilidade da vida humana.
            Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão sua existência num mundo cruel.
            A Igreja condena como ofensa grave à dignidade humana e à justiça todas aquelas atividades dos governos ou de outras autoridades públicas que tentam limitar por qualquer modo a liberdade dos cônjuges na decisão sobre os filhos.

PASTORAL FAMILIAR: ETAPAS, ESTRUTURAS, RESPONSÁVEIS E SITUAÇÕES
Sublinha-se, portanto, uma vez mais a urgência da intervenção pastoral da Igreja em prol da família. É preciso empregar todas as forças para que a pastoral da família se afirme e desenvolva, dedicando-se a um sector verdadeiramente prioritário, com a certeza de que a evangelização, no futuro, depende em grande parte da Igreja doméstica.
A solicitude pastoral da Igreja não se limitará somente às famílias cristãs mais próximas, mas, alargando os próprios horizontes à medida do coração de Cristo, mostrar-se-á ainda mais viva para o conjunto das famílias em geral e para aquelas, em particular, que se encontram em situações difíceis ou irregulares.

Preparação
A preparação dos jovens para o matrimônio e para a vida familiar é necessária hoje mais do que nunca. Em alguns países são ainda as mesmas famílias que, segundo costumes antigos, se reservam transmitir aos jovens os valores que dizem respeito à vida matrimonial e familiar, mediante uma obra progressiva de educação ou iniciação. A preparação para o matrimônio deve ver-se e atuar-se como um processo gradual e contínuo. Compreende, de fato, três momentos principais: uma preparação remota, outra próxima e outra imediata.
A preparação remota tem início desde a infância, naquela sábia pedagogia familiar, orientada a conduzir as crianças a descobrirem-se a si mesmas como seres dotados de uma rica e complexa psicologia e de uma personalidade particular com as forças e fragilidades próprias. É nesta base que, em seguida e mais amplamente, se porá o problema da preparação próxima, que - desde a idade oportuna e com adequada catequese, como em forma de caminho catecumenal - compreende uma preparação mais específica, quase uma nova descoberta dos sacramentos. A preparação imediata para a celebração do sacramento do matrimônio deve ter lugar nos últimos meses e semanas que precedem as núpcias quase a dar um novo significado, um novo conteúdo e forma nova ao chamado exame pré-matrimonial exigido pelo direito canônico.

A celebração
O matrimônio cristão exige, por norma, uma celebração litúrgica que exprima de forma social e comunitária a natureza essencialmente eclesial sacramental do pacto conjugal entre os batizados. Enquanto gesto sacramental de santificação, a celebração do matrimônio - inserida na liturgia, cume de toda a ação da Igreja e fonte da sua força santificadora - deve ser por si válida, digna e frutuosa. Abre-se aqui um campo vasto à solicitude pastoral a fim de que sejam plenamente cumpridas as exigências derivantes da natureza do pacto conjugal elevado a sacramento, e seja de igual modo fielmente observada a disciplina da Igreja sobre a liberdade do consentimento, os impedimentos, a forma canônica e o próprio rito da celebração. Este último deve ser simples e digno, de acordo com os princípios das competentes autoridades da Igreja

A comunidade eclesial e a paróquia em particular
Sendo ao mesmo tempo comunidade salva e salvadora, a Igreja deve considerar-se aqui na sua dupla dimensão universal e particular: esta se exprime e atua-se na comunidade diocesana, pastoralmente dividida em comunidades menores entre as quais se distingue, pela sua importância peculiar, a paróquia.

Bispos e presbíteros
O primeiro responsável da pastoral familiar na diocese é o bispo. Como Pai e Pastor, ele deve estar atento de um modo particular a este sector da pastoral, sem dúvida prioritária. Deve consagrar-lhe uma grande dedicação, solicitude, tempo, pessoal, recursos; sobretudo, porém, apoio pessoal às famílias e a quantos, nas diversas estruturas diocesanas, o ajudam na pastoral da família. Empenhar-se-á particularmente no propósito de fazer com que a sua diocese se torne sempre mais uma verdadeira «família diocesana» modelo e fonte de esperança para tantas famílias que a integram.

Religiosos e religiosas
O contributo que os religiosos e as religiosas, e as almas consagradas em geral, podem dar ao apostolado da família encontra a primeira, fundamental e original expressão exatamente na consagração a Deus que os torna «diante de todos os fiéis... chamada daquele admirável conúbio realizado por Deus e que se manifestará plenamente no século futuro, pelo que a Igreja tem Cristo como único esposo», e testemunhas daquela caridade universal que por meio da castidade abraçada pelo Reino dos céus, os torna sempre mais disponíveis para se dedicarem generosamente ao serviço divino e às obras do apostolado.

Leigos especializados  
Podem prestar grande ajuda às famílias os leigos especializados (médicos, juristas, psicólogos, assistentes sociais, consulentes, etc...) quer individualmente quer empenhados em diversas associações e iniciativas, com trabalho de esclarecimento, de conselho, de orientação, de apoio.

Circunstâncias particulares
Um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do exemplo do Bom Pastor, é pedido para aquelas famílias que - muitas vezes independentemente da própria vontade ou pressionadas por outras exigências de natureza diversa - se encontram em situações objetivamente difíceis.
Tais são, por exemplo, as famílias dos emigrantes por motivos de trabalho; as famílias de quantos são obrigados a ausências longas, como, por exemplo, os militares, os marinheiros, os itinerantes de todo o tipo; as famílias dos presos, dos prófugos e dos exilados; as famílias que vivem praticamente marginalizadas nas grandes cidades; aquelas que não têm casa, as incompletas ou «monoparentais»; as famílias com filhos deficientes ou drogados; as famílias dos alcoólatras; as desenraizadas do seu ambiente social e cultural ou em risco de perdê-lo; as discriminadas por motivos políticos ou por outras razões; as famílias ideologicamente divididas; as que dificilmente conseguem ter um contacto com a paróquia; as que sofrem violência ou tratamentos injustos por causa da própria fé; as que se compõem de cônjuges menores; os anciãos, não raramente forçados a viver na solidão e sem meios adequados de subsistência.

Matrimônios mistos
O número crescente dos matrimônios entre católicos e outros batizado exige uma peculiar atenção pastoral à luz das orientações e das normas, contidas nos mais recentes documentos da Santa Sé e das Conferências episcopais, para uma aplicação concreta às diversas situações.

O matrimônio à experiência
Uma primeira situação irregular é dada pelo que se chama «matrimônio à experiência», que hoje muitos querem justificar, atribuindo-lhe certo valor. A razão humana insinua já a sua não aceitação, mostrando quanto seja pouco convincente que se faça uma «experiência» em relação a pessoas humanas, cuja dignidade exige que sejam elas só e sempre, o termo do amor de doação sem limite algum nem de tempo nem de qualquer outra circunstância.

Uniões livres de fato
Trata-se de uniões sem nenhum vínculo institucional, civil ou religioso, publicamente reconhecido. Este fenômeno - cada vez mais freqüente - não deixará de chamar a atenção dos pastores, exatamente porque existindo na sua base elementos muito diversos, será possível atual sobre eles e limitar-lhes as conseqüências.

Católicos unidos só em matrimônio civil
Difunde-se sempre mais o caso de católicos que, por motivos ideológicos e práticos, preferem contrair só matrimônio civil, rejeitando ou pelo menos adiando o religioso. A sua situação não se pode equiparar certamente à dos simples conviventes sem nenhum vinculo, pois que ali se encontra ao menos um empenhamento relativo a um preciso e provavelmente estável estado de vida, mesmo se muitas vezes não está afastada deste passo a perspectiva de um eventual divórcio.

Separados e divorciados sem segunda união
Motivos diversos, quais incompreensões recíprocas, incapacidade de abertura a relações interpessoais, etc. podem conduzir dolorosamente o matrimônio válido a uma fratura muitas vezes irreparável. Obviamente que a separação deve ser considerada remédio extremo, depois que se tenham demonstrado vãs todas as tentativas razoáveis.

Divorciados que contraem nova união
A experiência quotidiana mostra, infelizmente, que quem recorreu ao divórcio tem normalmente em vista a passagem a uma nova união, obviamente não com o rito religioso católico. Pois que se trata de uma praga que vai, juntamente com as outras, afetado sempre mais largamente mesmo os ambientes católicos, o problema deve ser enfrentado com urgência inadiável. Os Padres Sinodais estudaram-no expressamente. A Igreja, com efeito, instituída para conduzir à salvação todos os homens e sobretudo os batizado, não pode abandonar aqueles que - unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental - procuraram passar a novas núpcias. Por isso, esforçar-se-á infatigavelmente por oferecer-lhes os meios de salvação.

Os sem-família
Desejo ainda acrescentar uma palavra para uma categoria de pessoas que, pela situação concreta em que se encontram - e muitas vezes não por sua vontade deliberada - eu considero particularmente junto do Coração de Cristo e dignas do afeto e da solicitude da Igreja e dos pastores.
Infelizmente há no mundo muitíssimas pessoas que não podem referir-se de modo algum ao que poderia definir-se em sentido próprio uma família. Grandes sectores da humanidade vivem em condições de enorme pobreza, em que a promiscuidade, a carência de habitações, a irregularidade e instabilidade das relações, a falta extrema de cultura não permitem praticamente poder falar de verdadeira família. Há outras pessoas que, por motivos diversos, ficaram sós no mundo. Também para todos estes há um «bom anúncio da família».

O futuro da humanidade passa pela família!  
É, pois indispensável e urgente que cada homem de boa vontade se empenhe em salvar e promover os valores e as exigências da família. Sinto-me no dever de pedir aos filhos da Igreja um esforço especial neste campo. Conhecendo plenamente, pela fé, o maravilhoso plano de Deus, eles têm uma razão mais para se dedicar à realidade da família neste nosso tempo de prova e de graça.

Devem amar particularmente a família.
É o que concreta e exigentemente vos confio. Amar a família significa saber estimar os seus valores e possibilidades, promovendo-os sempre. Amar a família significa descobrir os perigos e os males que a ameaçam, para poder superá-los. Amar a família significa empenhar-se em criar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. E, por fim, forma eminente de amor à família cristã de hoje, muitas vezes tentada por incomodidades e angustiada por crescentes dificuldades, é dar-lhe novamente razões de confiança em si mesma, nas riquezas próprias que lhe advém da natureza e da graça e na missão que Deus lhe confiou. «É necessário que as famílias do nosso tempo tomem novamente altura! É necessário que sigam a Cristo».

RESUMO DO DOCUMENTO FAMILIARIS CONSORTIO.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

QUEM FOI SANTA TERESA DE ÁVILA?

SANTA TERESA DE ÁVILA

QUE NADA TE PERTUBE, QUE NADA TE APAVORE TUDO PASSA, SÓ DEUS NÃO MUDA, A PACIÊNCIA TUDO ALCANÇA, QUEM TEM DEUS NADA LHE FALTA, SÓ DEUS BASTA”.

Teresa de Cepeda e Ahumada ou Teresa de Ávila, como é conhecida, caracteriza-se dentre muitos aspectos em seu itinerário espiritual como a santa que traduziu-nos o caminho de perfeição que somos chamados a trilhar, estabelecendo com Deus um tratado de amizade, querido por Ele mesmo.
Nascera na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Em sua infância entretinha-se com leituras de histórias dos santos. Teresa sempre cultivara em seu coração, até mesmo quando era criança, o desejo pela eternidade e admirava a coragem dos santos na conquista da glória eterna.
Teresa em sua juventude era uma jovem bela, mundana, cortejada, adorada, apaixonada por belos rapazes, freqüentadora dos bailes da corte, apreciando os vestidos de seda e veludo. A jovem começou a pensar cuidadosamente na vida religiosa que a atraía por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. Mas antes de ela decidir-se fielmente por Deus e pela sua Vontade, fora preciso passar por um processo profundo e concreto de conversão. Pois, seus condicionantes humanos, apesar de um desejo pela eternidade, não a levava a aderir integralmente a vivência vocacional.
Teresa diante de suas seduções e vaidades chegara a afirmar que: “é preciso dizer que eu tinha uma capacidade impressionante para o mal”. Com isso, pode-se inferir que a santa espanhola já mesmo em idade tenra, já era dotada de uma graça muito especial de autoconhecimento. Não obstante, as suas fraquezas e vontade inclinada para aos desejos carnais. Ver-se aqui, o protótipo de santidade que Deus deseja para o gênero humano. Ou seja, santidade é um dom de Deus que se configura na realidade decaída do homem; Deus não nos chama a santidade pelo fato de possuímos méritos, até mesmo porque não os teríamos, mas porque somos vocacionados a uma vida separada. O que não significa dizer, uma vida desencarnada e arraigada em ilusões. Vida separada é o mesmo que tomada de consciência de que somos pecadores e fracos, mas que contando com a primazia da graça, conseguiremos corresponder com as exigências de uma vida configurada a Jesus Cristo. Teresa com sua vida bem soube abraçar tal santidade, buscando em tudo corresponder a Vontade de Deus para sua vida.
Um ano depois que fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que começara a molestá-la antes de professar os votos. Seu pai a retirou do convento. A irmã Joana Suárez acompanhou Teresa para ajudá-la. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade se agravou.
Santa Teresa era tida como uma mulher amável e sua caridade conquistava a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a descuidar-se da vida de oração. Vivia justificando-se dizendo que suas enfermidades a evitavam de meditar. Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensangüentado na agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensangüentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI, já haviam perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura pelo menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento da Encarnação possuía 140 religiosas.
Quando Santa Teresa se decidiu verdadeiramente por Deus, ela deu início a um percurso fantástico na compreensão do autêntico caminho da oração. Ela, antes mesmo de entender tal caminho, afirmou que: “Aquele que começa a oração deve ter em mente que está tentando transformar um terreno inteiramente inculto e coberto de ervas daninhas num jardim de delícias no qual o Senhor virá freqüentemente repousar e terá prazer em ver desabrochar as flores do amor.” Ela também descobriu na relação com Deus por meio da oração, que existe um método para vivenciar tal relacionamento. Um método para falar com Deus e também ouvi-lo. Para ela, muitas vezes a prática da oração é um reconhecido exercício de que tanto ouviu falar sem poder entendê-lo. Tal método pode ser resumido assim:

A primeira maneira de orar, a que se situa no plano da fé, é como escrever a um amigo. A segunda maneira de orar, situada no plano da esperança, é como escrever a um amigo e esperar uma resposta. A terceira maneira de orar, situada no plano do amor, é como se fôssemos pessoalmente à casa desse amigo. A primeira é como um beijo nos pés. A segunda, como um beijo nas mãos. A terceira, como um beijo na boca. (REINAUD, 2001, p.73).


REFORMADORA E FUNDADORA

Diante dos desafios que se apresentavam por conta de um distanciamento da estreita observância à qual as carmelitas eram chamadas a viverem, Teresa, motivada por sua sobrinha, que também era carmelita no mesmo convento, despertou-se para por em prática o plano de fundar um convento reformado. Dentre tantas mudanças, ocorreria a redução do número de irmãs na comunidade.
A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse em um peso para a cidade. O prefeito e os magistrados teriam mandado demolir o convento, se não tivessem sido dissuadidos pelo dominicano Bañez. Santa Teresa não perdeu a paz em meio às perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus.
Teresa estabeleceu em seu convento a mais rigorosa clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que possuíam alguma renda, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava das coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: "Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência".
Teresa é uma das personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contêm um ensinamento que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até a intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem consolidada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e comunicar, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Santa Teresa morreu às 9 horas da noite de 4 de outubro de 1582. Mas antes de morrer, ao receber o viático, ela conseguiu erguer-se do leito e proferir a seguinte exclamação: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!" Sua festa é comemorada no dia 15 de outubro e foi canonizada em 1662. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja.


FONTE: REINAUD, Elisabeth. Teresa de Ávila ou o divino prazer. Rio de Janeiro: Record, 2001.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA. 

QUANTOS CONCÍLIOS JÁ HOUVE NA IGREJA?

OS CONCÍLIOS GERAIS DA IGREJA

1º Concílio da Igreja
Concílio de Nicéia - 325 d.C

Dois séculos de perseguição já se haviam passado. O cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano. Constantino - o imperador - que não era ainda cristão promulgou este edito e convocou o Concílio em seu palácio (hoje a capela Cistina) para que os bispos tivessem sua primeira reunião de organização com relação a algumas heresias que assolava a religião nascente. Os bispos que foram para este concílio tinham ainda as marcas das perseguições em seus corpos. A maior crise que passava a Igreja naquele momento era com relação à pregação de um Padre chamado Ário que por meio de seu jeito de falar conquistador, dizia que Jesus não foi gerado, mas criado, afirmando que ele era inferior a Deus (arianismo). Jara combater esta heresia foi formulado pelo Papa Sivestre a primeira parte do Credo, que servia de sinal para os cristãos nãojjg confundirem com tais pregações.

2o Concílio da Igreja:
Concílio de Constantinopla 81 d.C.

Cinquenta e seis anos após o Concílio de Nicéia a heresia ariana ainda aparece; a causa era que o Espírito Santo é inferior ao Pai e ao Filho, afirmando que este se tratava de uma mera criatura e um anjo espiritual. Dizia ainda que este, procedia só do Pai e não do Filho também. Os bispos do concilio após condenarem tais ensinamentos, terminam de formular o credo para definir a natureza do Espírito Santo, chamando-se este credo até hoje de Niceno-Constinopolitano, afirmando que o Espírito Santo procedia do Pai e do Filho (Filioque). Mesmo assim alguns cristãos ainda aderiram aos ensinamentos de Ario.

3o Concílio da Igreja:
Concílio de Éfeso - 431 d.C.

O lugar onde os bispos se reuniram para o terceiro concílio foi a sagrada cidade de Éfeso, onde anos atrás morava a Virgem Maria, João e Paulo. O problema agora era com relação a um discípulo de Ario chamado Nestório. Sei ensinamento herético envolvia a Virgem Maria. De acordo com Nestório, Maria nãoera a Mãe de Deus (THEQTOKQS). mas era a mãe do Homem Jesus (CRTSTOTÓKO) Sonegando a natureza divina Jesus na sua gestação no ventrede Maria. Contudo, diante de uma noite de intensa vigília dos cristãos que já a aclamavam de Mãe de Deus fora da igreja onde se reunião os bispos, o Papa Celestino a aclama com Theotókos (primeiro dogma de fé) e condena Nestório.

4º Concílio da Igreja:
Concílio de Calcedônia - 431 d.C.

Surgi nesta fase da igreja a heresia de Eutiquesjconhecida como monofisismo, isto é, teoria da única natureza de Cristo. O papa Leão condenou tais heresias e após muita discursão foi constituida  uma formula para  que os bispos assimassem. Dizia: "de acordo com a decisão do Papa Leão existe duas naturezas em  Cristo (a humana e a divina) umidas e inseparáveis". Houve louvor por toda a igreja pelos bispos terem mantido viva a Fé Apostólica e a tradicional convicção na Encarnação de Jesus.

5º Concílio cia Igreja:
Segundo Concílio de Constantinopla 553 d.C.

O assunto ainda era a natureza de Jesus. Os monofísistas. os seguidores de Eutiques que tinha sido condenado no Concílio de Calcedônia. estava alastrando seus ensinamentos erróneos por todo o Oriente. Entretanto, era da vontade do Imperador Justino unir e estabelecer a paz entre católicos e monofísistas, não obtendo sucessos. O Papa Virgílio e perseguido por Justino que por fim é excomungado por suas manifestações contra a Igreja. A partir disso a Igreja católica fica dividida por 35 anos, haja vista que no império quem decidia as coisas era o imperador e este expulsou de seu território os cristãos católicos.


6° Concilio da Igreja:
Terceiro Concilio de Constantinopla - 680 d.C.

Surgi além dos monofísistas Que acreditavam somente na natureza divina de Jesus., outra corrente alastra a Igreja Católica chamada de monotelismo;.Jesus só era humano. As pessoas iletradas não sabendo o perigo dessas correntes aderiam a este fé encantadas com a forma com que os pregadores falavam e sua grande semelhança com o catolicismo. Os bispos após o concílio pregavam ainda com mais ardor sobre as duas naturezas contidas em Jesus   a humana e a divina  sendo estas inseparáveis.

7o Concílio da Igreja:
Segundo Concilio de Nicéia - 787 d.C. .

Este concílio é conhecido pela polémica iconoclasta, ou seja, pela quebra das imagens. Os imperadores não cristão começavam a subir aos tronos e estes logo cismaram numa política em seus impérios que as imagem era para ser tratadas como um a maldição e para desespero das igrejas estes imperadores decretavam a quebra das imagens. Contudo estes decretos acabaram não prosperando e aquilo que era ainda confusão na cabeça de alguns foi esclarecido a partir desse concilio. As imagens não se tratavam de objetos de adoração por isso e que se devir diferenciar o máximo possível o culto a Trindade  chamado culto Latria e aos santos culto Dulia. Com essas duas fórmulas  de cultos ficou claro para a igreja que o culto aos santos não se tratava de adorações.

8o Condito da Igreja:
Quarto Concílio de Constantinopla – 869 d.C.

Surgi no seio da Igreja um herege chamado Fócio que pregava a condenação dos padres não se casavam e a erronia ideia da Igreja de que o Espírito Santo procedia também do Filho. Com isso Fócio arrebanhou muitos padres da nossa Igreja levando a uma divisão na nossa igreja até hoje, ou seja, cristão católicos e aqueles que se separaram não obedecendo ao Papa chamados cristão ortodoxos, estes aprovaram a casamentos de padres e renunciaram o Fiíioque. Fócio foi elevado logo após a sua morte aos altares da Igreja  Ortodoxa como santo.

9° Concílio da Igreja:
Primeiro Concílio de Latrão -1123 d.C

Somente depois de 253 anos é que os bispos voltaram a se reunir em Roma. Neste período a Igreja tornou-se brinquedo nas mãos dos bárbaros, chamada esta fase da igreja de "Idade das Trevas". A causa do concilio foi o combate dos bispos com relação a alguns padres que estavam se casando e outros vendendo objetos e patrimónios para riqueza própria. Foi formulada uma série de leis aos clérigos que por sua vez não assumidas seriam expulsos de suas funções dentro da Igreja.

10º Concilio da Igreja:
Segundo Concílio cie Latrão - 1139 d.C.

O motivo do concílio era a briga de duas famílias que após a morte do Papa cada uma escolheu seu próprio papa gerando confusão na Igreja. O concílio foi aberto pelo Papa Inocêncio e a questão eram os anti-papas. Os papas escolhidos pelas famílias não querendo aderir ao verdadeiro caminho foram excomungados e com eles os bispos que eles ordenaram como também os padres.

11° Concílio da igreja:
Terceiro Concilio de Latrão - 1179 d.C

Foram discutidos vários pontos neste concílio entre eles: a organização do colégio dos cardeais como os únicos a decidirem a escolha do Papa, afim de não acontecer o que aconteceu no segundo concilio de Latrão,a ordenação dos padres só após os 25 anos, e a excomunhão como forma ultima para a punição. Este concílio foi aberto pelo Papa Alexandre III.

12° Concílio da igreja:
Quarto Concílio de Latrão - 1215 dC.

Este concilio combateu algumas heresias existentes na época, tratou da questão Trindade, do sacerdócio e da eucaristia, entre os decretos estava a confissão anual dos fieis e o seu sigilo e a comunhão ao menos na páscoa do Senhor, como também a questão do matrimonio e algumas questões de conduta dos padres.

13° Concílio da Igreja:
Primeiro Concílio de Lyon - 1245 d.C.

O motivo da convocação do concílio foi o imperador Frederico, que criado pelo Papa Inocêncio III se revolta contra a Igreja sendo perseguidor da mesma, Com a ideia de tornar Roma sua capital foi excomungado e sua sentença foi aprovada pelo seu não comparecimento no concilio, a fim de rever suas atitudes gananciosas por poder.

14° Concílio da Igreja:
Segundo Concílio de Lyon - 1274 d.C.

O motivo agora deste concilio era as conquistas de reunificação dos gregos, problemas na Terra Santa e problemas no clero. Foi vista a questão do purgatório (estado de graça), eucaristia (pão ázimo, transubstanciação - transformação do pão em corpo de Cristo), foi decretado que outro matrimonio só podia ser contraído só após a morte do outro, como também a autoridade papal como a autoridade máxima da Igreja. O concílio foi aberto pelo Papa Gregório X.

15° Concílio da Igreja:
Primeiro Concílio de Vienne 1311 d.C.

A questão do concílio era de resolver os problemas de exércitos que insistiam em atacar a Igreja e de imperadores que queimavam ainda fieis católicos por obedecerem ao Papa. O Papa Bento XI convoca o concílio para resolver os problemas de relacionamento de Igreja x Império.

16° Concílio da Igreja:
Concílio de Constança - 1415 d.C.

A questão do concílio do Constança era o aparecimento de três papas. Este aparecimento era comum porque se um Papa não agradasse a um imperador consecutivamente ele reunia os cardeais de seu império e estes elegiam um novo papa do agrado do imperador. Contudo foi sobre a autoridade de João XXIII que não foi um papa escolhido pelos cardeais de Roma, mas que no final do com cílio veio a renunciar e fazer com que fosse escolhido pelos tais cardeais o novo Papa que concluísse o concilio e este foi Martinho V.

17° Concílio da Igreja:
Concílio de Florença - 1431 a 1445 d.C

A Igreja que já tinha total poder sobre o mundo precisava de uma sede e de uma organização institucional liberta do Império e dos males que este causou a mesma. Contudo foi neste concilio que o Papa Gregório XII escreve uma bula papal assim definida: "Em nome da Santíssima Trindade, nós, com o consentimento do Santo concílio de Florença, definimos, de certa forma, que a Santa Sede Apostólica e os Bispos de Roma tem a primazia ao longo do mundo, e que o bispo de Roma é o sucessor de Pedro delegado por Nosso Senhor para pastorear, reger e guiar toda a Igreja. Neste concilio as igrejas rrionofisistas em Florença se aproximaram do Papa e pediram a sua unificação com a Igreja Romana. Eles acabaram aceitando os decretos do concílio de Éfeso que condenava Nestório e seus ensinamentos".

18° Concílio da Igreja:
Quinto Concílio de Latrão - 1512 d.C.

Foi combatido neste concílio a questão da filosofia de Averróis que dizia que a alma humana era mortal, foi condenado o empréstimo de dinheiro , os livros pornográficos que começavam a surgir, colocando em risco a vida moral dos cristãos. Ficava por responsabilidade dos bispos censurar estes livros quando estes aparecessem em suas dioceses. Havia uma demanda ostensiva de bispos do concílio para reprimir a ordem dos Franciscanos Conventuais, uma vez que eles agiam quase independentemente dos bispos. Sem suprimir a Ordem, o concílio votou rígidas leis para sua conduta.

19° Concílio de Igreja:
Concílio de Trento

Diante dos escândalos da igreja surgia Martinho Lutero que denunciava os papas. Ele era protegido pelos príncipes alemães que encadeou a revolta protestante em 1517 (ruptura com a Igreja de Roma). A Inglaterra se afasta de Roma por causa do casamento de Henrique. O imperador Carlos queria a unificação dos Igrejas que surgia com os católicos mais foi um fracasso por causa do sacramento da eucaristia e penitencia.por causa da guerra alemã com a França é adiado a data do concilio para o dia 15 de agosto de 1545 pelo Papa Paulo III. O concílio deixa para o Papa o trabalho da nova tradução dos novos livros sacros.

20° Concílio da Igreja:
Primeiro Concílio Vaticano - 1869 d.C.

A causa era a fé da Igreja e a autoridade papal que estava sendo atacada, revisando a vida espiritual, matrimonio cristão, educação da juventude. Igreja x Estado... Afirmava a fé e a moral e a autoridade infalível do Papa. Após 300 anos do Concilio de Trento o Papa Pio IX abre o concílio para questões de revisões doutrinais.

21º Concílio da Igreja:
Segundo Concílio Vaticano – 1962 d.c.

Aberto por João XXIII, reformador da Igreja pede para o Espírito soprar sobre a poeira da Igreja e a renove. A visão deste concílio estava dirigida ao ecumenismo, pastoral e pobres. Não chegou a concluir o concílio devido a uma doença que o levou a morte, restando a seu sucessor Paulo VI a encerrar no dia 8 de dezembro de 1965 com 16 documentos que são uma verdadeira enciclopédia de nossa fé e a forma mais clara da Igreja em sua organização em toda a história. Foi um verdadeiro espetáculo.

Estes são os documentos para uma melhor organização da igreja, restando aos fieis se interessarem a lerem a fim de saberem qual a visão da Igreja hoje sobre os referentes assuntos:


1.      Constituição Dogmática  Lúmen Gentium, sobre a Igreja;
2.             Constituição Dogmática  Dei Verben, sobre a Sagrada Escritura (Revelação Divina);
3.             Constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia;
4.             Constituição pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo;
5.      Decreto Christus Dominus, sobre o Múnus Pastoral dos bispos na Igreja;
6.             Decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja;
7.             Decreto Unitatis Redintegratio, sobre o Ecumenismo;
8.      Decreto Orientaíium Ecclesiarum, sobre as Igrejas Orientais Católicas;
9.             Decreto Presbyterorutn Ordinis, sobre o Ministério e a Vida dos Presbíteros;
10.     Decreto Optatam Totius, sobre a formação sacerdotal
11.     Decreto Perfectae Caritatis, sobre a atuaíidade dos religiosos;
12.     Decreto Apostolicam Actuosotatem, sobre o apostolado dos leigos;
13.     Ddecreto Inter Mirífica, sobre os meios de comunicação social;
14.     Declaração Dignitatis humanae, sobre a liberdade religiosa;
15.     Declaração Nostra Aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs;
16.     Declaração Gravissimum Educationis, sobre a educação cristã.


FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

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