O sangue para a expiação
O simbolismo do sangue
(Lv, 17, 10-14; Gn 9,4; Dt 12,15-25)
Os
sacrifícios para a expiação eram a porta de entrada para o
Tabernáculo, onde o Deus santo encontrava o homem pecador. Para que o homem
saísse vivo desse encontro, o pecado tinha de ser tratado, e isso só poderia
ser feito através do sangue. Na verdade, o sangue era vital, pois Deus disse: “o sangue é a vida da carne, e esse sangue eu lhes dou para fazer o rito de expiação sobre o altar, pela vida de vocês; pois é o sangue que faz a expiação pela vida” (Lv 17,11). Também os textos de Gn 9,4
e Dt 12,15-25, querem expressar esta mesma idéia: O sangue significa vida.
Logo, beber o sangue seria destruir a vida. Derrama-se junto do altar para
significar o regresso da vida a Deus assim, o sangue não devia servir de
alimento, porque ele é vida, e esta pertence unicamente a Deus. Esta Lei sobre
o sangue mostra o caráter sagrado da vida, e o pecador era ensinado que o
pecado exigia a entrega de sua vida, mas Deus, misericordiosamente, aceitava os
sacrifícios como substituto.
A palavra expiação é frequentemente
usada no Antigo Testamento em conexão com os sacrifícios típicos da lei e o
fazer expiação pelo pecado (Levítico 1:4, 4:20, 26, 31, 35; 5:6, 10, 13, 16,
18; 16:6, 10, 11,16-18, 27, 30, 32-34; 17:11). O significado básico da palavra
é “cobrir”. Como o piche com o qual a arca foi coberta, cobriu Noé e sua
família do dilúvio da ira de Deus, assim o sangue de Cristo cobre os eleitos de
Deus. Como o sangue do cordeiro pascal, aspergido sobre o propiciatório cobria
o transgressor da lei de Deus, assim o sangue de Cristo cobre e apaga os nossos
pecados. Como o sangue sobre as portas de Israel fez com que o Senhor Deus,
vendo o sangue, passasse de lado e poupasse os Israelitas, quando o julgamento
veio sobre o Egito, assim o sangue de Cristo fará com que o Senhor Deus poupe
os pecadores escolhidos e redimidos no dia da Sua ira e julgamento.
O termo hebraico pra “sangue” é no
AT, dan; o plural significa “derramamento de sangue” ou “culpa
de sangue”; ‘ish damim’ é o homem que
carrega a culpa do sangue, por ter cometido um homicídio. Israel considerava o
sangue como a sede da vida, conforme Lv, 17, 11, e chega até identificar
inteiramente vida e sangue (Gn 9, 5; Lv 17, 14; Dt 12 23). Como podemos ver nos
relatos “Derramar sangue” e “buscar
sangue” são expressões que significam o mesmo que tirar a vida e atentar conta
a vida. O rei Davi se nega a “beber o sangue”, isto é, a água que seus heroicos
companheiros foram buscar para ele bebe com perigo de suas vidas (2 Sam 23,17).
Segundo Lc 22,44, uma grande angústia pode fazer sair dos poros sangue
misturada com água. No NT “carne e sangue” é uma figura para designar o homem
material, natural, em contraste com o sobrenatural (Mt 16, 17). Nesse sentido vemos que o sangue pertence a
Deus. Deus permite que este sangue sirva para expiação.
Por fim, para os hebreus o sangue é
a alma do homem. O pecado nos afasta de Deus, se está se afastando de Deus,
está perdendo a vida. A maneira de se aproximar de Deus é usar o sangue para
fazer a expiação pela vida. A expiação pelo sangue nos permite reaproximar de
Deus, pressupõe reconstituir a aliança que rompida o pecado é uma ruptura da
aliança. Mais tens suas consequências: se dever evitar o entendimento deste
sacrifício de expiação como uma forma de agradar ou influenciar a Deus, para
obter recompensa. Só Deus pode permitir a sua reconciliação com Ele, com a
remissão dos pecados. Não é substituição penal, o ION KIPPUR, o sangue não me
pertence e sim a Deus. Por isso não posso usa-lo em meu próprio beneficio. Não
é uma substituição, é expiação: eu pequei logo morrer, no lugar de morrer eu
substituo por outro, é errado porque o sangue é propriedade de Deus.
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia de Jerusalém – São Paulo – Editora: Paulus,
2002.
Bíblia do Peregrino – São Paulo: Editora Paulus – 2ª
ediação – 2002.
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, São Paulo –
Editora: Paulus, 1990.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário