No
dicionário: SACRIFICIO: Oferta a uma divindade, acompanhada de certas
cerimônias. Imolação de vitimas em holocaustos; oblação. Santo Sacrifício: A
missa católica, em que se celebra o santo sacrifício de Jesus Cristo na cruz.
OBLAÇÃO:
Objeto que se oferece a Deus ou aos santos; oblata. Oferta; oferecimento. Parte
da missa católica em que o sacerdote oferece o pão e o vinho. A oblação é o ato
pelo qual um cristão se oferece a Deus.
Lendo atentamente as passagens bíblica vemos que no Gn 4,
2-4: a oferenda de Abel a Deus tiradas
das primícias e da gordura de seu rebanho foi a que Deus se agradou. Depois vemos no Gn 8, 20-21: Noé
depois do dilúvio ofereceu holocaustos a Deus e Iahweh respirou o agradável
odor. No mesmo Gn 14, 18-20: Melquisedec trouxe pão e vinho e era sacerdote do
Deus altíssimo e pronunciou a bênção. Ainda no mesmo livro do Gn 22, 1- 13
vemos o sacrifício de Abraão. Deus coloca Abraão à prova e pede uma oferenda de
seu único filho em holocausto. Abraão sem titubear, mas de coração partido
segue para a terra de Moriá para fazer a vontade de Deus.
Destes trechos detectar o significado de
“sacrifício e oblação” fazendo paralelos com a carta aos Romanos e Hebreus.
Rm 12, 1-2
Cada cristão oferece a si mesmo, sendo ele próprio o sacerdote e o sacrifício
vivo. Tal sacerdócio é exercido de modo prático através do não-conformismo, que
sabe distinguir a vontade de Deus que leva à justiça e à vida.
Hb
9, 1-28; 10, 5; 10, 12; 11, 4; 13, 11; 13, 15. O
ato mais importante do culto judaico não abria o caminho do verdadeiro
santuário, isto é, do acesso a Deus.
Aquilo que os judeus esperavam da liturgia para o perdão dos pecados
realizou-se concreta e definitivamente na Páscoa de Cristo. Nele está presente
o santuário, o sacerdote e o sacrifício. Ele derrama o próprio sangue, isto é,
oferece conscientemente sua vida a Deus em benefício dos homens, seus irmãos.
Desse modo, ele é o homem que, com a sua obediência, purifica a partir de
dentro a consciência humana.
Desta vez,
um homem tem acesso junto ao próprio Deus. Ressuscitado e vivo para sempre,
Cristo permanece nessa relação de presença diante de Deus e de dom em favor dos
homens; é relação assumida uma vez por todas, definitiva e eternamente. Não
existe outro sacrifício a ser realizado. Chegou o tempo final. Para os judeus,
sangue e sacrifício estão ligados com perdão e aliança (cf. Ex 24). A nova
aliança foi estabelecida pela morte e ressurreição de Cristo. O autor joga com
os dois sentidos da mesma palavra que, em grego, significa «aliança», mostrando
que Jesus, com sua morte, deixou-nos a nova aliança como testamento. Cristo é
ao mesmo tempo redentor e mediador: nele encontramos o perdão e nele nos
relacionamos com Deus.
O que o
sacerdócio, o culto e os ritos buscavam sem obter, torna-se realidade na morte
e ressurreição de Cristo: o pecado é perdoado, abre-se o acesso a Deus e a
reconciliação se realiza. O acontecimento pascal é vivo, eficaz e eterno. Jesus
se ofereceu e agora está continuamente junto a Deus, intercedendo em favor dos
homens. Ele voltará, não para um novo sacrifício, mas para dar aos fiéis a
plenitude da salvação. Temos um sacerdote eminente à frente da casa de Deus.
O
sacrifício de Cristo, a existência inteira de Jesus, todo o movimento de sua
consciência é o verdadeiro ato sacerdotal, o grande e perene ato de oferta. Ele
tira o pecado, restabelece a ligação com Deus mediante a sua própria pessoa e
experiência viva. Funda a nova aliança, o povo novo que pode ter acesso a Deus.
E o caminho para esse acesso é o compromisso de fé com Cristo, compromisso que
nenhuma liturgia pode substituir. Doravante, o caminho que leva os homens para
Deus é a pessoa de Jesus, através de sua atividade e sacrifício. Por seu
testemunho na vida e na morte, Jesus Cristo tornou-se o modelo para a
realização definitiva do mundo humano.
A tarefa dos cristãos é continuamente
redescobrir Jesus e apresentá-lo como ideal concreto para a própria geração.
Fora de Jesus, nada é absoluto e definitivo. O mundo humano precisa ter os
olhos fixos em Jesus, a fim de criticar o presente e o passado e assim criar
novos momentos históricos. O verdadeiro culto dos cristãos a Deus é o louvor
que o reconhece como Deus, e ao mesmo tempo relativiza tudo o mais. Em relação ao
próximo, esse culto consiste na partilha e na solidariedade.
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia de Jerusalém – São Paulo – Editora: Paulus,
2002.
Bíblia do Peregrino – São Paulo: Editora Paulus – 2ª
ediação – 2002.
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, São Paulo –
Editora: Paulus, 1990.
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