Maria: A Virgem e Imaculada
Introdução
A
Imaculada Conceição de Nossa Senhora é uma verdade de fé, que consiste na graça
que Deus a concedeu para ser a mãe do Salvador. Deus, no momento da conceição da Virgem Maria, isto é, no momento
em que a alma inocente se une ao corpo escravo do pecado, preservou em Maria
esta mancha do pecado original. Nosso Senhor concedeu a Maira Santíssima este
favor, não por seu merecimento, mas pelos privilégios de Nosso Senhor Jesus
Cristo, dando então a ela uma Imaculada Conceição.
Provas da Sagrada Escritura
“Ave cheia de graça o Senhor estar
contigo”
cf. (Lc 1, 28) a saudação Angélica mostra muito bem a graça que Deus concedeu a
Maria Santíssima. A expressão “cheia de
graça” em grego “Kecharitoméneê”,
é empregada para designar a graça em seu sentido pleno. A tradução em latim
(Gratia plena), isto é “graça plena”
é mais perfeita do que a portuguesa “cheia de graça”. O arcanjo falando á Maria
que ela achara graça diante de Deus diz: “Maria,
sois imaculada, e por isto serás a mãe do salvador”.
“O Senhor é convosco” (Lc 1,28) estas
palavras angélicas, foram ditas antes da concepção pelo Espírito Santo, o que
mostra que Deus está com Nossa Senhora antes da encarnação do Verbo. E, onde
Deus habita não pode existir pecado, ou seja, ou seja, Maia não participou do
pecado original. Sendo assim preservada por vontade de Deus. “Mas, vindo Cristo, o Sumo Sacerdote dos
bens futuros. Por um maior e mais perfeito Tabernáculo, não feito por mãos,
isto é, não desta criação” (Hb. 9,11) aqui São Paulo se expressa sobre o
ventre que concebeu o menino Deus, e compara com um tabernáculo perfeito. Logo
onde Deus habita não pode existir imperfeição, ou seja, onde Deus está não pode
existir pecado.
O
pecado original é transmitido do corpo dos pais aos filhos (em termos modernos poderíamos dizer que, geneticamente, com óvulo e
espermatozóide sendo portadores), e infecta a alma no instante de sua
infusão no corpo (ou seja, no instante
da concepção). Assim, a Imaculada Conceição foi um ato divino em que Ele
impediu que houvesse esta contaminação; São Joaquim e Santa Ana tinham o pecado
original, e normalmente o teriam transmitido à sua filha. Deus, no entanto,
impediu que a alma que Ele criou fosse contaminada pelo pecado original que, normalmente
a contaminaria. Este ato divino ocorreu no instante da concepção de Maria.
Há
assim, duas respostas que se completam a pergunta: Deus preservou a Nossa
Senhora do Pecado Original para que ela pudesse ser aquela que concedeu seu
material genético, e este deveria estar imaculado, ou teríamos o pior caso de
incompatibilidade da história da criação! Sua preservação, que teve o fim
exposto, foi feita de maneira sumamente diferente do que ocorreu em seu ventre
quando da Encarnação do Verbo. Ela não é Deus; ela é simplesmente alguém que
não foi contaminada (por interferência divina direta), como por exemplo, o
filho não-aidético de uma grávida aidética. Não há uma contraposição, uma
inimizade completa, mas apenas um corpo sadio abrigado em um corpo doente.
·
A virgindade de Maria
Leiamos
Mateus cf. (1, 18-20): “A origem de
Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José,
antes de coabitarem, ela concebeu por obra do Espírito Santo. José, seu esposo,
sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. Enquanto
assim decidiu, eis que o anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo:
José, filho de Davi, não temas receber Maria, pois o que nela foi gerado vem do
Espírito Santo”.
·
Maria Virgem antes do
parto
“Maria, porém, disse ao anjo: Como é que vai acontecer isso,
se eu não conheço homem algum”? Cf. (Lc 1,34) Conforme as palavras de Maria,
até aquele momento, ela era virgem e, ao que parece, não tinha planos em vista
de mudar aquela sua realidade.
·
Maria virgem no parto
1.
“Sim, fostes vós que me
tirastes das entranhas da minha mãe. E, seguro me fez repousar em seu seio”. (Cf. Sl. 21 = (22) 10)
2.
“Mas a todos que o
receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que crêem em seu nome,
Ele, que não foi gerado nem do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma
vontade de homem, mas de Deus”. (Jo 1,12-13)
3.
“À tarde desse mesmo
dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos,
por meio dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: a paz
esteja convosco”! (Jo
20,19)
Assim como Jesus
transpôs as portas, ou paredes, do local onde os apóstolos estavam reunidos,
assim também, Jesus, pelo poder do Espírito Santo, transpôs o seio da virgem
Maria nascendo homem no meio de homens.
·
Maria virgem depois do
parto: (Jesus Filho único de Maria)
Há
alguns textos no Novo Testamento que mencionam “os irmãos de Jesus”, no entanto o mais expressivo é o de (Marcos
6,3): “Não é este o carpinteiro, o filho
de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui
entre nós?”
A expressão “irmãos de Jesus” foi concebida originalmente não em ambiente
grego, mas no mundo semita. Os habitantes de Nazaré, por exemplo, não falava
grego, mas aramaico. É preciso, portanto, que procuremos avaliar o sentido da
palavra “irmão” em aramaico.
Ora,
em aramaico, assim como em hebraico (línguas afins entre si), a palavra “irmãos”, (Ah, em hebraico) e (Aha, em
aramaico), designava não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também, os
primos ou até parentes mais remotos, pois estas línguas eram pobres em
vocabulário.
Vale
esclarecer que na tradução grega foi usado o termo “Adelphós”, irmãos, apesar
de a língua grega obter a palavra primo, em virtude da língua de pregação de
Jesus ser o hebraico e o aramaico, que não tinha palavra própria para indicar
primo. Com base nesta verificação, não teremos dificuldade de compreender que
os “irmãos de Jesus” eram na verdade, parentes próximos de Jesus.
“E
ela deu à luz o seu Filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa
manjedoura... O termo primogênito não significa que a mãe de Jesus tenha tido
outros filhos após Ele. Em hebraico
“Bekor”, que quer dizer primogênito podia significar simplesmente o
bem-amado, pois primogênito é certamente aquele dos filhos no qual durante
certo tempo se concentra todo amor dos pais; além disso, o primogênito era
considerado pelos Hebreus, como de especial amor da parte de Deus, pois devia
ser consagrado ao Senhor dede os seus primeiros dias, cf. (Lc 2, 22; Ex 34, 19)
e ele devia cumprir, logo no primeiro mês, a lei do resgate, (Num 18, 16). Essa
lei não esperava pelo segundo filho para que o primeiro fosse tido e tratado
por toda a vida como primogênito”
Objeção Protestante
Embora
Martim Lutero, o Pai da reforma protestante, não tenha negado a Imaculada
Conceição da Virgem Maria, conforme suas próprias palavras: “Era justo e conveniente, diz ele, fosse à
pessoa de Maria preservada do pecado original, visto o filho de Deus tomar dela
a carne que devia vencer todo o pecado”. (hut in postil. maj.)
Mesmo
assim, os protestantes negam esta verdade de fé professada desde o início pelo
cristianismo. Geralmente costumam citar a lei geral “todos pecaram” (cf. Rm 5,12), como argumento contra a Imaculada
Conceição. Tal lei é certa, e a ela está subordinada toda a humanidade. Mas não
será Deus capaz de, antes que alma e o corpo se unam suspender um de seus
efeitos, que é neste caso justamente a mácula da alma, a transmissão do pecado
original?
Um
dos vários exemplos que temos das intervenções Divinas ás leis gerais foi
quando Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou Lázaro, estando seu cadáver já em
putrefação cf. (Jô 11,41-43), visto que todos os mortos devem aguardar a
ressurreição geral.
Os reformadores protestantes sobre a virgindade de Maria
Martinho Lutero (1483-1546) foi formado
na tradição Católica que lhe ensinou a veneração a Maria. Veneração que ele
guardou até o fim da vida. Eis alguns comentários:
·
“O
Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o
auxilio de varão e a nascer da virgem Maria pura e Santa”. Cf. (Artigo s de
doutrina cristã).
·
“Ele
Cristo, Nosso Salvador, era o fruto real e natural do ventre virginal de
Maria... Isto aconteceu sem a participação de qualquer homem a ela permaneceu
virgem mesmo depois disso”. Cf. (Martinho Lutero, sermões sobre João, cap. 1 a 4, 1537-39 d.C.).
Comunidade Pio X
SITE: www.piox.net
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