ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DOS
PADRES
1. Introdução
Leitor 1: Unidos em oração, oferecemos
esta oração pelos sacerdotes do mundo inteiro. São eles encarregados de nos
alimentar espiritualmente com a pregação do Evangelho e com os Sacramentos, e
de nos guiar na caminhada rumo à vida eterna. À luz da Encíclica do Papa sobre
a Eucaristia, vamos pedir santidade para todos os padres.
Leitor 2: Na exortação de João Paulo II e
de Bento XVI ressoa o convite que vem do coração do próprio Cristo: “permanecei no meu amor...
sede meus amigos” (Jo 15,9). É o convite a viver nele, numa dimensão relacional
com aquele que é o Verbo da vida, em sintonia com os seus sentimentos, coração
a coração, como dizia São Paulo: “tende os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl
2,5).
Pr A nossa “existência” sacerdotal
é chamada a ser: existência grata, doada, salva para salvar, que faz memória,
consagrada, tendente para Cristo, eucarística, na escola de Maria (cfr. João Paulo II, carta do Quinta-feira
Santa 2005). A esta nossa vida profundamente relacionada com Cristo, chegamos
por meio de uma experiência de fé vivida: “estar diante de Jesus Eucaristia,
aproveitar, num certo sentido, das nossas “solidões” para preenchê-las desta
Presença, significa dar à nossa consagração todo o calor da intimidade com
Cristo, do qual recebe alegria e sentido
nossa vida” (Carta do
Quinta-feira Santa 2005, n. 6).
Leitor 1: O segredo de uma autêntica vida
sacerdotal é o amor apaixonado por Cristo que conduz ao anúncio apaixonado de
Cristo: “o seu segredo está na ‘paixão’ que ele vive por Cristo. São Paulo
dizia: ‘ para mim o viver é Cristo’ (Fl 1,21)” (Carta do Quinta-feira
Santa 2005, n. 7).
Leitor 2: O sacerdote redescobre e vive
profundamente a sua identidade quando se decide a não antepor nada ao amor de
Cristo e a fazer dele o centro da própria vida. Somos chamados a “retornar
sempre de novo à raiz do nosso sacerdócio. Esta raiz, como bem sabemos é uma
só: Jesus Cristo Senhor” (Bento XVI, Discurso aos Párocos de Roma, de 13
de maio de 2005).
Pr: Esta experiência de relação com
Cristo consiste em entrar na sua
amizade, até ao ponto de não poder prescindir dele, em não sentir-se
mais sós, nem duvidar do seu amor. “O Senhor nos chama amigos, nos faz seus
amigos, confia em nós, nos confia o seu corpo na eucaristia, nos confia a sua
Igreja. E então devemos ser realmente seus amigos, ter com Ele um só sentir,
querer aquilo que Ele quer e não querer aquilo que Ele não quer. Jesus mesmo nos
diz: ‘vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando’ (Jo 15,14)” (Bento
XVI, ibidem).
2. Salmodia
Salmista: Salmo 23 (versão do ODC)
“Eu sou o
bom pastor: conheço minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14)
Como os antigos roemiros do povo de Deus, cantemos nossa
confiança no Senhor, pastor que nos conduz e nos acolhe como hóspedes queridos.
1. Pelos prados e campinas verdejantes, eu vou... * É o Senhor que me leva a
descansar.
Junto às fontes de águas puras, repousantes, eu vou! *Minhas forças o
Senhor vai animar.
Tu és Senhor, o meu Pastor. * Por
isso, nada em minha vida faltará! (bis)
2. Nos caminhos mais seguros junto dele,
eu vou! * E pra sempre, o seu nome eu honrarei.
Se eu encontro mil abismos nos caminhos, eu vou! * Segurança sempre tenho
em suas mãos.
3. No banquete em sua casa, muito alegre, eu vou! * Um lugar em sua mesa, me
preparou.
Ele unge minha fornte e me faz ser feliz. * E transborda a minha taça em
seu amor.
4. Co’alegria e esperança caminhando eu vou! * Minha vida está sempre em suas
mãos.
E na casa do Senhor, eu irei habitar * E este canto para sempre irei
cantar!
Salmista:
Salmo 111(110) (versão do ODC)
“Grandes e maravilhosas são as tuas ações,
Senhor, deus todo-poderoso” (Ap 15,3).
Com toda a
Igreja, adoremos ao Senhor e agradeçamos a aliança que fez conosco. Ele nos
coloca no caminho da justiça e da libertação.
1.
Dou graças ao Senhor de coração * Com os santos todos seus em comunhão.
São
grandes as proezas do Senhor, * Matéria são de estudo e de amor.
2.
Bonito e formidável que ele faz, * Ninguém sua justiça abafa não;
Deixou
uma coleção de maravilhas * E conosco tem carinho e compaixão.
3.
Fornece a quem o teme o alimento * Se lembra que assinou uma aliança;
Demonstra
ao povo todo seus portentos * E deixa-lhe as nações por sua herança.
4.
É justo e verdadeiro o que ele faz, * Comprova que é fiel nas suas leis,
Pois
foram preparadas para serem * Bem cumpridas com verdade e honradez.
5.
Envia a liberdade ao povo seu, * Renova para sempre o seu amor
Principio
de saber: temer a Deus! * Cantemos para sempre o seu louvor!
6.
Ao Pai que a todos nós se manifesta * Ao Filho Jesus Cristo; o Salvador,
Ao
Espírito que habita em vosso peito, * Toda a honra, toda graça, todo amor!
3. Eucaristia dom do Coração de Jesus e sacerdócio
Leitor 1: Neste Ano da Eucaristia queremos
pedir a graça de uma santidade sempre maior para os nossos padres. Que eles
possam avançar nas águas mais profundas do amor a Cristo e de dedicação aos
irmãos.
Leitor 2: João Paulo II na Encíclica Ecclesia de Eucharistia e na Exortação
Apostólica Mane nobiscum Domine,
nos traçou linhas de “espiritualidade eucarística” para todas as vocações. Ao
reler estes textos nos sentimos profundamente tocados, especialmente se fizemos
a experiência diante do Tabernáculo. Cristo continua a falar hoje, de coração a
coração.
Todos: Santificai, Senhor, os
nossos padres!
Pr: As palavras da consagração
eucarística nos modelam e nos transformam, são uma “fórmula de vida”; por isso
somos “envolvidos neste movimento espiritual” de transformação em Cristo (João Paulo II, Carta do
Quinta-feira Santa, nn. 1 e 3).
A nossa espiritualidade cristã e sacerdotal é relacional, de amizade, é
oblativa em união com a caridade do Bom Pastor, é transformante porque faz de
nós um sinal claro do próprio Jesus, é mariana porque ligada à escola de Maria,
é de comunhão eclesial, é ministerial, ou seja, “de serviço”, é missionária...
É sempre invadida pelo agradecimento “eucarístico” de quem se sente amado pelo
Senhor e, portanto, o quer amar de todo o coração e fazer com que todos o amem. Neste sentido, toda a nossa vida é centrada
na Eucaristia, qual mistério pascal, que se anuncia, celebra, vive e se
comunica aos outros. Por isso “se a Eucaristia é centro e cume da vida da
Igreja, ao mesmo tempo o é do ministério
sacerdotal” (Ecclesia de Eucharistia, n. 31).
Consequentemente, esta vida relacional, para nós como para todos os fiéis
na Igreja, se insere no chamado divino a ser “almas enamoradas dele, capazes
permanecer longamente sua escutar a voz e quase a sentir as palpitações do seu
coração”
(Mane nobiscum Domine, n. 18).
Quando entramos nos sentimentos de Cristo, no seu próprio coração,
especialmente na celebração eucarística, sentimos o chamado a continuar esta
busca íntima durante o dia, sem poder deixar de “demorar-se longamente no
diálogo com Jesus Eucaristia” (Mane nobiscum Domine, n. 30). Se não
experimentamos a intimidade com Cristo, a “identidade” e a “existência”
sacerdotal se diluem e então não encontramos mais sentido para a nossa
vida: “Jesus no tabernáculo vos espera
junto dele, para derramar nos vossos corações aquela íntima experiência da sua
amizade, única a dar sentido e plenitude à vossa vida” (Ibidem).
Todos: Santificai, Senhor, os
nossos padres!
Leitor 1 O papa Bento XVI, dirigindo-se aos
sacerdotes no último dia 13 de maio, nos convida com insistência a considerar esta intimidade
com Cristo como “prioridade pastoral”:
“Por isso o tempo dedicado a estar na presença de Deus é uma verdadeira
prioridade pastoral, em última análise, a mais importante” (Bento XVI, Discurso de 13 de maio de 2005).
Todos: Santificai, Senhor, os
nossos padres!
Leitor 2: A nossa relação com a Eucaristia fundamenta a nossa relação com a Igreja
como corpo eclesial de Cristo. Daqui nasce a força da nossa caridade pastoral
que constitui a nossa principal atitude e o nosso principal serviço, que é “o
ofício de amar”: o sacerdócio ministerial tem uma relação constitutiva com o
Corpo de Cristo, na sua dupla e inseparável dimensão de Eucaristia e de Igreja,
de corpo eucarístico e do corpo eclesial. Por isso o nosso ministério é “amoris Officium” (Santo Agostinho em Johannes
Evangelium Tractatus, 123, 5), é ofício do Bom Pastor, que oferece a vida
pelas ovelhas (cfr. Jo 10, 14-15)”
(Bento XVI, ibidem).
Todos: Santificai, Senhor, os nossos padres!
Pr: Esta vida eucarística,
sacerdotal e missionária, na comunhão da Igreja, aprende-se vivendo no Cenáculo
“com Maria a Mãe de Jesus” (At 1,14). Podemos imitar nela a sua sintonia de
sentimentos com o Coração Sacerdotal de Cristo, porque ela é nossa Mãe pelo
fato de ser a “Mãe do único e Sumo
Sacerdote. Justamente da nossa união com Cristo e a Virgem tiram seu alimento,
aquela serenidade e aquela confiança que todos necessitamos quer para o
trabalho apostólico, quer para a nossa existência pessoal. (Bento XVI, 13 de
maio de 2005).
Salmista: Cântico
Fil 26-11
“Não existe
amor maior do que dar a vida pelos seus amigos” (Jo 15,13).
Com as palavras de um dos hinos mais antigos
das comunidades cristãs, adoremos a Jesus Cristo que se abaixou e veio ao
encontro dos pobres.
1.
Jesus Cristo sendo Deus, *Disso não se aproveitou
Rebaixou-se
a si mesmo, * Feito escravo se encontrou.
2.
Ser igual a um de nós * Era pouco pra Jesus;
Humilhou-se e obedeceu * Indo até
morrer na cruz.
3.
Deus por isso, o elevou, * E um nome tal lhe deu;
Que
se curvem diante dele * O inferno, a terra e o céu.
4.
Toda língua, então, confesse, * Para a glória de Deus Pai,
Jesus
Cristo é o Senhor. * Para a glória de Deus Pai.
Pr: Rezemos, irmãos, pela
santificação de todos os padres, para que eles saibam cultivar uma verdadeira
amizade com Cristo, na intimidade da oração e na contemplação do seu Coração
Sacerdotal na Eucaristia. Jesus, na Última Ceia, rezou pelos apóstolos e por
todos os padres. Neste momento, queremos fazer reviver a sua oração através dos
nossos lábios e do nosso coração (cf. Jo 17):
A – Pai, chegou a hora./ Glorifica
teu filho, para que teu filho te glorifique./ A fim de que dê a vida eterna a
todos os que lhe deste.
B – Eu te glorifiquei na terra / realizando
a obra que me deste para fazer.
A - Pai, manifestei o teu nome aos homens/ que, do mundo, me deste / e
eles guardaram a tua palavra.
B - Pai Santo, guarda-os em teu
nome,/ para que eles sejam um, como nós somos um / e tenham em si a minha
alegria em plenitude./ Eu não rogo que os tires do mundo,/ mas que os guarde do
maligno.
A - Consagra-os pela verdade: a
tua palavra é a verdade./ Assim como tu me enviaste ao mundo,/ eu também os
enviei ao mundo./ Eu me consagro por eles,/ a fim de que também eles sejam
consagrados na verdade.
B - Eu não rogo somente por eles,/
mas também por aqueles/ que vão crer em mim pela palavra deles./ Que todos
sejam um,/como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti./ Que eles estejam em nós,/ a
fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
A - Eu neles e tu em mim,/ para
que sejam perfeitamente unidos/ e o mundo conheça que os amaste/ antes da
criação do universo.
B - Pai, quero que estejam comigo
aqueles que me deste,/ para que contemplem a minha glória./ Eu lhes fiz
conhecer o teu nome,/ e o farei conhecer ainda,/ para que o amor com que me
amaste/ esteja neles e eu mesmo esteja neles.
Todos - Amém.
Pai-Nosso...
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que,
alegrando-nos pela solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as
maravilhas de seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de
graças. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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