O PROJETO
ECLESIOLÓGICO DO VATICANO II
O CONCÍLIO VATICANO II FOI, ANTES DE TUDO,
UM CONCÍLIO DA IGREJA E SOBRE A IGREJA.
O Concílio Vaticano II (CVII),
XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis",
pelo Papa João
XXIII.
Este mesmo Papa
inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de Outubro de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só
terminou no dia 8 de
Dezembro
de 1965, já sob o
papado de Paulo VI.
Pela primeira vez, na história da Igreja,
estiveram representadas, em um concílio, todas as Igrejas locais, na variedade
dos povos, das raças, das culturas, dos problemas e
desafios.
O Concílio tratou da Igreja em todas as suas
dimensões e aspectos.
Teve quatro objetivos:
v Apresentar uma noção clara da Igreja, sua
autocompreenção;
v Tratar da renovação da Igreja, chamada por
João XXIII de aggiornamento (atualização e abertura);
v Procurar a restauração da unidade dos
cristãos, não como simples volta a um rebanho, mas como busca da plena
catolicidade na universidade de liturgias, de tradições, de espiritualidades e
carismas;
v Tratar da presença da Igreja no mundo;
O Concílio, de fato, procurou estender uma
ponte entre a Igreja e o mundo moderno. Além da Eclesiologia, o Vaticano II elaborou
um novo projeto Eclesiológico para a Igreja, que estava se preparando para
entrar no terceiro milênio de sua existência. Os dois pilares desse projeto são a
Constituição Dogmática Lumen Gentium e a
Constituição Pastoral Gaudium et Spes. Na primeira, o Concílio trata da
consciência da Igreja, da sua autocompreensão. Na segunda, trata da presença da
Igreja no mundo. No desenvolvimento do seu projeto, o Concílio
seguiu uma linha histórico-salvífica: a Igreja como criação do Pai através da
obra redentora do Filho, no Espírito Santo. A Igreja, ao mesmo tempo, como fruto da
salvação e como comunidade de graça e salvação. Para falar da Igreja, o Concílio assumiu a
perspectiva da fé, ou seja, a Igreja em relação a Cristo. O olhar do Concílio
se dirigiu da Igreja para Cristo e de Cristo para a Igreja.
Charles Journet, afirma que os evangelhos
registram
Três olhares sobre Jesus:
q Alguns lançaram sobre ele um olhar
meramente humano. Não conseguiram ver em Jesus mais do que um simples um
homem (Mc 6, 2-3) e (Mc 3, 22);
q Alguns lançaram sobre Jesus um olhar humano
mais profundo. Descobriram que era alguém cheio de sabedoria do Espírito
e movido pelo Sopro divino. Acharam que era um grande profeta (Mc 6, 15-16);
q Os que lançaram sobre Jesus o olhar da fé
descobriram sua identidade íntima e puderam exclamar com Pedro: “Tu és o
Messias, o Filho do Deus vivo!” (Mt. 16, 16). Ou com S. Tomé: “Meu Senhor e meu
Deus!” (Jo 20, 28).
Analisaremos aqui apenas
seis aspectos do Concílio Vaticano II
ü A
eclesiologia de comunhão;
ü O processo
de gestação da Igreja;
ü O ser
relacional da Igreja;
ü Igreja
sacramento universal de salvação;
ü Igreja –
povo missionário;
ü Igreja a
serviço não só de seus membros, mas de todos os seres humanos.
A ECLESIOLOGIA DE COMUNHÃO
q DEUS É UM MISTÉRIO
DE COMUNHÃO EM TRÊS PESSOAS
q A GREJA TEM SUA ORIGEM NA TRINDADE
q A IGREJA NASCE DA MISSÃO DO FILHO E DO
ESPÍRITO SANTO
q ALGUNS
INSTRUMENTOS PRÁTICOS DE COMUNHÃO NA IGREJA:
q O MINISTÉRIO
PETRINO
q A
COLEGIALIDADE DOS BISPOS
q AS
COFERÊNCIAS EPISCOPAIS
q OS CONSELHOS
DE PRESBÍTEROS
q OS CONSELHOS
DE PASTORAL
O PROCESSO DE GESTAÇÃO DA IGREJA
A Teologia sempre tratou da origem da Igreja.
A Lumen Gentium mostra que a Igreja, embora tenha nascido do mysterium Christi
na sua totalidade, esteve em processo de gestação em toda a história da
salvação. A tese da Lumen Gentium é a seguinte: a
Igreja foi prefigurada desde o início da criação. Foi preparada na história do
povo de Israel. Foi fundada nos últimos tempos. Foi manifestada ao mundo no dia de
Pentecostes.
O SER RELACIONAL DA IGREJA
O Vaticano II apresentou a imagem de uma
Igreja não fechada sobre si mesma, mas em relação. Em primeiro lugar, em
relação com Trindade, se mistério e paradigma para sua organização. Uma Igreja
em relação com o mundo. Mundo entendido como totalidade da criação, da qual a
humanidade é parte. Mundo também no sentido humano, ou seja,
construído pelo ser humano: A família - O trabalho - A política - A
ciência - A técnica - A cultura
IGREJA, SACRAMENTO UNIVERSAL DE SALVAÇÃO
A Igreja não é sacramento fonte. O sacramento
fonte é o Verbo Encarnado. Ela é sacramento universal da salvação em Cristo.
Enquanto está unida a ele como seu corpo. Cristo torna-se presente e age
salvificamente através da Igreja, que anuncia sua Palavra e celebra os sinais
sacramentais. Portanto, em Cristo, a Igreja é, ao mesmo tempo, instrumento e
sinal de salvação.
IGREJA, POVO MISSIONÁRIO
A Teologia sempre ensinou que a missão teve
origem no mandato de Cristo: “Ide, anunciai o evangelho a toda criatura” (cf.
Mc 16, 15). O decreto vai além: coloca a origem da missão na própria Trindade.
A missão da Igreja nasceu da missão do Filho e do Espírito, enviados pelo Pai
ao mundo.
Historicamente, a missão começou no domingo
de Páscoa
(cf. Mc. 16, 17).
IGREJA A SERVIÇO DE TODOS OS SERES HUMANOS
Por fim, Cristo revela, antes de tudo, a
dignidade sagrada do ser humano. Este possui uma vocação divina. Encontra-se
numa relação única com Deus. É seu filho não só no sentido de que Deus é
criador de tudo o que existe.
O ser humano é filho no Filho de Deus que se
encarnou. Com seu mistério pascal, Jesus demonstrou ainda que nossa condição
definitiva não é a morte. É a ressurreição.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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