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QUEM FOI SÃO JOÃO MARIA VIANNEY?

INTRODUÇÃO

A vida de um santo é sempre um exemplo para qualquer pessoa. Aqui nos referimos de modo bem especial a são João Maria Vianney, ele é um exemplo para qualquer pessoa e, de maneira bem particular para os sacerdotes. Ele diz sobre os sacerdotes: Se tivéssemos fé, veríamos Deus oculto no sacerdote, como a luz por trás da vidraça, como vinho misturado na água”.
Como sacerdote Cura d’Ars procurou com todas as suas forças fazer com que todos da sua paróquia fossem adoradores da eucaristia. A eucaristia de foto tornou-se o sentido do seu existir. A sua vida estava voltada de modo bem especial para a eucaristia e para o sacramento da penitência. Quando não estava frente ao santissimo sacramento, estava no confessionário.  Confessava cerca de quinze horas por dia, as vezes atá mais que isso.
Em todos os sentidos São João Maria Vianney foi e é um grande dom de Deus para toda Igreja. Toda sua vida foi uma oração viva na Igreja. Viveu intensamento o evangelho de Jesus Cristo e ensinou como vivê-lo. Assim, o seu testemunho sirva de estímulo para que todos nós busquemos uma vida santidade.

PALAVRAS DO SANTO

Oh! Meus irmãos, como esta virtude é bela e preciosa, não somente aos olhos dos homens e dos anjos, mas aos olhos do próprio Deus. Ele faz tanto caso dela que não cessa de a louvar naqueles que são tão felizes de a conservar. Também, esta virtude inestimável constitui o mais pelo adorno da Igreja, e, por conseguinte, deveria ser a mais querida dos cristãos. Nós, meus irmãos, que no Santo Batismo fomos lavados com o Sangue adorável de Jesus Cristo, a pureza mesma; neste Sangue adorável que gerou tantas virgens de um e outro sexo; nós, a quem Jesus Cristo fez participantes de sua pureza, tornando-nos seus membros, seu templo... Mas, ai! Meus irmãos, neste infeliz século de corrupção em que vivemos, não se conhece mais esta virtude, esta celeste virtude que nos torna semelhantes aos anjos!... Sim, meus irmãos, a pureza é uma virtude que nos é necessária a todos, pois que, sem ela, ninguém verá o Bom Deus.


BIOGRAFIA DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY

João Maria Batista Vianney, era de origem pobre e humilde, foi o quarto filho de Mateus e Maria Vianney. Nasceu em 08 de Maio de 1786 em uma pequena aldeia, Dardilly, que ficara perto de Limonest, a dez quilômetros ao norte de Lyon, na França. Foi batizado no mesmo dia em que nasceu. No batismo recebeu o nome de João, ao qual foi acrescentado o de Maria por especial devoção à Maria Santíssima.
Desde criança, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. Conta-se que muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Pai Nosso, a Ave Maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade, que o levou a crescer na fé e ser devoto de Maria Santíssima.  
Ele gostava de ajudar os pais nas caridades que eles faziam, ajudando os necessitados. Quando jovem, caiu doente e passou quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne e não pode entrar para o serviço militar durante o império napoleônico, teve que viver escondido, exposto a graves perigos.
Desde pequeno queria ser padre a todo custo, mas esbarrou em dois obstáculos: pobreza e, sobretudo pouca inteligência. Em 1813, com vinte anos, ele ingressou no seminário Santo Irineu, em Lyon. Todos os cursos que devia fazer eram dados em latim. O problema surgiu de imediato; João Maria não entendia nada, e nas provas do primeiro mês tirou notas baixas, que o desclassificaram, mas estas notas não eram definitivas.
Insiste em entrar na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mas não é admitido pelas mesmas razões. Por causa disto, ele foi mandado de volta para Ecully, para estudar Teologia com seu amigo, padre Balley. O padre nesse tempo o ensinou na língua Francesa, língua do Vianney, e no final do curso ele fez as provas em Francês, e foi aprovado. Assim ele foi readmitido no Seminário.
No dia 02 de Julho de 1814 foi ordenado Subdiácono. João Maria continuou seus estudos na casa do amigo, padre Balley. Depois da batalha de Waterloo, quando os austríacos invadiram a região, João Maria foi a pé por falta de transporte, para Grenoble. Lá, no dia 13 de Agosto de 1815, ele foi ordenado padre, aos 29 anos de idade. No dia seguinte celebrou sua primeira Missa!
Ao Padre Vianney ninguém lhe fazia prognósticos animadores. Faltavam-lhe essa capacidade intelectual, os dotes da razão que tanto faziam a grandeza dos séculos das luzes. Por essa razão, os padres estavam queixando-se ao bispo de Balley e pela mesma razão o bispo lhes respondera: “Não sei se ele é instruído; sei que é iluminado”. Começou a sua vida sacerdotal como ajudante do bispo Balley. O bispo Balley, continuou a dar ao padre Vianney os cursos de Moral e Teologia, Em Dezembro de 1817, o estado de saúde do bispo Balley agravou e ele faleceu.
Em Janeiro de 1818 veio o novo pároco para Ecully, mas ele tinha uma vida totalmente diferente do padre Vianney. Na verdade, o Padre Vianney era diferente. A par da simplicidade mais natural e de uma autêntica humildade, irradiava dele algo superior à inteligência, uma forma mais elevada de ver as coisas, que se manifestava nos conselhos que dava no jeito de conversar com as pessoas, de lhes ouvir os problemas e de lhes sugerir soluções ou confortá-las.
O Arcebispo de Lyon, Arquidiocese sede da Diocese de Ecully, sabendo dessa diferença pediu ao Vigário Geral Courbon, para informar ao padre Vianney, que ele seria transferido para a paróquia da Aldeia de Ars. De nada mais que 200 a 300 habitantes, no dia 9 de fevereiro de 1818, uma sexta-feira, João Maria Batista Vianney chegou em Ars, para cuidar de uma capela semi-abandonada. Veio em uma carruagem, guiada por um paroquiano de Ecully, onde carregou seus pertences e uma biblioteca com trezentos volumes. Apesar de pequena instrução, gostava de ler livros.
O Padre entrou no povoado levando muitos sonhos e esperanças. João Maria Batista Vianney era simples, por isso, quando chegou à paróquia de Ars, devolveu alguns móveis à proprietária, deixando somente o necessário. A sua alimentação era muito simples, apenas algumas batatas cozidas. Nem imaginava quanto iria sofrer ali dentro. Ars era pequena no tamanho, mas enorme quanto aos problemas: muitas casas de jogatina, de prostituição, de vícios, cidade paganizada. A capela estava sempre vazia.
Em 1818, Ars era uma caricatura cristã. A fé não era vista com seriedade. A capela estava sempre deserta, o povo não frequentava os sacramentos e o domingo era marcado por festas profanas. Aí ele dobrou seu tempo de oração. O Padre Vianney se pôs a rezar, fazer jejuns e penitência. Visitava as famílias e as convidava para a Santa Missa. Ars começou a transformar-se. Alguns começaram a ir à capela. A capela se enchia. Então o pároco fundou a Confraria do Rosário para as mulheres, e a Irmandade do Santíssimo Sacramento para os homens. Diante disso, os donos dos bares e organizadores de jogatinas começaram dura perseguição contra o Padre Vianney. Este chegou a dizer, “Ah, se eu soubesse o que é ser vigário, teria entrado num convento de monges”.
Ars Virou santuário com peregrinações. Pessoas cultas de outras cidade iam ouvir as homilias do Cura d’Ars. Quando algum padre lhe perguntava qual o segredo de tudo aquilo, o Padre Vianney lhe respondia: “Você já passou alguma noite em oração? Já fez algum dia de jejum?”.
Ele viveu toda a sua vida dedicada a Deus. Ele repousava de 02 a 04 horas no máximo por noite. Quando acordava ia a Igreja, rezava diante do Sacrário e depois ia confessar seus paroquianos. Eram inúmeras as pessoas que vinham se confessar com ele. Ele passou a maior parte de sua vida no confessionário. Chegava a ficar 14 horas confessando os paroquianos. Como era grande o número de pessoas, ele dividiu em vários confessionários, um para mulheres outro para homens, outro para doentes, etc. Ele marcava os horários para cada um.
O Cura d’Ars acreditava no poder da oração e do jejum e na resposta do bom Deus. Ele tinha em sua mente a exortação de São Paulo Apostolo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). Não era orador, não falava com eloquência, nas homilias perdia o fio da meada, atrapalhava-se, outras vezes não sabia como acabá-las cortava a frase e descia do púlpito acabrunhado. O mesmo acontecia na catequese. No confessionário, porém, estava sua maior atuação pelo mistério da Providência Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma tão amorosa que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, ideias geniais, buscava termos do quotidiano das pessoas.
No confessionário viveu intensamente seu apostolado, todo entregue às almas, devorado pela missão, integralmente fiel à vocação. Do confessionário seu nome emergiu e transbordou dos estreitos limites Ars-em-Dombes para aldeias e cidades vizinhas. Os peregrinos que desejavam confessar-se com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida eram mais de 200 por dia, mais de 80.000 por ano.

SÃO JOÃO MARIA VIANNEY 
PREGA CONTRA OS VÍCIOS

            Não é de se estranhar que ele combata de forma insistente contra qualquer tipo de vicio, pois ele é um seguidor fiel de Jesus Cristo. Em suas pregações ele dirigia suas palavras contra quatro coisas: contra os que trabalhavam aos domingos, contra as danças, contra a difamação e as tabernas. Passou oito anos lutando contra o trabalho aos domingos, até que conseguiu. No domingo Ars tornou-se dia do senhor. 
Nas missas dominicais, pregava sobre os deveres de cada um para consigo, para com o próximo e para com Deus. Falava constantemente do inferno e do que precisamos fazer para evitá-lo: “Ó, meus queridos paroquianos, esforcemo-nos para ir para o Céu. Lá havemos de ver a Deus. Como seremos felizes! Que desgraça se algum de vós se perder eternamente!”
           A respeito da santidade do domingo, ouviu-se o santo Vianney muitas vezes dizer: “Vós trabalhais, mas o ganho arruína o vosso corpo e a vossa alma”. Se perguntasse àqueles que no domingo trabalham: Que estais a fazer? Eles poderiam responder: Estou vendendo a minha alma ao demônio; Estou crucificando Nosso Senhor; estou renegando o meu batismo!... Oh! Como se engana aquele que aproveita do domingo, pensando que ganha mais dinheiro! Vós tendes a convicção de que tudo depende do vosso trabalho; é engano. Ora vem uma doença, um acidente... é preciso tão pouca coisa... uma tempestade, uma chuva... Deus tem tudo na mão; ele pode vingar-se quando e como quer... Conheço dois meios para empobrecer: “Trabalhar no domingo e roubar bens alheios”.
            Seu combate maior foi contra a dança. Ele passou vinte e cinco longos anos para acabar com a dança, visto que estava bastante enraizada na vido do povo daquele local, sobretudo entre os mais jovens. Ele disse: “As pessoas que entram numa baile deixa o seu anjo da guarda à porta, e o substituiu o demônio. Assim, o quanto é que há tantos demônios como dançarinos”.
Explicava que não basta evitar o pecado, mas deve-se fugir também das ocasiões. Por isso, ele se dirigia ao mesmo tempo ao pecado e a ocasião de pecado. Atacava assim ao mesmo tempo a dança e a paixão impura por ela alimentada: “Não há um só mandamento da Lei de Deus que o baile não transgrida. [...] Meu Deus, poderão ter olhos tão cegos a ponto de crerem que não há mal na dança, quando ela é a corda com que o demônio arrasta mais almas para o inferno? O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim.
  Essa mudança começa quando as conversões vão acontecendo, sobretudo, a conversão de mulheres jovens. A partir disso os bares vão começando a falir, alguns proprietários insistem, mas fracassaram.
           Essas suas pregações contra os vícios eram sempre acompanhadas por uma insistente luta para aproximar as pessoas dos sacramentos, ele falava bastante da presença real de Jesus na eucaristia.


AMOR PELOS SACRAMENTOS 
DA EUCARISTIA E DA ORDEM

            O sacerdócio de Cura d’Ars foi dedicado inteiramente à celebração da santa missa todos os dias. Colocou a eucaristia no centro de sua vida. Sentia uma alegria imensa ao celebrar o santo missa. Após a consagração a sua face se tornava radiante de alegria. Antes da comunhão quando pega o corpo do senhor em suas mãos, ele faz uma pausa para olhar e em atitude de acolhimento da um sorriso tão angelico que parece ter visto o senhor com os próprios olhos.

Na missa, o sacerdote obedece a Deus. Ele diz algumas palavras e o Senhor desce do céu a sua voz, a ser contido dentro de uma pequena hóstia. Deus dirigiu seus olhos para o altar e diz: “Aqui é o meu Filho amado, em quem estou bem satisfeito. Ele não pode negar nada sobre os méritos da vitima divina. Se tivéssemos fé, veríamos Deus escondido no sacerdote como uma luz por trás de um vidro ou vinho misturado com água... se disse que naquela hora era reviver os mortos, corria para ver que evento, mas a consagração, que transforma o pão e o vinho no corpo e sangue de Jesus, não é um milagre muito maior do que ressuscitar um morto? Enquanto se preparava para a missa, estava diante do altar com olhos fixos diante do tabernáculo, com as mãos juntas, e nada poderia distraí-lo. Ao celebrar a missa, disse: “Assim, a consagração ir muito rápido, mas depois da consagração eu esqueço de tudo para chegar em minhas mãos nosso senhor” (CURA D’ARS VIDA E ANEDOTAS, pg. 49).

Como já fizemos referencia anteriormente, o sacramento da eucaristia era o que fortalecia Cura d’Ars, o seu ministério. A missa para ele era um mistério tão grande que era incapaz de compreender tal mistério aqui na terra. Só no céu um dia poderíamos compreender tal profundidade. Ele diz: “Oh, meu Deus, quão triste é que um padre para celebrar a missa como uma coisa comum! Um bom pastor segundo o coração de Deus é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da divina misericórdia”.
São João Maria Vianney ao mesmo tempo em que destaca a grandeza do sacramento da eucaristia, vai também destacando igualmente a grandeza do sacramento da ordem. Um existe em relação ao outro. Sobre o sacramento da ordem ele diz:

“Sem o sacramento da ordem não teríamos o Senhor. Quem colocou no tabernáculo? O sacerdote. Quem recebe a sua alma acabada de nascer? O sacerdote. Depois de Deus, o sacerdote é tudo! Ele se entende só no céu! Se compreendêssemos bem o que é um padre sobre a terra, morreríamos, não de susto, mas de amor.... sem o padre, morte e paixão de nosso senhor Jesus Cristo seria inútil. O sacerdote continua a obra de redenção na terra” (CURA D’ARS VIDA E ANEDOTAS, pg. 50).

Percebemos, portanto, o grande amor do padre Vianney pelo sacramento da ordem. Assim ele vai fazendo uma ligação entre os dois sacramentos, eucaristia e ordem. Ainda sobre o sacerdote ele diz: “O padre possui a chave para o tesouro do céu. É ele quem abre a porta, é o administrador do bom Deus; o administrador dos seus bens”. Com essas frases queremos apenas demonstrar a sua grande dedicação a estes sacramentos. Não é nosso propósito aprofundar aqui o que ele diz sobre o sacramento da ordem, mas vejamos algumas de suas frases sobre o sacerdócio que nos ajudaram compreender melhor o seu amor por esse ministério.

Se tivéssemos fé, veríamos Deus oculto no sacerdote, como a luz por trás da vidraça, como vinho misturado na água.”

“Devemos considerar o padre quando está no altar e no púlpito como se fosse o próprio Deus”
“Oh! como o sacerdote é algo sublime! Se ele se apercebesse morreria… Deus lhe obedece: diz duas palavras e Nosso Senhor desce do céu.”

“Se não tivéssemos o sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem o colocou no tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre.
“Quem a preparará para comparecer perante Deus, lavando a alma pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O padre, sempre o padre. E se alma vier a morrer, quem a ressuscitará, quem lhe dará a calma e a paz? Ainda o padre.”
“O Sacerdote não é para si, mas para vós…
“Quem recebeu vossa alma à sua entrada na vida? É o sacerdote. – Quem a sustenta para dar-lhe a força de fazer sua peregrinação? O sacerdote. – Quem há de prepará-la para se apresentar diante de Deus, purificando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. -
“E se a alma morrer quem há de ressuscitá-la? Ainda o sacerdote. – Não há benefício alguma de que vos lembreis sem ver logo ao lado desta recordação a figura do sacerdote. – O sacerdote tem as chaves dos tesouros celestiais; é o procurador de Deus, é o ministrador de seus bens.”
“Só no céu compreenderemos a felicidade de poder celebrar a Missa.”
“O padre não é para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele não é para si, é para vós.”
“Se um padre vier a morrer em conseqüência dos trabalhos e sofrimentos suportados pela glória de Deus e a salvação das almas não seria nada mal.”
“O Sacerdote só será bem compreendido no céu… Se o compreendêssemos na terra, morreríamos, não de pavor, mas de amor.”
“Se não fosse o padre, a morte e a Paixão de Nosso Senhor de nada serviriam.”
“O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o padre, pensai em Nosso Senhor Jesus Cristo.”



SÃO JOÃO MARIA VIANNEY 
O CONFESSOR

            Na vida de um sacerdote um dos ministérios mais importantes é o sacramento da confissão. O santo Cura d’Ars o exerceu de forma até exaustiva, não se poupou em atender todos os penitentes que o procuravam para confissão. Passava horas confessando, estivesse fazendo frio, estivesse quente, estivesse com fome ou mesmo atingindo por dores de cabeça continua, ele estava lá atendo no seu confessionário.
Considerado um sacerdote não inteligente, onde no primeiro momento do seu ministério não havia tido licença para exercer o sacramento da penitencia, passa a ser o confessor dos mais obstinados pecadores, e em Ars encontraram a luz da fé. Aquela igreja que antes estava vazia, agora os peregrinos não só de Ars mais de diversos lugares acorrem a ela antes de amanhecer para receber auxilio espiritual para suas almas. “Diga-me onde está Ars, e eu lhe indicarei o caminho do céu”, havia dito São João Maria a um pastorzinho antes de chegar à sua paróquia. O caminho do céu ele indica a milhares de almas.
            Confessa as mulheres até às seis. E às oito e meia, está de volta e atende os homens na sacristia. Ele sempre dava uma penitencia pequena aos penitentes, quanto as que estavam faltando, dizia ele, que as fazia. Mas ele era bastante exigente, queria que os pecadores demonstrassem sinais de verdadeira conversão. Durante os seus sermões ele até aconselhou aos outros sacerdotes a negar a absolvição ou, estes deviam adiar para aqueles pecadores que se habituaram com os pecados e nada faziam para os corrigir.
            Por causa da grande quantidade de penitentes que buscavam se confessar com o padre Vianney, formando longas filas, a confissão devia ser curta, sem muitas explicações. Após a absolvição, diz ele, que o sangue de Cristo flui através de nossas almas, lavando-as, purificando-as e a torna tão bonita como foi depois do nosso batismo.
            O numero de penitentes eram tão grande, nos últimos dez anos de sua vida, que muitos passavam até sessenta horas esperando para confessar seus pecados.


INCANSÁVEL PADRE VIANNEY

            Dentro desse nosso trabalho será interessante conhecer como era o dia a dia desse grande santo na sua comunidade paroquial. Por isso, veremos a seguir algumas atividades pastorais do Padre Vianney.

À uma da manhã em ponto, faz a sua oração na Igreja.
Confessa as mulheres até às seis.
As seis, celebra a sua Missa.
A seguir, faz a sua ação de graças.
Depois fica à disposição dos fiéis para abençoar-lhes as imagens e dar-lhes conselhos.
Por volta das oito, ele se permite, a instâncias das moças da “Providência”, ir lá tomar, do outro lado da praça, meio copo de leite sem pão.
Como também elas precisam de conselhos, distribui-os generosamente.
Às oito e meia, está de volta e atende os homens na sacristia.
As dez, interrompe-se e vai render a sua homenagem a Deus recitando as suas horas menores.
E depois confessa mais um pouco.
As onze, volta à “Providência” para ensinar o catecismo às crianças, às suas órfãs especialmente, e também a muitos adultos.
Ao meio dia, reza o “Ângelus” e retorna à casa paroquial para almoçar.
Atravessar a praça leva cerca de um quarto de hora, porque a multidão se comprime à sua volta; é preciso continuar a aconselhar e a abençoar.
Almoça de pé, rapidamente, muitas vezes enquanto fala, pois os paroquianos mais próximos se aproveitam das refeições para confiar-lhe as suas misérias.
Ainda assim, já ao meio-dia e meia tem de visitar os seus enfermos, sempre escoltado pela multidão que não se cansa de interroga-lo.
Assim que volta à igreja, mergulha no seu breviário, a tempo de ler as vésperas e as completas.
Mal fecha o livro, retorna ao confessionário.
As mulheres o retêm ali até às cinco.
Passa aos homens, que o retêm até às oito.
Enfim, sobe ao púlpito para recitar a oração vespertina e o terço da Imaculada Conceição.
Depois deste longo e penoso trabalho, imaginamos que vá jantar e depois dormir?
Não. Nem sempre consegue jantar; é preciso que receba em sua casa umas quantas almas delicadas, difíceis de convencer ou de dirigir.
Também tem de terminar o seu breviário: matinas e laudes, a parte mais longa.
Com isso chegamos às dez horas da noite.
Não é raro, também, que retorne à igreja a fim de confessar mais um pouco, e que de lá não volte senão depois da meia-noite.
Depois deita-se.
Mas a noite será curta: a nova jornada, como a anterior, começa bem antes do nascer do sol.
Façamos as contas. O Pe. Vianney trabalha pelo menos vinte horas. Quinze ou dezesseis, no mínimo, transcorrem ouvindo confissões, tanto na capela de São João Batista, dentro do confessionário onde atende as penitentes, quanto na sede de madeira dura da sacristia, onde recebe os penitentes.
Terá tido duas horas a sós com Deus?
Mas ele está sempre com Deus.
Este regime há de durar trinta anos.

CONCLUSÃO

Um sacerdote santo, o resultado é também torna piedosos aqueles que fazem parte do seu rebanho. Foi o que aconteceu em Ars depois que o Padre Vianney chegou a essa pequena comunidade. O seu exemplo de santidade com certeza foi o motivo da conversão de tantas pessoas.
A sua vida de profunda oração, de caridade, o seu grande amor pela eucaristia, o amor pelo sacramento da ordem, pelo sacramento da penitencia, as confissões que levaram muitos irmãos a conversão, tudo isso fez de Ars uma nova comunidade, um lugar de grades peregrinações vindas de diversos lugares.
São João Maria Vianney reprimia os abusos em Ars, mas ao mesmo tempo semeava a boa semente. Ele aspirava, para seus paroquianos e peregrinos, ao ideal de perfeição. Por isso, ele fazia algumas recomendações, que rezassem antes e depois das refeições, recitassem o Ângelus três vezes ao dia onde quer que estivessem; e que, ao levantar e deitar, fizessem a oração da manhã e a da noite. Esta passou a ser feita também em comum na igreja ao toque do sino. Os que ficavam em casa ajoelhavam-se diante de algum quadro ou imagem religiosa, ali faziam suas orações.
Os contra valores que existiam em Ars, agora não existem mais. As pessoas tem vergonha de não fazer o bem e de não praticar a Religião. Ars tornou-se um centro de piedade e religiosidade.
Os peregrinos que a visitavam, admirava nas ruas da cidade a serenidade de certos semblantes, as pessoas refletiam a paz de suas almas, pois viviam constantemente unidas a Deus.

REFERÊNCIAS

PEÑA, Ángel O.A.R. Vida e Anedotas de Cura de Ars. Lima, Perú:
JULIN, Marc. João Maria Vianney o Cura d’Ars. São Paulo: paulinas, 1995.
MONNIN, Alfred. S. Giovanni Maria Vianney: IL CURATO D’ARS. Paris, 1861.
Fourrey, René. Vita autentica del curato d´Ars. Ed. San Paolo, 1986.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

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