Maria é toda bela
“Maria inigualável beleza sem
mancha, porque é toda bela”
(Santo Ambrósio)
“Já bem antes da aurora o Senhor veio
ajudá-la e preparou, em santidade, uma morada para si”. (Ant. Liturgia das
Horas). Tudo o que de formoso e belo se pode dizer de uma criatura, cantamos
hoje à nossa Mãe do céu. Quase sempre, ao
refletir sobre a beleza de Maria, nos deparamos na consideração de suas
virtudes humanas e espirituais. Poucas vezes pensamos em sua beleza física.
Podemos tentar
imaginar a pessoa de Maria nos seguintes termos: Como a veriam seus parentes e
vizinhos? Uma jovem judia, mas ligada à vontade de Deus, mas não muito
diferente das outras da sua idade, e certamente não parecia capaz de obras que
mudassem o curso da humanidade. Certamente é
verdade que Deus quando pensou e criou Maria, o fez adornada das mais excelsas
virtudes no humano e no espiritual, também o não se pode duvidar de por nela as
mais apropriadas qualidades das belezas do corpo.
Nós sabemos que
Deus quis preparar como Mãe a mais bela das filhas de Israel. Maria a toda
bela, a inteiramente bela. Nada feio habita nela. Nada! Nem em sua alma nem em
seu corpo. Pelo menos aos olhos de Deus. O arcanjo Gabriel
o disse claramente: “Encontraste graça
diante de Deus”, quer dizer tu encantaste a Deus, o cativaste com a tua
beleza. Uma mulher humilde, silenciosa, pura, alegre, crente, preparada para a
dor e feita transbordante de amor pela misericórdia do Deus.
Pequenas
pinceladas, mas que já de per si deixam entrever, como em esboço, uma
esplendida obra de arte; “todas as
gerações me proclamarão bem aventurada!” A beleza de Maria
não pode esgotar-se em um livro, em um quadro, nem em uma escultura por geniais
que sejam seus autores. É um modelo de beleza que excede o pincel ou cinzel
mais dedicado de qualquer artista. Não é obra humana, mas diretamente divina,
por que o “Senhor está com ela”. Nas
palavras de São Luiz de Montfort: “Maria
é o paraíso de Deus, seu mundo inefável... Deus criou um mundo para si mesmo e
o chamou Maria”.
Só Deus pode
encher uma alma de graça com expressões de Paulo VI, “o espelho nítido e sagrado da infinita beleza, o rosto divino no rosto
humano, a beleza invisível em figura corpórea” Podemos presumir, e com toda
razão da Mãe que temos no céu. Não é para menos. Temos de nos sentir orgulhosos
de sermos de uma mãe. Não deveríamos de nos cansar de contemplá-la e admirá-la,
sua beleza é inigualável. Não deveríamos cessar de cantar suas glórias. Temos
de proclamá-la sempre ditosa, feliz, alegrando-nos com ela pelas maravilhas que
Deus operou em seu favor.
Com uma mãe
assim, não é pouca a nossa responsabilidade de sermos seus bons filhos.
Parecermos com ela, imitando-a e procurando obter as suas virtudes que
ornamentaram a sua vida. Seria estupendo se pudéssemos dizer com cada um de
nós: Este saiu igual à Maria... Porque é humilde, sensível, discreto, puro,
alegre, crente e transbordante de amor como o foi Maria. No seu plano de
salvação da humanidade, Deus determinou que Maria fosse escolhida como Mãe do seu
Filho feito homem. Mais ainda: Deus quis que Maria se unisse não só ao
nascimento humano do verbo, mas também a toda a obra da redenção que Ele faria
acontecer. No plano salvífico de Deus, Maria está sempre unida a Jesus. Por esta escolha admirável,
Maria, desde o primeiro instante de sua existência, ficou associada ao seu
Filho na redenção da humanidade. Apesar de todo pecado que impede este mundo de
ser um paraíso, diz Deus, o mal não vai ter a última palavra na vida humana.
A serpente,
representante do mal, vai nos ferir o calcanhar, mas a mulher, representante da
humanidade, acabará lhe esmagando a cabeça. Maria é como a nova Eva, nome que
parece significar vida, vitalidade, daí a expressão “mãe dos viventes” de quem nascerá uma nova descendência, que é a
igreja. A proposta do
anjo quer que Maria aceite, sem tudo entender que os caminhos misteriosos da
força de Deus passem através dela. Maria sabia que o que Deus lhe pediu só
poderia ser bom. “Para Deus, nada é
impossível”.
Crer no impossível de Deus é
acreditar que a vida humana tem sentido porque o Espírito Santo age na
história. Maria acreditou, colocou-se a serviço, e na simplicidade da sua
oferta contribuiu para mudar a história. Por tudo isso, a
maternidade de Maria ocupa na igreja, o lugar mais alto e mais próximo de nós;
é o modelo perfeito da igreja, do discípulo de Jesus e de todas as virtudes,
aquela a quem devemos contemplar em sua beleza inigualável no nosso esforço de
seguirmos a Jesus.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
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