TRINDADE - PARTE 2
É
incontestável que a revelação da Trindade na economia salvífica se funda na
Trindade imanente, essa última podia existir sem sua manifestação econômica. A
identidade não significa que a Trindade imanente só existia na econômica, que
Deus se faça Trino na medida em que se comunica aos homens, ou que a Trindade
de pessoas seja fruto de sua livre decisão em vista dessa autocomunicação.
A Trindade
imanente não se realiza nem se dissolve na economia. Tem em si mesma a
plenitude, independentemente da criação e da obra salvífica. Se assim não fora,
nossa própria salvação estaria comprometida. Deus não poderia nos salvar, porque
deveria também chegar à sua plenitude – em última instância, “salvar-se”. A
Trindade imanente é o fundamento transcendente da economia da salvação. O
mistério de Deus trino, transcendente a este mundo, só se pode conhecer através
da Trindade econômica, isto é, através da revelação de Jesus. O mistério
salvador que é Deus mesmo nos é unicamente acessível em virtude da livre
comunicação divina.
A
“identidade” entre a Trindade imanente e a econômica não pode portanto
explicar-se em termos de uma realização de Deus em sua economia, o que leva à
confusão entre a doutrina da Trindade e a cristologia. Mas deve-se ter
presente, além disso, um segundo aspecto da questão. Assim como a Trindade
imanente não se identifica com o desenvolvimento da economia da salvação sem se
“dissolve” nela, tampouco se “esgota” na dispensação salvadora em que livre e
gratuitamente se comunica.
A
autocomunicação de Deus que se realiza na história comporta um elemento de kenose e de cruz, de esvaziamento, que
nos obriga a supor uma distinção entre a Trindade econômica e a imanente. A forma servi foi realmente assumida por Jesus; a ele pertence também a forma Dei, cujo conteúdo não podemos
plenamente conhecer na condição presente.
A identidade
entre a Trindade econômica e Trindade imanente deve-se, portanto entender no
sentido de que por uma parte, Deus se nos dá e se revela tal como é em si mesmo,
mas que o faz livremente, isto é, seu ser não se realiza nem se aperfeiçoa
nessa autocomunicação; e que por outra parte nessa revelação Deus mantém seu
mistério, sua maior proximidade significa a manifestação mais direta de sua
maior grandeza.
Deus
ocupa-se com o mundo; o dogma da Trindade, em sua entranha mais profunda, leva,
como todo dogma, um cunho soteriológico. Por outra parte, Deus ocupa-se com o
mundo como Deus, “não se converte no amor pelo fato de ter o mundo como um
tu... senão porque já em si mesmo e por cima do mundo é amor”. Citação do
documento Teologia, cristologia, antropologia (Comissão Teológica
Internacional): “A Trindade não se constituiu simplesmente na história da
salvação pela encarnação, a cruz e a restauração de Jesus Cristo, como se Deus
necessitasse de um processo histórico para chegar a ser trino”.
No documento
supra mencionado ainda diz: Não há duas Trindades. Por uma parte, na Trindade
imanente está o fundamento, a condição de possibilidade da economia salvadora. Deus
não quis ser sem nós. Isso não quer dizer que a Trindade seja aperfeiçoada pela
economia ou que essa lhe proporcione algo de que carecia. A novidade está em
que nas relações constitutivas da Trindade entrou o Filho enquanto homem,
Jesus, que nasceu, morreu e ressuscitou. A economia não constitui o Deus trino
nem o aperfeiçoa, mas isso não quer dizer que nada signifique para ele. A
Trindade imanente, na soberana liberdade de seu amor, é o fundamento da
história da salvação, mas por sua vez essa tem uma certa repercussão no ser
divino. Os mistérios salvíficos são mistérios próprios de Deus.
FONTE CONSULTADA:
LADARIA, Luis
F. – O Deus Vivo e Verdadeiro (O Mistério
da Trindade) – Coleção Theologka – Edições Loyola – São Paulo – Brasil – 2005.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
CONGRATULACIONES JESUS CRISTO FILHO DE DEUS, DEUS ABENCOE VOCE. ABRACO DRA. BERTHA PERU
ResponderExcluir