O
SACRIFÍCIO PASCAL OU BANQUETE PASCAL
Vendo o contexto histórico
nas citações mencionadas sobre a Páscoa, podemos então falar um pouco sobre a
Páscoa na História do Povo de Israel. É a partir desse momento da história, que
o povo de Deus celebra a Páscoa toda a primavera, obedecendo às instruções
divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” conforme podemos ver
no relato de Ex 12,14. Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o
sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção
do templo, em cada Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias,
sacrificavam cordeiro, retiravam todo o fermento de suas casas e comiam ervas
amargas. No AT há relatos de várias ocasiões em que uma Páscoa especialmente
relevante foi celebrada na cidade santa (2 Cr 30.1-20; 35.1-19; 2 Rs 23.21-23;
Ed 6. 19-22). Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira.
(Lc 2.41-50). Jesus ia cada ano a Jerusalém para participar da Páscoa (Jo
2.13). Assim como a ultima ceia que Jesus participou com seus discípulos, antes
da cruz, foi a refeição da Páscoa (Mt 26. 1,2, 17-29). Nesse sentido podemos
dizer que a Páscoa era uma comemoração da passagem da escravidão para a
liberdade. Semelhantemente, a Ceia do Senhor, a Páscoa do NT, tem o propósito
de lembrar-nos da salvação em Cristo e da nossa redenção do pecado e da
escravidão a Satanás 1Cor. 11. 24,25.
De acordo com Ex. 12, 42-49. Era chamado a fazer
parte desse grande banquete, todos os filhos de Israel nas suas gerações.
Nenhum filho de estrangeiro comerá (Ef 2. 19). Mais era permitido comer desse
banquete qualquer servo, depois que houvesse sido circuncidado. Mas fica bem
claro que estrangeiro e o assalariado não deverão comer. (Ef 2,12). Mais se ele se hospedar e quiser
celebrar a Pascoa ao Senhor, que ele seja circuncidado.
Para fazer parte dessa comunidade é preciso
observar a Lei Deus ordenou que a nação
reconhecesse esse fato, dedicando seus primogênitos ao seu serviço.
Posteriormente vemos que essa lei foi transferida aos Levitas, passando eles a
representar o povo. Porém os israelitas tinham que “redimir” esses filhos
primogênitos mediante o pagamento de um preço. No NT de acordo com o ícone da
apresentação de Jesus ao Templo vemos que Jesus é oferecido ao Senhor e
resgatado em troca de rolas ou pombos. José e Maria apresentaram a Jesus no
templo como seu primogênito, em obediência a lei (Lc 2, 22,23,27).
A festa dos Asmos era a festa que Israel devia continuar
a observar após entrar em Canaã. Essa festa representava a consagração do Povo
de Deus, tentado em vista a sua redenção do Egito. Nesse contexto, fermento, um
agente que causa fermentação, simboliza o pecado e os “pães asmos” sem fermento
simbolizam o arrependimento, o repúdio do pecado e a dedicação a Deus. Tendo
fermento, isto é, pecado tinha que ser removido da casa dos israelitas.
Portanto vemos que no NT se estabelece um vínculo entre a Festa e o ato que
Jesus expurga a maldade e malícia e viver em ‘sinceridade e verdade (1Cor, 5,
6-8). A refeição da Páscoa assinalava o início da Festa dos Pães Asmos, que
pronunciava a importância da fé no Cordeiro sacrificial e a obediência a Ele.
Todos deviam arrepender-se de seus pecados e viver para Deus, em humilde
gratidão. Nós do ocidente celebramos a Páscoa com pão ázimo, como no batismo
expressando a promessa de morrer para o fermento. Tem uma nova vida em Cristo.
Já para os Orientais a Páscoa é celebrada com o Pão fermentado, porque devemos
ser fermento no mundo.
De acordo com o profeta Isaias no relato de 11, 11-16 ele faz referencia a
Páscoa do futuro o NT. O profeta lembra-se ou seja, faz memória no sentido
(Zikkaron), a um novo Êxodo, onde a era messiânica será caracterizada pela
ausência de inimizade, crueldade e hostilidade, simbolizando aqui pela paz
entre os animais. O Messias trará paz à terra e transformará os homens e a
natureza como o furto último da redenção. O tempo final do reino messiânico
será precedido de um reagrupamento dos judeus que aceitaram o Cristo. “naquele
dia o Senhor tornará a estender a sua mão para resgatar o resto do seu povo, a
saber, aquilo que restar na assíria e no Egito, em Patros, m Cuch e no Elam, em
Senaar, em Emat, nas ilhas do mar”.(Is 11,11).
Portanto nós Cristãos ainda estamos na
Eucaristia. A Missa não é simplesmente uma memoria do passado mas sim, uma
antecipação do futuro. Não comemes e
bebemos simplesmente o pão e o vinho, mais a comida dos Santos Anjos. Na Ecclesia De
Eucharistia Do Sumo Pontífice João Paulo
II ele nos fala claramente logo no inicio:
A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não
exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do
mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a
realização incessante desta promessa: “Eu estarei sempre convosco, até ao fim
do mundo” (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela
conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença
com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova
aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento
divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança. (JOÃO
Paulo II Ecclesia de Eucharistia , n° o1).
De acordo com o relato da Pascoa Judaica e da
ultima Ceia podemos ver os paralelos. A primeira Páscoa, a qual foi realizada no
Egito, foi diferente das demais que foram realizadas posteriormente. A Páscoa
realizada no Egito está relacionada à décima praga; a morte dos primogênitos
dos egípcios e de seus animais e, também com a saída de Israel do Egito (Êx
12). Portanto, o sangue aspergido nos marcos das portas, fora efetuada com fé
obediente (Êx 12.28; Heb 11.28); essa obediência pela fé, então resultou na
redenção mediante o sangue (Êx 12.7,13).
As celebrações anuais da Páscoa judaica concentravam-se em dois principais propósitos, que são: Memorial (Êx 12.27). Simbolismo Profético: - (João 1.29). A Epístola aos Hebreus mostra-nos que os
sacrifícios do A.T., eram na melhor das hipóteses, uma resposta incompleta do
problema do pecado (Heb 8; 9; 10.1-15). Na instituição da Santa Ceia, Jesus tomou os
elementos da Páscoa e deu uma nova significação. Mateus relata: “Enquanto
comiam, [...]’” (Mat 26.26-30). A Páscoa judaica encontra seu comprimento e
seu fim na, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Por fim, a Páscoa no A.T. e a Ceia do Senhor Jesus no N.T.,
ambas apontam para uma mesma coisa; o Sacrifício de Jesus Cristo. Podemos
observar que, “duas festas uniram-se nesta celebração”. No cenáculo deu-se um
acontecimento notável: A Festa Pascal foi solenemente encerrada (Luc 22.16-18),
e a Ceia do Senhor Jesus instituída com uma solenidade ainda mais sublime do
que a Páscoa (Luc 22.19-21; 1 Cor 5.7). Portanto, naquela ocasião terminou um
período e começou outro; Cristo era o cumprimento de uma ordenança e a
consumação da outra. A Páscoa agora tinha servido seu propósito profético,
porque o Cordeiro que o sacrifício simbolizava, ia ser morto naquele dia. Por
isso foi substituída por uma “nova instituição”, apresentando a verdadeira
realidade do Cristianismo, como a Páscoa tinha apresentado a do Judaísmo.
BIBLIOGRAFIA:
Bíblia de Jerusalém – São Paulo – Editora: Paulus,
2002.
Bíblia do Peregrino – São Paulo: Editora Paulus – 2ª
ediação – 2002.
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, São Paulo –
Editora: Paulus, 1990.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
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