A Eucaristia é “fonte e ápice de
toda a vida cristã”. Os demais
sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas,
se ligam à Sagrada Eucaristia e a
ela se ordenam.
Pois a santíssima Eucaristia
contém todo o bem espiritual da Igreja,
a saber, o próprio Cristo, nossa
Páscoa (CIC,
1324).
Os primeiros cristãos chamavam de
Ceia do Senhor ou fração do pão. Nós a chamamos também de Eucaristia, que
significa ação de graças. É, portanto, a celebração do memorial da paixão,
morte e ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa e a nossa.
Quais
as passagens do NT que narram a instituição da Eucaristia?
o
1Cor 11,23-25 (mais antigo); Lc 22,19-20; Mt 26,26-28; Mc 14,22-24 João, no seu Evangelho, mostra a importância de comungar o Corpo e o
Sangue do Senhor, a santa Comunhão (cap. 6).
Quem
celebra a Eucaristia?
Toda a assembléia dos batizados
celebra a Ceia do Senhor, cada um de acordo com o seu ministério no seu lugar.
Somos um “povo de sacerdotes, um povo eleito, uma nação santa”.
X RITOS INICIAIS
Canto
de Entrada - Dá
início à celebração. Sua função é favorecer a união dos fiéis em assembléia,
introduzir seu espírito no mistério do tempo litúrgico ou da festividade e
acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. A antífona de entrada substitui o canto.
Sinal da cruz - É a
porta de entrada e saída da Missa. É composto por gestos e palavras, exprimindo
que a missa é memorial daquilo que Cristo fez em sua páscoa.
Saudação - Anúncio
à comunidade reunida na presença do Senhor. A saudação do sacerdote e a
resposta do povo manifestam o mistério da Igreja em assembléia.
Ato
Penitencial (Comunitário) - É uma sincera atitude interior de
toda a assembléia que reconhece. Diante de Deus, sua pobreza e fraqueza, e
apela para o amor misericordioso do Cristo, seu Senhor.
Hino
de louvor - É uma solene doxologia (louvação), um hino antiquíssimo, que não deve
ser substituído por nenhum outro canto. É prescrito nos domingos, festas e
solenidades, omitido no advento e na quaresma. Com este hino, a Igreja, reunida
no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro.
Oração
da Coleta - primeira
das três orações presidenciais. O padre convida o povo a orar; e todos, com o
sacerdote, permanecem um momento em silêncio, para tomar consciência de estar
na presença de Deus e para fazer, no próprio íntimo, sua oração pessoal. Depois
o sacerdote diz a oração; por meio dela é expressa a índole da celebração, e,
com as palavras do sacerdote, dirige-se a prece a Deus Pai, por Cristo, no
Espírito Santo. O povo dá seu assentimento respondendo: Amém
X LITURGIA DA PALAVRA
Está
posta a primeira mesa, a da Palavra. As leituras oferecem aos fiéis a Palavra
de Deus e abrem-lhes os tesouros da Bíblia.
Primeira
leitura - É quase
sempre do AT (exceto na Páscoa, quando é retirada dos Atos dos Apóstolos). A
leitura do AT é escolhida em função do Evangelho, formando quase sempre um par
em torno de um tema (sobretudo no Tempo Comum). Ora, os dias de semana
do tempo comum são divididos em ano par e ano ímpar. Assim, a
cada dois anos lêem-se as passagens mais significativas de toda a Bíblia.
Salmo
Responsorial - É a
resposta orante da assembléia. Às vezes trata-se de um hino bíblico com função
sálmica. Deve ser sempre cantado, pelo menos o refrão.
Segunda
Leitura - É Sempre
do Novo Testamento. No tempo comum, de maneira contínua, o lecionário
traz as passagens mais significativas do NT, sem, necessariamente, estarem
diretamente relacionadas com o Evangelho. Está prescrita somente para os
domingos e solenidades.
Sequência
- São hinos entoados em dias especialíssimos do ano litúrgico. São
obrigatórias a de Páscoa e a de Pentecostes. Já a de Corpus Christi Nossa
Senhora das Dores são facultativas.
Aclamação
ao Evangelho - O canto
é alegre e vibrante: Aleluia (exceto na quaresma). A estrofe é
quase sempre um versículo da Escritura.
Evangelho
- A
proclamação do Evangelho é o ponto mais alto da liturgia da Palavra. As
leituras dominicais são repetidas a cada três anos, de modo que se formem
ciclos trienais: Ano A (Mateus); Ano B (Marcos); Ano C (Lucas). O Evangelho
segundo João é reservado às festas e alguns domingos da Quaresma e do Tempo
Comum. Nos dias de semana, no intervalo de um ano, lemos praticamente todo o
Evangelho. Para que a Palavra nos guie no que pensamos, dizemos e
fazemos, marcamos com a cruz (persignação):
v A testa
= mente
v A boca
= palavras
v O peito
= sentimentos
Após a proclamação, o Evangelho é
reverenciado com o ósculo.
Homilia
- É
normalmente feita pelo presidente, deve ser realizada sempre por um ministro
ordenado. É muito recomendada, pois necessária para alimentar a vida cristã.
Leve em conta o mistério celebrado e as necessidades particulares dos que a
ouvem.
Profissão
de fé - Tem por
objetivo suscitar na assembléia, depois de ouvida a Palavra de Deus nas
leituras e na homilia, uma resposta de assentimento, e relembrar a regra da fé,
antes de se começar a liturgia eucarística. Há três formas: o Símbolo dos
Apóstolos, o Símbolo Niceno-constantinopolitano e a Renovação das promessas
batismais. O Credo é professado nos domingos e solenidades.
Oração
da assembléia - a
Palavra se faz oração. O povo eleva súplicas pela Santa Igreja, os governantes,
todos os homens e a salvação do mundo.
X LITURGIA EUCARÍSTICA
Da mesa
da Palavra passamos à mesa da Eucaristia, estritamente unida à primeira. Nossa
atenção concentra-se no altar.
Canto
e apresentação das oferendas - Durante o canto (ou sem ele) o presidente apresenta ao Pai do Céu as
ofertas do pão e do vinho, frutos da terra e do trabalho humano. Essas ofertas
se tornarão Pão da vida (corpo de Cristo) e Cálice da Salvação (Sangue de
Cristo). Feita a apresentação das ofertas, o celebrante principal lava
as mãos, pedindo a Deus que o purifique de todos os pecados para que possa
participar do santo sacrifício do altar.
Orai
irmãos... - O
presidente da celebração convida a assembléia a uma só oração para que Deus
aceite O sacrifício que está sendo oferecido.
Oração
sobre as oferendas -
É a segunda oração presidencial da Missa. Em nome da assembléia que
celebra, o presidente pede a Deus que aceite a oferta do seu povo fiel e santo.
Oração
Eucarística - Tem início o momento central e culminante de
toda a celebração, isto é, a oração eucarística, ou oração de ação de graças e
de santificação. No Brasil há 14 preces
eucarísticas, entre elas:
3 para missas com crianças,
2 sobre reconciliação,
4 para diversas circunstâncias.
Cada
oração eucarística possui suas próprias características. No entanto todas
possuem em comum oito elementos fundamentais:
Prefácio - Inicia com um diálogo entre o presidente e a
assembléia. Varia de acordo com o dia, a festa ou o tempo. O sacerdote, em nome
de toda a assembléia, rende graças
ao Pai por Jesus Cristo.
Santo - O prefácio termina com uma aclamação cósmica a
Deus. Deveria ser sempre cantado.
Epiclese - É a invocação do Espírito Santo sobre as oferendas,
a fim de que os dons oferecidos sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e
o Sangue de Cristo.
Narrativa da instituição e
consagração - Quem
preside repete os gestos e palavras do Senhor na última ceia. O sacerdote
mostra ao povo o Corpo e o Sangue do Senhor. Todos adoram em silêncio. É o
mistério da fé ao qual todos respondem com uma aclamação.
Anamnese (memorial) - Recordação da bem-aventurada paixão, morte e
ressurreição de Cristo.
Oblação - A Igreja, de modo especial a assembléia reunida,
oferece ao Pai no Espírito Santo a Vítima Imaculada, Cristo.
Intercessões - Pela Igreja (papa, bispos, presbíteros, diáconos,
todo o povo de Deus), pela comunidade reunida, pelo mundo todo e pelos fiéis
falecidos. Exprimem a comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre,
e expressam que o sacrifício é realizado em favor de todos.
Doxologia final - Exprime a glorificação de Deus: “Por
Cristo, com Cristo e em Cristo...” É a conclusão da oração eucarística. É
confirmada com a aclamação do povo: Amém.
Rito
da Comunhão:
Pai-nosso - Somos educados por Deus a vivermos como uma família
única, com um único Pai. A oração que segue o Pai-nosso é ampliação do seu
último pedido (mas livrai-nos do mal). A assembléia intervém com a doxologia:
“Vosso é o reino, o poder...”.
Rito da paz - Os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e
para toda a família humana, e exprimem entre si o amor mútuo, antes de
participar do mesmo pão.
Fração do Pão - O presidente da celebração parte o pão, repetindo o
que Jesus fez: “Tomou o pão, deu graças e o partiu...” Este gesto desde o tempo
apostólico deu o nome a toda ação eucarística. Significa que nós, embora
muitos, nos tornamos um só corpo na comunhão do mesmo Pão da Vida, o Cristo. O
sacerdote mistura uma pequena porção da hóstia consagrada ao vinho consagrado,
para sublinhar o tema da unidade: Corpo + Sangue. Nesse momento canta-se
ou recita-se o “Cordeiro de Deus”, enquanto o sacerdote se prepara, com uma
oração silenciosa, para receber com fruto o Corpo e Sangue de Cristo.
Convite à Ceia - O presidente mostra o Corpo do Senhor, fazendo o
convite: “Felizes os convidados...” Depois, unindo-se à assembléia, responde
com as palavras do oficial romano: “Senhor, eu não sou digno...” (Lc 7,6s).
Comunhão - Enquanto o sacerdote e os fiéis comungam, entoa-se o
canto da comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos
comungantes. Demonstra a alegria dos corações e torna mais fraterna a procissão
dos que vão receber o Corpo de Cristo. Quem o distribui diz com
convicção: “O Corpo de Cristo!” Nós respondemos: “Amém!” Pode-se comungar com a
mão ou com a boca.
Ação de graças - Toda a celebração Eucaristia consiste numa ação de
graças, mas este é o momento oportuno para agradecer em silêncio ou com um
canto de louvor. Nunca compreenderemos plenamente o que Deus fez por nós e
nunca conseguiremos agradecer de modo perfeito. Por isso, de todo o coração,
devemos adorar o Senhor que está agora também nos corações dos fiéis.
Oração pós-comunhão - O presidente, de pé, convida à oração dizendo:
“Oremos!”. É a terceira oração presidencial, e se dirige a Deus em forma de
pedido. O sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela
aclamação Amém, faz a sua
oração.
X RITOS FINAIS
Avisos -
(quando necessário)
Bênção
final - No
início marcamos nosso corpo com o sinal-da-cruz e com a presença da Trindade.
Na bênção final, é a própria Trindade que nos abençoa e acompanha pela vida.
Em ocasiões especiais há formulários próprios de bênção solene (advento,
natal, páscoa, festas...).
Despedida
- O
presidente da celebração (ou o diácono) despede a assembléia em paz. Todos
devem voltar às suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas
obras.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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