INTRODUÇÃO
A vida de um santo é
sempre um exemplo para qualquer pessoa. Aqui nos referimos de modo bem especial
a são João Maria Vianney, ele é um exemplo para qualquer pessoa e, de maneira
bem particular para os sacerdotes. Ele diz sobre os sacerdotes: “Se tivéssemos fé, veríamos Deus oculto no
sacerdote, como a luz por trás da vidraça, como vinho misturado na água”.
Como sacerdote Cura d’Ars
procurou com todas as suas forças fazer com que todos da sua paróquia fossem
adoradores da eucaristia. A eucaristia de foto tornou-se o sentido do seu
existir. A sua vida estava voltada de modo bem especial para a eucaristia e
para o sacramento da penitência. Quando não estava frente ao santissimo
sacramento, estava no confessionário.
Confessava cerca de quinze horas por dia, as vezes atá mais que isso.
Em todos os sentidos São
João Maria Vianney foi e é um grande dom de Deus para toda Igreja. Toda sua vida foi uma oração viva na Igreja. Viveu intensamento
o evangelho de Jesus Cristo e ensinou como vivê-lo. Assim, o seu testemunho
sirva de estímulo para que todos nós busquemos uma vida santidade.
PALAVRAS
DO SANTO
Oh! Meus irmãos, como
esta virtude é bela e preciosa, não somente aos olhos dos homens e dos anjos,
mas aos olhos do próprio Deus. Ele faz
tanto caso dela que não cessa de a louvar naqueles que são tão felizes de a
conservar. Também, esta virtude inestimável constitui o mais pelo adorno da
Igreja, e, por conseguinte, deveria ser a mais querida dos cristãos. Nós, meus irmãos, que no Santo Batismo fomos
lavados com o Sangue adorável de Jesus Cristo, a pureza mesma; neste Sangue
adorável que gerou tantas virgens de um e outro sexo; nós, a quem Jesus Cristo
fez participantes de sua pureza, tornando-nos seus membros, seu templo... Mas,
ai! Meus irmãos, neste infeliz século de corrupção em que vivemos, não se
conhece mais esta virtude, esta celeste virtude que nos torna semelhantes aos
anjos!... Sim, meus irmãos, a pureza é uma virtude que nos é necessária a
todos, pois que, sem ela, ninguém verá o Bom Deus.
BIOGRAFIA DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY
João Maria Batista Vianney, era de origem pobre e
humilde, foi o quarto filho de Mateus e Maria Vianney. Nasceu em 08 de Maio de
1786 em uma pequena aldeia, Dardilly, que ficara perto de Limonest, a dez
quilômetros ao norte de Lyon, na França. Foi batizado no mesmo dia em que
nasceu. No batismo recebeu o nome de João, ao qual foi acrescentado o de Maria
por especial devoção à Maria Santíssima.
Desde criança, manifestava uma forte inclinação à
oração e um grande amor ao recolhimento. Conta-se que muitas vezes era
encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as
orações que lhe tinham ensinado: o Pai Nosso, a Ave Maria, etc. Os pais,
principalmente a piedosa mãe, Maria, cultivavam no filho esse espírito de
religião e de piedade, que o levou a crescer na fé e ser devoto de Maria
Santíssima.
Ele gostava de ajudar os pais nas caridades que
eles faziam, ajudando os necessitados. Quando jovem, caiu doente e passou
quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne e não pode entrar para o
serviço militar durante o império napoleônico, teve que viver escondido,
exposto a graves perigos.
Desde pequeno queria ser padre a todo custo, mas
esbarrou em dois obstáculos: pobreza e, sobretudo pouca inteligência. Em 1813,
com vinte anos, ele ingressou no seminário Santo Irineu, em Lyon. Todos os
cursos que devia fazer eram dados em latim. O problema surgiu de imediato; João
Maria não entendia nada, e nas provas do primeiro mês tirou notas baixas, que o
desclassificaram, mas estas notas não eram definitivas.
Insiste em entrar na Congregação dos Irmãos das
Escolas Cristãs, mas não é admitido pelas mesmas razões. Por causa disto, ele
foi mandado de volta para Ecully, para estudar Teologia com seu amigo, padre
Balley. O padre nesse tempo o ensinou na língua Francesa, língua do Vianney, e
no final do curso ele fez as provas em Francês, e foi aprovado. Assim ele foi
readmitido no Seminário.
No dia 02 de Julho de 1814 foi ordenado Subdiácono.
João Maria continuou seus estudos na casa do amigo, padre Balley. Depois da
batalha de Waterloo, quando os austríacos invadiram a região, João Maria foi a
pé por falta de transporte, para Grenoble. Lá, no dia 13 de Agosto de 1815, ele
foi ordenado padre, aos 29 anos de idade. No dia seguinte celebrou sua primeira
Missa!
Ao Padre Vianney ninguém lhe fazia prognósticos
animadores. Faltavam-lhe essa capacidade intelectual, os dotes da razão que
tanto faziam a grandeza dos séculos das luzes. Por essa razão, os padres
estavam queixando-se ao bispo de Balley e pela mesma razão o bispo lhes
respondera: “Não sei se ele é instruído; sei que é iluminado”. Começou a sua
vida sacerdotal como ajudante do bispo Balley. O bispo Balley, continuou a dar
ao padre Vianney os cursos de Moral e Teologia, Em Dezembro de 1817, o estado
de saúde do bispo Balley agravou e ele faleceu.
Em Janeiro de 1818 veio o novo pároco para Ecully,
mas ele tinha uma vida totalmente diferente do padre Vianney. Na verdade, o
Padre Vianney era diferente. A par da simplicidade mais natural e de uma
autêntica humildade, irradiava dele algo superior à inteligência, uma forma
mais elevada de ver as coisas, que se manifestava nos conselhos que dava no jeito
de conversar com as pessoas, de lhes ouvir os problemas e de lhes sugerir
soluções ou confortá-las.
O Arcebispo de Lyon, Arquidiocese sede da Diocese
de Ecully, sabendo dessa diferença pediu ao Vigário Geral Courbon, para
informar ao padre Vianney, que ele seria transferido para a paróquia da Aldeia
de Ars. De nada mais que 200 a 300 habitantes, no dia 9 de fevereiro de 1818,
uma sexta-feira, João Maria Batista Vianney chegou em Ars, para cuidar de uma
capela semi-abandonada. Veio em uma carruagem, guiada por um paroquiano de
Ecully, onde carregou seus pertences e uma biblioteca com trezentos volumes.
Apesar de pequena instrução, gostava de ler livros.
O Padre entrou no povoado levando muitos sonhos e
esperanças. João Maria Batista Vianney era simples, por isso, quando chegou à
paróquia de Ars, devolveu alguns móveis à proprietária, deixando somente o
necessário. A sua alimentação era muito simples, apenas algumas batatas
cozidas. Nem imaginava quanto iria sofrer ali dentro. Ars era pequena no
tamanho, mas enorme quanto aos problemas: muitas casas de jogatina, de
prostituição, de vícios, cidade paganizada. A capela estava sempre vazia.
Em 1818, Ars era uma caricatura cristã. A fé não
era vista com seriedade. A capela estava sempre deserta, o povo não frequentava
os sacramentos e o domingo era marcado por festas profanas. Aí ele dobrou seu
tempo de oração. O Padre Vianney se pôs a rezar, fazer jejuns e penitência.
Visitava as famílias e as convidava para a Santa Missa. Ars começou a
transformar-se. Alguns começaram a ir à capela. A capela se enchia. Então o
pároco fundou a Confraria do Rosário para as mulheres, e a Irmandade do
Santíssimo Sacramento para os homens. Diante disso, os donos dos bares e
organizadores de jogatinas começaram dura perseguição contra o Padre Vianney.
Este chegou a dizer, “Ah, se eu soubesse o que é ser vigário, teria entrado num
convento de monges”.
Ars Virou santuário com peregrinações. Pessoas
cultas de outras cidade iam ouvir as homilias do Cura d’Ars. Quando algum padre
lhe perguntava qual o segredo de tudo aquilo, o Padre Vianney lhe respondia:
“Você já passou alguma noite em oração? Já fez algum dia de jejum?”.
Ele viveu toda a sua vida dedicada a Deus. Ele
repousava de 02 a 04 horas no máximo por noite. Quando acordava ia a Igreja,
rezava diante do Sacrário e depois ia confessar seus paroquianos. Eram inúmeras
as pessoas que vinham se confessar com ele. Ele passou a maior parte de sua
vida no confessionário. Chegava a ficar 14 horas confessando os paroquianos.
Como era grande o número de pessoas, ele dividiu em vários confessionários, um
para mulheres outro para homens, outro para doentes, etc. Ele marcava os
horários para cada um.
O Cura d’Ars acreditava no poder da oração e do jejum
e na resposta do bom Deus. Ele tinha em sua mente a exortação de São Paulo
Apostolo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). Não era orador, não falava com eloquência,
nas homilias perdia o fio da meada, atrapalhava-se, outras vezes não sabia como
acabá-las cortava a frase e descia do púlpito acabrunhado. O mesmo acontecia na
catequese. No confessionário, porém, estava sua maior atuação pelo mistério da
Providência Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma
tão amorosa que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, ideias
geniais, buscava termos do quotidiano das pessoas.
No confessionário viveu intensamente seu
apostolado, todo entregue às almas, devorado pela missão, integralmente fiel à
vocação. Do confessionário seu nome emergiu e transbordou dos estreitos limites
Ars-em-Dombes para aldeias e cidades vizinhas. Os peregrinos que desejavam
confessar-se com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida eram mais
de 200 por dia, mais de 80.000 por ano.
SÃO JOÃO MARIA VIANNEY
PREGA CONTRA OS VÍCIOS
PREGA CONTRA OS VÍCIOS
Não é de se estranhar que ele
combata de forma insistente contra qualquer tipo de vicio, pois ele é um
seguidor fiel de Jesus Cristo. Em suas pregações ele dirigia suas palavras
contra quatro coisas: contra os que trabalhavam aos domingos, contra as danças,
contra a difamação e as tabernas. Passou oito anos lutando contra o
trabalho aos domingos, até que conseguiu. No domingo Ars tornou-se dia do
senhor.
Nas missas dominicais, pregava sobre os deveres de
cada um para consigo, para com o próximo e para com Deus. Falava constantemente
do inferno e do que precisamos fazer para evitá-lo: “Ó, meus queridos paroquianos,
esforcemo-nos para ir para o Céu. Lá havemos de ver a Deus. Como seremos
felizes! Que desgraça se algum de vós se perder eternamente!”
A respeito da santidade do domingo,
ouviu-se o santo Vianney muitas vezes dizer: “Vós trabalhais, mas o ganho
arruína o vosso corpo e a vossa alma”. Se perguntasse àqueles que no domingo
trabalham: Que estais a fazer? Eles poderiam responder: Estou vendendo a minha
alma ao demônio; Estou crucificando Nosso Senhor; estou renegando o meu
batismo!... Oh! Como se engana aquele que aproveita do domingo, pensando que
ganha mais dinheiro! Vós tendes a convicção de que tudo depende do vosso
trabalho; é engano. Ora vem uma doença, um acidente... é preciso tão pouca
coisa... uma tempestade, uma chuva... Deus tem tudo na mão; ele pode vingar-se
quando e como quer... Conheço dois meios para empobrecer: “Trabalhar no domingo
e roubar bens alheios”.
Seu
combate maior foi contra a dança. Ele passou vinte e cinco longos anos para acabar
com a dança, visto que estava bastante enraizada na vido do povo daquele local,
sobretudo entre os mais jovens. Ele disse: “As pessoas que entram numa baile
deixa o seu anjo da guarda à porta, e o substituiu o demônio. Assim, o quanto é
que há tantos demônios como dançarinos”.
Explicava que não basta evitar o pecado, mas
deve-se fugir também das ocasiões. Por isso, ele se dirigia ao mesmo tempo ao
pecado e a ocasião de pecado. Atacava assim ao mesmo tempo a dança e a paixão
impura por ela alimentada: “Não há um só mandamento da Lei de Deus que o baile
não transgrida. [...] Meu Deus, poderão ter olhos tão cegos a ponto de crerem
que não há mal na dança, quando ela é a corda com que o demônio arrasta mais
almas para o inferno? O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim.
Essa mudança
começa quando as conversões vão acontecendo, sobretudo, a conversão de mulheres
jovens. A partir disso os bares vão começando a falir, alguns proprietários
insistem, mas fracassaram.
Essas
suas pregações contra os vícios eram sempre acompanhadas por uma insistente
luta para aproximar as pessoas dos sacramentos, ele falava bastante da presença
real de Jesus na eucaristia.
AMOR
PELOS SACRAMENTOS
DA EUCARISTIA E DA ORDEM
DA EUCARISTIA E DA ORDEM
O
sacerdócio de Cura d’Ars foi dedicado inteiramente à celebração da santa missa
todos os dias. Colocou a eucaristia no centro de sua vida. Sentia uma alegria
imensa ao celebrar o santo missa. Após a consagração a sua face se tornava
radiante de alegria. Antes da comunhão quando pega o corpo do senhor em suas
mãos, ele faz uma pausa para olhar e em atitude de acolhimento da um sorriso
tão angelico que parece ter visto o senhor com os próprios olhos.
Na
missa, o sacerdote obedece a Deus. Ele diz algumas palavras e o Senhor desce do
céu a sua voz, a ser contido dentro de uma pequena hóstia. Deus dirigiu seus
olhos para o altar e diz: “Aqui é o meu Filho amado, em quem estou bem
satisfeito. Ele não pode negar nada sobre os méritos da vitima divina. Se
tivéssemos fé, veríamos Deus escondido no sacerdote como uma luz por trás de um
vidro ou vinho misturado com água... se disse que naquela hora era reviver os
mortos, corria para ver que evento, mas a consagração, que transforma o pão e o
vinho no corpo e sangue de Jesus, não é um milagre muito maior do que
ressuscitar um morto? Enquanto se preparava para a missa, estava diante do
altar com olhos fixos diante do tabernáculo, com as mãos juntas, e nada poderia
distraí-lo. Ao celebrar a missa, disse: “Assim, a consagração ir muito rápido,
mas depois da consagração eu esqueço de tudo para chegar em minhas mãos nosso
senhor” (CURA D’ARS VIDA E ANEDOTAS, pg. 49).
Como já fizemos referencia anteriormente, o
sacramento da eucaristia era o que fortalecia Cura d’Ars, o seu ministério. A
missa para ele era um mistério tão grande que era incapaz de compreender tal
mistério aqui na terra. Só no céu um dia poderíamos compreender tal
profundidade. Ele diz: “Oh, meu Deus, quão triste é que um padre para celebrar
a missa como uma coisa comum! Um bom pastor segundo o coração de Deus é o maior
tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais
preciosos da divina misericórdia”.
São João Maria Vianney ao mesmo tempo em que
destaca a grandeza do sacramento da eucaristia, vai também destacando
igualmente a grandeza do sacramento da ordem. Um existe em relação ao outro. Sobre
o sacramento da ordem ele diz:
“Sem
o sacramento da ordem não teríamos o Senhor. Quem colocou no tabernáculo? O
sacerdote. Quem recebe a sua alma acabada de nascer? O sacerdote. Depois de
Deus, o sacerdote é tudo! Ele se entende só no céu! Se compreendêssemos bem o
que é um padre sobre a terra, morreríamos, não de susto, mas de amor.... sem o
padre, morte e paixão de nosso senhor Jesus Cristo seria inútil. O sacerdote
continua a obra de redenção na terra” (CURA D’ARS VIDA E ANEDOTAS, pg. 50).
Percebemos, portanto, o grande amor do padre
Vianney pelo sacramento da ordem. Assim ele vai fazendo uma ligação entre os
dois sacramentos, eucaristia e ordem. Ainda sobre o sacerdote ele diz: “O padre
possui a chave para o tesouro do céu. É ele quem abre a porta, é o
administrador do bom Deus; o administrador dos seus bens”. Com essas frases
queremos apenas demonstrar a sua grande dedicação a estes sacramentos. Não é
nosso propósito aprofundar aqui o que ele diz sobre o sacramento da ordem, mas
vejamos algumas de suas frases sobre o sacerdócio que nos ajudaram compreender
melhor o seu amor por esse ministério.
► Se tivéssemos fé, veríamos Deus oculto no
sacerdote, como a luz por trás da vidraça, como vinho misturado na água.”
► “Devemos
considerar o padre quando está no altar e no púlpito como se fosse o próprio
Deus”
► “Oh! como o
sacerdote é algo sublime! Se ele se apercebesse morreria… Deus lhe obedece: diz
duas palavras e Nosso Senhor desce do céu.”
► “Se não
tivéssemos o sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem o colocou no
tabernáculo? O padre. Quem foi que recebeu nossa alma à entrada da vida? O
padre. Quem a alimenta para lhe dar força de fazer sua peregrinação? O padre.
► “Quem a
preparará para comparecer perante Deus, lavando a alma pela última vez no
sangue de Jesus Cristo? O padre, sempre o padre. E se alma vier a morrer, quem
a ressuscitará, quem lhe dará a calma e a paz? Ainda o padre.”
► “O Sacerdote
não é para si, mas para vós…
► “Quem recebeu
vossa alma à sua entrada na vida? É o sacerdote. – Quem a sustenta para dar-lhe
a força de fazer sua peregrinação? O sacerdote. – Quem há de prepará-la para se
apresentar diante de Deus, purificando-a pela última vez no sangue de Jesus
Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. -
► “E se a alma
morrer quem há de ressuscitá-la? Ainda o sacerdote. – Não há benefício alguma
de que vos lembreis sem ver logo ao lado desta recordação a figura do sacerdote.
– O sacerdote tem as chaves dos tesouros celestiais; é o procurador de Deus, é
o ministrador de seus bens.”
► “Só no céu
compreenderemos a felicidade de poder celebrar a Missa.”
► “O padre não
é para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele
não é para si, é para vós.”
► “Se um padre
vier a morrer em conseqüência dos trabalhos e sofrimentos suportados pela
glória de Deus e a salvação das almas não seria nada mal.”
► “O Sacerdote
só será bem compreendido no céu… Se o compreendêssemos na terra, morreríamos,
não de pavor, mas de amor.”
► “Se não fosse
o padre, a morte e a Paixão de Nosso Senhor de nada serviriam.”
► “O Sacerdote
é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o padre, pensai em Nosso Senhor
Jesus Cristo.”
SÃO
JOÃO MARIA VIANNEY
O CONFESSOR
O CONFESSOR
Na
vida de um sacerdote um dos ministérios mais importantes é o sacramento da
confissão. O santo Cura d’Ars o exerceu de forma até exaustiva, não se poupou
em atender todos os penitentes que o procuravam para confissão. Passava horas
confessando, estivesse fazendo frio, estivesse quente, estivesse com fome ou
mesmo atingindo por dores de cabeça continua, ele estava lá atendo no seu
confessionário.
Considerado um sacerdote não inteligente, onde no
primeiro momento do seu ministério não havia tido licença para exercer o
sacramento da penitencia, passa a ser o confessor dos mais obstinados
pecadores, e em Ars encontraram a luz da fé. Aquela igreja que antes estava
vazia, agora os peregrinos não só de Ars mais de diversos lugares acorrem a ela
antes de amanhecer para receber auxilio espiritual para suas almas. “Diga-me
onde está Ars, e eu lhe indicarei o caminho do céu”, havia dito São João Maria
a um pastorzinho antes de chegar à sua paróquia. O caminho do céu ele indica a
milhares de almas.
Confessa as
mulheres até às seis. E às oito e meia, está de volta e atende os homens na
sacristia. Ele sempre dava uma penitencia pequena aos penitentes, quanto as que
estavam faltando, dizia ele, que as fazia. Mas ele era bastante exigente,
queria que os pecadores demonstrassem sinais de verdadeira conversão. Durante
os seus sermões ele até aconselhou aos outros sacerdotes a negar a absolvição
ou, estes deviam adiar para aqueles pecadores que se habituaram com os pecados
e nada faziam para os corrigir.
Por causa da grande
quantidade de penitentes que buscavam se confessar com o padre Vianney,
formando longas filas, a confissão devia ser curta, sem muitas explicações.
Após a absolvição, diz ele, que o sangue de Cristo flui através de nossas almas,
lavando-as, purificando-as e a torna tão bonita como foi depois do nosso
batismo.
O numero de penitentes
eram tão grande, nos últimos dez anos de sua vida, que muitos passavam até
sessenta horas esperando para confessar seus pecados.
INCANSÁVEL
PADRE VIANNEY
Dentro desse nosso
trabalho será interessante conhecer como era o dia a dia desse grande santo na
sua comunidade paroquial. Por isso, veremos a seguir algumas atividades
pastorais do Padre Vianney.
► À uma da manhã em ponto, faz a sua oração na Igreja.
► Confessa as mulheres até às seis.
► A seguir, faz a sua ação de graças.
► Depois fica à disposição dos fiéis para
abençoar-lhes as imagens e dar-lhes conselhos.
► Por volta das oito, ele se permite, a instâncias
das moças da “Providência”, ir lá tomar, do outro lado da praça, meio copo de
leite sem pão.
► Como também elas precisam de conselhos,
distribui-os generosamente.
► Às oito e meia, está de volta e atende os homens
na sacristia.
► As dez, interrompe-se e vai render a sua homenagem
a Deus recitando as suas horas menores.
► E depois confessa mais um pouco.
► As onze, volta à “Providência” para ensinar o
catecismo às crianças, às suas órfãs especialmente, e também a muitos adultos.
► Ao meio dia, reza o “Ângelus” e retorna à casa
paroquial para almoçar.
► Atravessar a praça leva cerca de um quarto de
hora, porque a multidão se comprime à sua volta; é preciso continuar a
aconselhar e a abençoar.
► Almoça de pé, rapidamente, muitas vezes enquanto
fala, pois os paroquianos mais próximos se aproveitam das refeições para
confiar-lhe as suas misérias.
► Ainda assim, já ao meio-dia e meia tem de visitar
os seus enfermos, sempre escoltado pela multidão que não se cansa de interroga-lo.
► Assim que volta à igreja, mergulha no seu
breviário, a tempo de ler as vésperas e as completas.
► Mal fecha o livro, retorna ao confessionário.
► As mulheres o retêm ali até às cinco.
► Passa aos homens, que o retêm até às oito.
► Enfim, sobe ao púlpito para recitar a oração
vespertina e o terço da Imaculada Conceição.
► Depois deste longo e penoso trabalho, imaginamos
que vá jantar e depois dormir?
► Não. Nem sempre consegue jantar; é preciso que
receba em sua casa umas quantas almas delicadas, difíceis de convencer ou de
dirigir.
► Também tem de terminar o seu breviário: matinas e
laudes, a parte mais longa.
► Com isso chegamos às dez horas da noite.
► Não é raro, também, que retorne à igreja a fim de
confessar mais um pouco, e que de lá não volte senão depois da meia-noite.
► Depois deita-se.
► Mas a noite será curta: a nova jornada, como a
anterior, começa bem antes do nascer do sol.
► Façamos as contas. O Pe. Vianney trabalha pelo
menos vinte horas. Quinze ou dezesseis, no mínimo, transcorrem ouvindo
confissões, tanto na capela de São João ► Batista, dentro do confessionário onde atende as
penitentes, quanto na sede de madeira dura da sacristia, onde recebe os
penitentes.
► Terá tido duas horas a sós com Deus?
► Mas ele está sempre com Deus.
► Este regime há de durar trinta anos.
CONCLUSÃO
Um sacerdote santo, o resultado é também torna
piedosos aqueles que fazem parte do seu rebanho. Foi o que aconteceu em Ars
depois que o Padre Vianney chegou a essa pequena comunidade. O seu exemplo de
santidade com certeza foi o motivo da conversão de tantas pessoas.
A sua vida de profunda oração, de caridade, o seu
grande amor pela eucaristia, o amor pelo sacramento da ordem, pelo sacramento
da penitencia, as confissões que levaram muitos irmãos a conversão, tudo isso
fez de Ars uma nova comunidade, um lugar de grades peregrinações vindas de
diversos lugares.
São João Maria Vianney reprimia os abusos em Ars, mas
ao mesmo tempo semeava a boa semente. Ele aspirava, para seus paroquianos e
peregrinos, ao ideal de perfeição. Por isso, ele fazia algumas recomendações,
que rezassem antes e depois das refeições, recitassem o Ângelus três vezes ao
dia onde quer que estivessem; e que, ao levantar e deitar, fizessem a oração da
manhã e a da noite. Esta passou a ser feita também em comum na igreja ao toque
do sino. Os que ficavam em casa ajoelhavam-se diante de algum quadro ou imagem
religiosa, ali faziam suas orações.
Os contra valores que existiam em Ars, agora não
existem mais. As pessoas tem vergonha de não fazer o bem e de não praticar a
Religião. Ars tornou-se um centro de piedade e religiosidade.
Os peregrinos que a visitavam, admirava nas ruas da
cidade a serenidade de certos semblantes, as pessoas refletiam a paz de suas
almas, pois viviam constantemente unidas a Deus.
REFERÊNCIAS
PEÑA,
Ángel O.A.R. Vida e Anedotas de Cura de Ars. Lima, Perú:
JULIN, Marc. João Maria Vianney o Cura d’Ars. São
Paulo: paulinas, 1995.
MONNIN,
Alfred. S. Giovanni Maria Vianney: IL CURATO D’ARS. Paris, 1861.
Fourrey, René. Vita
autentica del curato d´Ars.
Ed. San Paolo, 1986.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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