DADOS
BIBLIOGRÁFICOS DA VIDA DE
SANTA
RITA DE CASSIA
Rita nasceu num período conturbado da história, pelos anos
de 1381, quando sua província de Cássia estava marcada por guerras partidárias
entre os guelfos e guibelinos. Filha de Antônio Lotti e Amata Ferri, que já
ativera em idade muito avançada, Rita foi educada segundo os princípios
evangélicos, pois seus pais faziam parte daquele grupo chamado “os
pacificadores”, cuja missão era levar à reconciliação e à paz os inimigos
políticos de Cássia. Sua vida foi marcada por vários sinais que apontavam sua
difícil trajetória de fidelidade a Deus rumo à santidade.
Ainda recém nascida Rita teve seu rosto coberto por cinco
abelhas brancas, que não lhe faziam mal algum, enquanto estavam repousando numa
pequena sexta e seus pais trabalhavam no roçado. Um camponês, que tivera a mão
cortada gravemente pela foice e passava por ali às presas para buscar socorro,
ao ver as abelhas que cobria o rosto da criança deteve-se para espantá-las. Na
tentativa de socorrer a criança o homem abanou as abelhas com as mãos cortadas
e ao recolhê-la se viu completamente curado.
As abelhas foram tidas na literatura mística crista como
sinal da vida regrada dos mosteiros, por causa da ordem de suas colméias e da
castidade (a literatura antiga achava que as abelhas eram seres assexuados). O
fato de serem cinco abelhas também fez alguns comentadores na vida de Rita
verem ai os sinais das cinco chagas do Senhor, das quais Rita mais tarde
carregaria uma sobre a fronte. Jovem talvez com apenas 14 anos, Rita casou-se
com Paulo Mancini, e embora desde cedo apresentasse sinais de um profundo
desejo de consagrar-se inteiramente a Deus, o Senhor lhe reservou nestes tempos
de ódio e violência, o caminho do amor e da vida matrimonial.
Paulo Mancini era um jovem cavalheiro versado na arte da
espada e envolvido nas questões políticas das famílias de sua cidade, questões
que achavam frequentemente á violência e até o assassínio de vários. No entanto
e falsa a versão que Paulo tenha sido para Rita um marido cruel, pois seu
temperamento forte não deve ser confundido com o de um agressor da mulher por quem
ele se encantou, amou e esposou. O sofrimento do casal se reservava ao caráter
contumaz de Paulo, que envolvido nas questões familiares que dividiam a província
de Cássia o levavam à pratica da violência de do ódio.
INTINERÁRIO
ESPIRITUAL
Rita, marcada pelos valores cristãos do amor e de perdão,
certamente, teve muita dificuldade de levar o marido à mudança de idéias e a
conversão. Do casamento lhe vieram dois filhos. Embora, nos últimos anos de sua
vida Paulo já houvesse se transformado com a ajuda e as orações de sua esposa,
isto não impediu que ele fosse assassinado pelos seus inimigos, em vingança
pelos crimes políticos que também havia cometido.
Restava, agora, a Rita uma outra batalha não menos dolorosa:
afastar seus filhos deste clima de hostilidade e ódio; e, da possível tentativa
de vingar a morte do pai. Entre Rita e seus filhos se colocavam as famílias do
seu marido e dos seus assassinos, ambas marcadas pelos desejos de ódios e
vingança. Para não ver seus filhos envolvidos neste clima e manchados pelo
sangue da vingança, Rita tentava de todas as formas incuti-los os valores
evangélicos da misericórdia e do perdão.
Os jovens adolescentes morreram vitimados pelas pestes que
matou a muitos na região. Mais, Rita não havia terminado sua batalha. Lutou incansavelmente e à custa de muitos
sofrimentos para levar a reconciliação e à paz os familiares de seu marido e
aqueles dos seus assassinos. Conseguida a paz, Rita determinou-se a entrar para
o convento das agostinianas de Cássia.
Mais seu pedido para ingressar na ordem foi rejeitado varias
vezes isso fez Rita sofrer grande crises de fé, mais não lhe tirou o sono.
Atravessou a noite escura da fé, tão comum aos grandes santos e místicos.
Cássia estava tão cheia da presença agostiniana como Assis da presença
franciscana, e Rita aprendeu desde cedo a devoção aos santos, mas venerados
naquela ordem, santo Agostinho, São João batista e São Nicolau. Segundo
relatos, foram esses seus amigos e intercessores que lhe providenciaram a
entrada milagrosa no convento. Viúva, agora freira, a vida de Rita não foi
fácil entre as irmãs agostinianas que lhe submetiam sempre aos serviços pesados
da casa.
Rita, porém, tudo aceitava com exemplar paciência, amor e
dedicação enquanto sua fama corria pela cidade como mulher de grande caridade
para com os pobres, conselheiras e dotadas de poderes extraordinários de cura,
o que leva muitos à porta do convento de Cássia. De uma vida de extrema Paixão
Rita, aprendeu a veneração por aquela Paixão do salvador, e com ele se
identifico até a morte, carregando na testa um estigma da paixão a furada de um
espinho que Rita teria recebido misteriosamente enquanto rezava diante do
crucifixo. Sofrimento, doença, morte coroou uma vida de intenso amor ao
evangelho. Rita morreu em pleno inverno, quando, a Úmbria coberta de neve não
dar flor nem frutos mais, Deus recompensando todos os esforços de sua serva
deu-lhe o ultimo sinal nesta vida de sua aprovação. No leito de morte, Rita
pediu a sua cunhada Inês que fosse ao jardim lhe buscar uma rosa e um figo.
Inês recebeu com tristeza e espanto este último pedido de Rita, pois estavam em
pleno inverno rigoroso e frio.
Para sua surpresa, ao sair do jardim, Inês pode colher uma
linda rosa vermelha e um belo figo que entregou a Rita antes que ele morresse
em paz. Contam seus biógrafos, que no momento da morte de Rita os sinos da
igreja do convento badalaram por si só e um enxame de abelhas baixou no jardim.
A casa encheu-se de suave perfume e todos puderam ver e sentir em cássia que morria uma grande santa. Filha, esposa, mãe e
religiosa foram as vocações que Rita viveu e assumiu com extrema fidelidade ao
evangelho. Mulher de profunda confiança em Deus, marcada por grandes
sofrimentos, de profunda vida de oração, cultivou um coração profundamente
místico e consagrado ao seu senhor.
O
EXEMPLO DE SANTA RITA:
MODELO DO SEGUIMENTO DE JESUS
Inúmeras são as narrativas de graças e milagres recebidos
pela intercessão de Santa Rita de Cássia. Temos nessa santa mulher uma das
devoções mais difundidas, semelhantes àquela a São Francisco e outros Santos
muito populares. Rita não deixou nenhum escrito a seu respeito ou sobre
qualquer assunto, a uma polemica sobre os grandes estudiosos da sua vida – era
Rita analfabeta ou não? No entanto, todos são de acordos que antes de uma
entrada para o convento Rita era uma simples mulher do povo filha exemplar modelo
de esposa e mãe. Como religiosa quis se identificar ao Cristo Crucificado, talvez
pelos tantos sofrimentos que enfrentou em sua vida.
A vida de Rita é marcada por uma extrema caridade e grande
solidariedade para com os sofredores. Doentes, pobres e aflitos sempre
encontravam nela o consolo da oração e a sabedoria de um bom conselho. Muitos
foram curados e libertos de algum mal graças as suas preces, quando ela ainda
estava em vida neste mundo. Depois de sua morte são incontáveis os testemunhos
dos que foram agraciados pela sua intercessão. O perdão foi o grande gesto
heróico de Rita e o valor evangélico que a fez brilhar com uma das mais
reluzentes estrelas de santidade numa sociedade medieval de estrema violência,
dividido entre facções políticas que levavam famílias inteiras ao ódio e ao
fratricídio. Perdoar os inimigos, promover reconciliação foi o grande exemplo
de Rita para os que lutam em favor da paz. Uma verdadeira vida de santidade,
vivida no autentico seguimento de Jesus Cristo sempre influencia a sociedade.
Santa Rita muito se assemelhou ao Mestre, que amou, perdoou, promoveu a paz com
o dom de sua própria vida, nos ensinou que não devemos diferenciar os grandes
dramas da sociedade de nosso tempo.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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