FORMAÇÃO
PARA COROINHAS - III
lll – A LITURGIA
O que é uma Oração: Para
entendermos o que é a Liturgia precisamos compreender bem o que é a Oração. A
oração é a elevação da alma a Deus, é o diálogo com Ele, quando pedimos ou
agradecemos, de acordo coma nossa necessidade e conforme a Sua vontade. A
oração é sempre um presente de Deus, que vem ao encontro do homem. A oração
cristã é relação viva dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente bom, com seu
Filho Jesus Cristo e com Espírito Santo, que habita no coração deles. Na liturgia, o Povo de Deus reunido
celebra seus louvores à Santíssima Trindade. A Liturgia é, portanto, a Oração
da Igreja enquanto comunidade de irmãos e irmãs que se reúnem para rezar.
Onde a Igreja celebra a Sagrada Liturgia? A
oração não está ligada a nenhum lugar exclusivo, porque Cristo é o verdadeiro
Templo de Deus que está em todos os lugares. Contudo, o Povo de Deus, na sua
casa condição terrena, tem necessidade de lugares em que a comunidade possa se
reunir para celebrar a liturgia. Esses
lugares são chamados de edifícios sagrados porque são casas de Deus. São
lugares de Oração, onde a comunidade de fé celebra, sobretudo, a Eucaristia e
adora o Corpo de Cristo presente no Sacrário.
Quem celebra a Liturgia? A Igreja aqui na terra celebra a
liturgia como povo de sacerdotes, ou seja, todos fiéis participam da
oração de acordo com a sua função:
- Todos os que são batizados
entregam suas vidas a Deus como sacrifício espiritual, participando ativamente das
celebrações, seja cantando, ouvindo as leituras e o evangelho, fazendo seus
pedidos louvores e comungando no Corpo do Senhor.
- Os que foram escolhidos por Deus
para serem ordenados celebram de acordo com a Ordem que receberam para o
serviço de todos os fiéis, ou seja: os bispos e
os padres agem na pessoa de
Cristo presidindo a celebração da Missa; os diáconos proclamam ao
Evangelho de Cristo e servem à Mesa da Eucaristia.
Como celebramos a Liturgia? A celebração litúrgica é feito através de
sinais e de símbolos que (embora tenha raízes na criação e nas culturas aqui na
terra) apontam para Deus e nos mostram o caminho que conduz à Pessoa e à Missão
de Cristo.
Os símbolos
e objetos litúrgicos
Livros Litúrgicos
MISSAL - Livro
usado pelo sacerdote na celebração eucarística.
LECIONÁRIOS - Livros que contêm as leituras para as celebrações. São três:
I – Lecionário dominical – Contém as leituras
dos domingos e de algumas solenidades e festas.
II – Lecionário semanal – Contém as leituras
dos dias de semanas. A primeira leitura e o salmo responsorial estão
classificados por ano par e ímpar. O evangelho é sempre o mesmo para os dois
anos.
III – Lecionário santoral – Contém as
leituras para as celebrações dos santos. Nele também constam as leituras para
uso na administração de sacramentos e para diversas circunstâncias.
IV – EVANGELIÁRIO
- É o livro que contém o texto do evangelho para as celebrações dominicais e
para as grandes solenidades.
Espaço Celebrativo
ALTAR – Mesa fixa, podendo também ser móvel,
destinada à celebração eucarística. É o espaço mais importante da Igreja Lugar
onde se renova o sacrifício redentor de Cristo.
AMBÃO – Chama-se
também Mesa da Palavra. É a estante de onde se proclama a palavra de Deus. Não
deve ser confundida com a estante do comentador e do animador do canto. Esta
não deve ter o mesmo destaque do ambão.
CREDÊNCIA – Pequena
mesa onde se colocam os objetos litúrgicos, que serão utilizados na celebração.
Geralmente, fica próximo do altar.
PRESBITÉRIO – Espaço ao
redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam os
principais ritos sagrados.
NAVE DA
IGREJA
– Espaço do templo reservado aos fiéis.
SACRÁRIO – Chama-se
também Tabernáculo. É uma pequena urna onde são guardadas as partículas
consagradas e o Santíssimo Sacramento. Recomenda-se que fique num lugar
apropriado, com dignidade, geralmente numa capela lateral.
PÚLPITO – Lugar nas
Igrejas antigas de onde o presidente fazia a pregação. Hoje, praticamente não é
mais usado.
Objetos Litúrgicos
CORPORAL – Tecido em
forma quadrangular sobre o qual se coloca o cálice com o vinho e a patena com o
pão.
MANUSTÉRGIO - Toalha
com que o sacerdote enxuga as mãos no rito do Lavabo. Em tamanho menor, é usada
pelos ministros da Eucaristia, para enxugar os dedos.
PALA – Cartão
quadrado, revestido de pano, para cobrir a patena e o cálice.
SANGUINHO – Chamado
também purificatório. É um tecido retangular, com o qual sacerdote, depois da
comunhão, seca o cálice e, se for preciso, a boca e os dedos.
ÂMBULA,
CIBÓRIO OU PÍXIDE – É um recipiente para a conservação e distribuição das hóstias
aos fiéis.
CÁLICE – Recipiente
onde se consagra o vinho durante a missa.
CALDEIRINHA
E ASPERSÓRIO – A caldeirinha é uma pequena vasilha, onde se coloca água benta
para a aspersão. Já o aspersório é um pequeno instrumento com o qual se joga
água benta sobre o povo ou sobre objetos. Na liturgia são inseparáveis.
CASTIÇAL – Utensílio
que se usa para suporte de uma vela.
PATENA - Pequeno
prato, geralmente de metal, para conter a hóstia durante a celebração da missa.
BACIA E
JARRA
- Em tamanho pequeno, contendo a jarra a água, para o rito do “Lavabo’’, na
preparação e apresentações dos dons”.
CÍRIO PASCAL – Vela
grande, que é abençoada solenemente e na Vigília Pascal do Sábado Santo e que
permanece nas celebrações até o Domingo de Pentecostes. Acende-se também nas
celebrações do Batismo.
OSTENSÓRIO – Objeto
que servi para expor a hóstia consagrada, para adoração dos fiéis e para dar
a bênção eucarística.
LUNETA - Peça
circular do Ostensório, onde se coloca a hóstia consagrada, para a exposição do
Santíssimo. É peça móvel.
GALHETAS – São dois
recipientes para colocação da água e do vinho, para celebração da missa.
HÓSTIA – Pão não
fermentado (ázimo), usado na celebração eucarística. Aqui se entende a hóstia
maior. É comum a forma circular.
PARTÍCULA – O mesmo
que hóstia, porém em tamanho pequeno e destinada geralmente à comunhão dos
fiéis.
RESERVA
EUCARÍSTICA – Nome que se dá às partículas consagradas, guardadas no sacrário
e destinadas, sobretudo aos doentes à adoração dos fiéis, em visita ao
Santíssimo. Devem ser consumidas na missa seguinte.
INCENSO – É uma
resina aromática, extraída de várias plantas, usada sobre brasas, nas
celebrações solenes (Ver também a referência do n° 66).
NAVETA – Pequeno
vaso que se transporta o incenso nas celebrações litúrgicas.
TECA – Pequeno
estojo, geralmente de mental, onde se leva a Eucaristia para os doentes. Usa-se
também, em tamanho maior, na celebração eucarística, para conter as partículas.
TURÍBULO – Vaso
utilizado nas incensações durante a celebração. Nele se colocam brasas e o
incenso.
Outros Símbolos
IHS – Iniciais
das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significam Jesus Salvador dos
homens. Empregam-se sempre em paramentos litúrgicos, em portas de sacrário e
nas hóstias.
ALFA E ÔMEGA – Primeira
e última letra do alfabeto grego. No Cristianismo aplicam-se a Cristo,
princípio e fim de todas as coisas.
TRIÂNGULO – Com seus
três ângulos iguais (eqüilátero), o triângulo simboliza a Santíssima Trindade.
É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.
INRI – São os
iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iundaerum, que quer dizer:
Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandado colocar por Pilatos na crucifixão de
Jesus (Cf. Jo 19,19).
XP – Estas
letras, do alfabeto grego, correspondem em português a C e R. Unidas, formam as
iniciais da palavra CRISTÓS
(Cristo). Esta significação simbólica é, porém, ignoradas por muitos.
Vestes LitúrgicAs
ALVA - Túnica
longa, de cor branca.
TÚNICA – O mesmo
que alva. Atualmente pode ser de cor neutra.
AMITO – Pano que
o ministro coloca ao redor do pescoço antes de outras vestes litúrgicas.
CASULA – Veste
própria do sacerdote que preside a celebração. Espécie de manto que se veste
sobre a alva e a estola.
ESTOLA – Veste
litúrgica do sacerdote. Os diáconos também a usam, porém a tiracolo, sobre o
ombro esquerdo, pendendo-a do lado direito.
CAPA PLUVIAL – Capa
longa, que o sacerdote usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao conduzi-lo nas
procissões. Usa-se também no rito de aspersão da assembléia.
CÍNGULO – Cordão
com o qual se prende a alva ao redor da cintura.
VÉU UMERAL – Chama-se
também véu de ombros. Manto retangular, de cor dourada, usado pelo sacerdote na
bênção do Santíssimo.
DALMÁTICA – Veste
própria do diácono. É colocada sobre a alva e a estola.
Símbolos Litúrgicos Ligados À Natureza
A ÁGUA - A água
simboliza a vida, remete-nos, sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para
uma vida nova.
O FOGO – O fogo
ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da
Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasa nos turíbulos.
O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica.
É símbolo, sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo 48,1; Lc3,16,12,49; At
2,3; 1Ts 5,19).
A LUZ - A luz
brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessário à vida,
como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrimo errante. A luz produz
harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma
pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir,
assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo
Vivo, como Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.
O PÃO E O
VINHO
– Símbolo do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do sacrifício
da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para
significarem o seu próprio sacrifício redentor.
O INCENSO – Sua
fumaça simboliza a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora
como súplica (Cf. Sl 140 (141)2; Ap 8,4).
O ÓLEO – Temos na
liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados
liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos.
Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o
objeto – no caso, o óleo – além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma
ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. O que também acontece com a água: ela
supõe e cria o banho lustral, de purificação, como nos ritos Batismo, do
“lavabo’’ e do “asperges’’, este em sentido duplo: na missa, como rito
penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como memória pascal do nosso
Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de “símbolos
rituais’’. A unção com óleo atravessa toda
a historia do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes,
e culmina no Novo Testamento, como a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro
Ungido de Deus (Cf. Is 61,1; Lc 4,18). A palavra Cristo significa, pois,
ungido. No caso, o Ungido, por excelência.
AS CINZAS – As cinzas,
principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós sinal da
penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mais
estas mesmas cinzas estão ultimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos
esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano
anterior, geralmente queimados na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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