Abrão era caldeu, vivia na cidade de Ur,
na Caldeia (hoje é região do Iraque), quando foi chamado por DEUS por volta de 1850 a C. Em Ur prestava-se
culto aos deuses do céu; as divindades eram identificadas como os astros, cada
cidade e, até cada família, tinha seu DEUS protetor. Abrão se distinguia dos demais
habitantes por adorar a um DEUS único, enquanto todos ali eram politeístas, isto
é, adoravam vários deuses. Por meio de Abrão, DEUS abençoa toda a humanidade
dando início a uma nova etapa na história do seu povo.
Um dia, estando Abrão adorando a DEUS
que ele tão pouco conhecia, sentiu no íntimo de seu coração algo de
extraordinário que dizia: “Sai da tua terra, da tua casa paterna, e vai para a
região que eu te mostrarei. Farei sair de ti um grande povo e te abençoarei”
Gn12, 1-9.
Esta história é de toda a humanidade:
Com Abrão começa surgir o embrião de um povo que terá a missão de trazer a
bênção de DEUS para todas as nações da terra.
Esse povo será portador do projeto de DEUS: Toda nação que se orientar
por esse projeto estará refazendo no homem a imagem e semelhança de DEUS,
desfigurada pelo pecado. O caminho
começa pela fé: Abrão atende o chamado divino e aceita o risco sem restrições.
Ele partiu, acompanhado de sua mulher
Sara, seu sobrinho Lot e todos os seus servos. Abrão obedeceu ao chamado de
DEUS que ele sentiu no íntimo de seu ser.
Mas isto não foi fácil. Para ele
a migração foi uma experiência de fé. Abrão entrega-se a DEUS na fé, para que
este lhe aponte o caminho. E DEUS lhe faz uma promessa: “ser abençoado e ter
uma grande descendência” era a promessa da Aliança. Aliança quer dizer um pacto
de amizade entre DEUS e os homens. É
esse mesmo o significado da palavra Testamento = pacto de amizade, de amor
mútuo.
DEUS
pede a Abrão que creia Nele, DEUS único e verdadeiro. DEUS lhe pede também que
deixe sua terra, rompendo com a civilização das ricas cidades comerciais, a fim
de caminhar em direção à Terra que lhe prometera. A história de Abraão é sua! Qual é a terra
que você precisa deixar? (pausa)
Nesta história podemos observar algo
maravilhoso! DEUS promete a Abrão exatamente o que ele precisa, o que ele mais desejava:
terra para o seu rebanho, pois ele era nômade, e filhos para cuidar dele. É assim mesmo! DEUS dá para o homem
exatamente o que o homem aspira para suas necessidades vitais. E por que isto muitas vezes não acontece em
nossas vidas? Por que não deixamos DEUS nos sustentar. Devemos fazer nossa parte como se tudo
dependesse de nós e confiar e esperar em DEUS como se tudo dependesse
Dele. Por trás das necessidades humanas
estão as aspirações e dentro destas, a promessa de DEUS.
“Toda
terra...” Gn13,15 - É a segunda parte da promessa feita a Abrão; primeiro, uma
descendência numerosa, Gn12,2; depois, a posse de uma terra, na qual poderá
desenvolver sua missão. São, por ora, promessas materiais, mas DEUS sabe
proporcionar promessas e dons e no momento oportuno, Ele não deixará de mostrar
também a parte sobrenatural.
Abrão foi o iniciador de um grande povo,
de uma grande nação. A promessa de DEUS
não se refere apenas a um reino material, mas acima de tudo a um reino
espiritual. Ele é o primeiro homem espiritual.
É por isso que é chamado “pai dos que crêem”. Por sua experiência de fé, ele é o pai de
todos aqueles que crêem e amam a DEUS.
Por sua fé Abrão é reconhecido “justo”.
Justa é a pessoa que se “ajusta” ao projeto de DEUS, que adere à sua Palavra. Porque a fé não é um simples acreditar em
histórias ou verdades acerca dos deuses, nem mesmo acreditar em verdades sobre
DEUS.
Fé é responder a um chamado pessoal de DEUS, uma
vocação, porque toda a nossa vida é vocação.
É acolher DEUS que quer fazer a sua História junto com os homens. É abrir o coração à vontade de DEUS. É o relacionamento de amizade com DEUS. Abrão realiza assim a definição dada à fé: “a
fé constitui a garantia dos bens que se esperam e a prova de que existem as
coisas que não se vêem” Hb11, 1. A fé é chamada fundamento, quer porque nela se
apóia a esperança, quer porque nos torna como que presentes as realidades
futuras para as quais ela está inteiramente orientada; é chamada prova no
sentido de que é certeza absoluta da verdade, baseada neste argumento, o qual
torna a fé racional.
Em Gn15,1-12.17-18 “Não temas...” – Vemos que DEUS aparece a
Abrão e desafia sua fé novamente com a
promessa de uma terra e uma descendência numerosa. Uma terra diferente, onde a
lei não seja a dominação de uns pelos outros, onde a civilização não seja
opressora, mas libertadora e humana. Abraão, como todo ser humano pede a DEUS
uma garantia, ou seja, uma certeza que possuirá a terra, e DEUS na sua infinita
bondade firma com Abraão um contrato. Que contrato será este? O que podemos entender deste maravilhoso texto?
Segundo um antigo costume patriarcal, os dois contraentes deveriam passar no
meio de animais esquartejados, indicando com isso que estavam prontos a ter a
mesma sorte dos animais caso rompessem o acordo. E aí que está maravilha do
contrato que DEUS firma com Abrão, pois
Ele faz Abrão cair em sono profundo que impede de passar entre as carnes.
Somente DEUS firma a aliança. Por que
será? (pausa) A aliança com Abrão é um empenho exclusivo de DEUS: só DEUS pode
realizar aquilo que prometera. Ah,
que maravilhoso é o nosso DEUS!
Apesar da infidelidade do homem, DEUS será sempre fiel. E para dar mais certeza e segurança Ele ainda
promete a Abrão: “não temas, eu serei o teu escudo”. Será que alguém consegue imaginar a
tranqüilidade que Abrão deve ter sentido ao abrir os olhos? Ele não precisava
mais passar entre os animais e ainda com a promessa de DEUS que Ele será o seu
escudo!?
Vimos também no texto que vieram aves de rapina e se precipitaram sobre
os cadáveres dos animais, mas Abrão as enxotou. DEUS firmou aliança, mas foi
preciso que Abrão cortasse os animais e enxotasse as aves, isso vem nos lembrar
a necessidade de fazermos aquilo que está ao nosso alcance para que DEUS
realize a parte Dele.
As aves de rapina também nos lembra as
diversas dificuldades pelas quais o povo de DEUS passou e também nós passamos e
nos mostra a necessidade de vencê-las para alcançarmos a vitória que é somente
nossa. Ah, que DEUS maravilhoso!
Obrigado PAI por tanta fidelidade! Esta palavra
é viva e eficaz; DEUS agora quer também firmar uma aliança de amor com cada um
aqui presente, Ele com certeza olha para você e pergunta: Posso ser o seu
escudo? O que você precisa enxotar da
sua vida para que DEUS possa fazer aliança contigo? (pausa)
Em Gn16,1-4, Abraão com a promessa que
será pai de grande prosperidade, com 86 anos e não vendo como se realizaria a
sua descendência, e, Sarai já com idade
avançada e estéril toma uma decisão: Entrega sua escrava Agar para garantir a
descendência. DEUS abençou Ismael, o
filho de Agar, mas afirma que ele não será o filho da sua promessa, isto é, o
filho da promessa virá do ventre de Sara. No capítulo 17,1-8 do livro do Gênesis –
Veja como inicia o texto “Eu sou o DEUS onipotente; anda em minha presença e sê
perfeito” E, nesta aparição também
ordena a Abrão que se circuncidasse, ele que já estava com 99 anos e o filho
prometido ainda não tinha sido gerado.
E ainda, DEUS escolhe um sinal –
Gn17,9-14 – Ele escolhe um sinal
conhecido, isto é, DEUS fala a nossa linguagem, não nos pede nada que não
esteja ao nosso alcance. A Circuncisão era já praticado antes de Abraão, mas
DEUS escolhe-a e impõe-na ao patriarca
qual sinal externo e sagrado que recordará a DEUS a Aliança estabelecida e ao mesmo tempo
lembrará aos hebreus os seus deveres de povo eleito, do qual passavam a
participar justamente mediante esse rito.
A Igreja Católica vê nesse rito o sacramento do batismo, que nos torna
filhos de DEUS. Abrão chega em sua casa circuncida-se e
todos homens, filhos e escravos, como os comprados e os estrangeiros, do mesmo
modo foram circuncidados Gn17,27. O filho que havia gerado através de sua
escrava Agar já estava com 13 anos e também é circuncidado.
Abrão estava com 99 anos e já contava
certo que o herdeiro seria Ismael. Mas disse DEUS a Abrãao – Gn17,15-27 - Vemos
que DEUS reafirma sua promessa de um filho de Abrão e Sarai, o preanúncio da
Igreja dos cristãos. Ele abençou o filho da escrava Agar, que é o preanuncio da
Sinagoga, mas ele quer estabelecer o seu pacto é com Isaac que será filho
gerado no ventre de Sara. Vemos também a
mudança do nome de Abrão: “E não se chamará mais Abrão, mas o seu nome será Abraão, pois eu o tornarei pai de muitas nações.
A mudança do nome indica um compromisso
com DEUS para realizar uma missão. E a
circuncisão é um rito que indica a pertença ao povo com o qual DEUS faz
aliança. Esse rito, como o batismo,
supõe o compromisso de viver conforme DEUS quer. Notemos que tanto os livres como os escravos
são circuncidados: o povo de DEUS nasce aberto para todos, e diante de DEUS são iguais. É um convite para que os homens também
realizem essa igualdade entre si.
Podemos ainda refletir sobre o texto que
o nosso DEUS AMOROSO firma com Abraão uma Aliança na carne (foi quebrada -
Circunscisão), mais adiante veremos uma Aliança nas Tábuas de pedra (também foi
quebrada - O Decálogo). Como será
Aliança conosco que estamos aqui agora?
Vamos perseverar..., a nossa Aliança foi selada de um modo admirável – guardem
isso com amor e carinho. Por
fim, Graças a esta fé poderosa, Abraão tornou-se o pai de todos os crentes, ou
o Pai da fé. Abraão é o pai da fé das três grandes religiões monoteístas;
cristãos, Judeus e mulçumanos. É também
chamado de amigo de DEUS Tg2, 23, por que se mostrou capaz de viver a sua
vontade. Logo adiante veremos que DEUS levou Abraão à prova.
Fontes consultadas
Bíblia – PASTORAL (Editora Paulus).
Catecismo da Igreja Católica.
Apostilas Mater Ecclesiae (Dom Estevão Bettencourt).
Revista BRASIL CRISTÃO.
Revista ECOANDO editada pela Paullus.
FOLHA CATEQUÉTICA (Centro Pastoral Popular).
Fé, Vida e Comunidade - (exemplar do
Catequista), editado pela Paulus.
Conheça a Bíblia – Ivo Storniolo.
Livro: Perguntas que o povo faz –
Frei Mauro Strabeli.
Site do Santuário Nossa Senhora
Aparecida – Evangelizando (Meditação do Dia)
Site do Convento Santo Antonio – RIO
TOTAL/BOANOVA/
Pedro, Discípulo e Pastor – Prado
Flores.
O Manual da Felicidade – O Sermão da
Montanha - Pe. Alberto Gambarini.
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