A ESPERA DE NOS ENCONTRARMOS COM CRISTO
Marcos
13, 24-32
No evangelho de hoje constata-se uma linguagem
apocalíptica. O sol se escurecerá, a lua
não dará seu resplendor; cairão os astros do céu e as forças que estão no céu
serão abaladas (Mc 13, 24-25). Contudo, para tranquilizar os cristãos de
sua comunidade o evangelista Marcos é incisivo lembra inicialmente o conselho
do Mestre (JESUS CRISTO) para não deixar-se enganar com tais discursos
insensatos (Mc 13, 5-8), não deve
haver preocupação alguma quanto à data do fim do mundo; o verdadeiro problema é
outro: trata-se de saber como é que
devem viver no dia de hoje os discípulos, neste mundo. Na época em que
Marcos escreve este capítulo do seu Evangelho, as comunidades cristãs estão
agitadas e assustadas por causa de guerras, de calamidades e de crises que
abalam o mundo inteiro. Na época atual também nós poderíamos sentir-nos
abalados defronte as constantes guerras presentes em alguns países, as várias catástrofes
naturais que acontecem com frequência, como também os cataclismos
(transformações bruscas) políticos, econômicos e sociais que se registram em
quase todas as partes do planeta. É bem verdade que as expectativas de um
futuro incerto amedrontam os corações das pessoas sem fé.
Neste sentido esta perícope de Marcos mostra que para os
discípulos, Cristo enuncia os sinais que antecedem grandes tribulações. Mas
promete atenção especial aos que perseveram, pois os anjos reunirão “as pessoas que Deus escolheu” (Mc. 13, 27).
Jesus convida todas as pessoas que sofrem porque ama a verdade, a paz, a
justiça, a liberdade a não desanimar. Mesmo nas horas mais tenebrosas eles
devem saber vislumbrar os sinais do reino que se aproxima. Resta-lhes para eles
a vigilância. Marcos quer nos mostrar que devemos ser cristãos perseverantes em
todos os momentos da vida, pregando o amor continuamente. A nossa salvação será
estabelecida sobre nossos atos de amor. O vigiai corresponde ao estar presente,
a não se omitir da realidade do mundo. Um dia nos será cobrada essa vigilância
em função do Reino de Deus. E se nós nos encontrássemos com Cristo hoje,
poderíamos afirmar que estamos preparados?
Ora, vigiar é estar preparado, na comunhão e no
testemunho diário. Nesta perspectiva podemos afirmar que acreditamos nas
promessas de Cristo, que aceitamos os caminhos estreitos, sofridos e dolorosos
muitas vezes que de forma natural a vida nos apresenta. Quando aceitamos um
compromisso com Ele, também aceitamos possíveis riscos. A Palavra de Jesus é
viva e eficaz, ela é portadora da verdade e da felicidade que de forma eminente
traz a salvação a todos quando escutada e praticada. Se Cristo nos chama
constantemente e promete dias melhores sempre, porque não abraçar com profunda
decisão e amor a sua proposta? Seguir seus passos é o grande compromisso que
nos obriga a vivenciarmos uma fé autêntica e madura.
Mediante isto, ao dizermos sim a Cristo, estamos também simultaneamente
dizendo não às nossas atitudes de comodismo. Para transmitirmos uma mensagem de
fé temos que possuí-la, ou seja, é preciso vivê-la. Ninguém oferece o que não
possui. Cada dia da vida é uma descoberta, um cenário novo. Cristo é uma
descoberta cotidiana, que se renova constantemente em nossos corações. Num
momento de provação, sua presença em nós é o maior de todos os pontos de apoio
para perseverarmos. O cristão que possui uma fé alicerçada em Cristo jamais se
desviará do caminho e se purificará cada vez mais. A dinâmica do cristão deve
ser a vigilância diária, pois ela é capaz de purificar todas as ameaças contra
a integridade espiritual. Por fim, a vigilância de cada Cristão nasce de uma
consciência eficaz, determinada, nasce do íntimo do coração de cada um, a
saber, de sua vontade própria, que distingue com nitidez a grande promessa: um
dia nós vamos nos encontrar com Cristo, fiquemos, portanto preparados. O que eu digo a vocês, digo a todos: fiquem
vigiando (Marcos 13, 37).
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
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