Questionário
– Ecumenismo
Capítulo
III
AS
DIVISÕES E SEUS MOTIVOS
1) Quais foram os aspectos dogmáticos centrais que foram
desenvolvidos após as divisões? Como disse o historiador Kenneth Scoth
Latourette: “O Concílio de Trento marca uma época da história da Igreja
Católica Romana. Por meio dele, até onde foi possível a alguma assembléia
eclesiástica realizá-lo, a Igreja Católica Romana pôs a própria casa em ordem e
se preparou para combater os protestantes e para prosseguir com sua missão
mundial. Definiu seus dogmas de tal maneira que não deixasse lugar algum para
as convicções protestantes diferentes, como por exemplo, a salvação somente
pela fé e o sacerdócio de todos os crentes...”
2) Como o autor coloca a dimensão teológica e sua importância
nesse contexto? Para o autor neste período e precisamente no Concílio de Trento
o desenvolvimento da teologia católica se assentou e desenvolveu o dogma
cristalizado. Combateu a corrupção moral da qual haviam se queixado tanto seus
próprios filhos como os protestantes. Tornou mais efetiva a sua estrutura. Mas
fora das tendências tridentinas pouca coisa se produziu dentro da dimensão
teologia católica romana. Na França desenvolveu-se uma teologia espiritualista
que teve seu impulso no pensamento do Cardel Bérulle, que influenciou Vicente
de Paula e Carlos de Condren. No entanto, foi o pensamento de Cornelius Jansen,
nomeado Bispo de Ypres em 1636, dois anos antes de sua morte suscitou viva
controvérsia. Entre seus seguidores estava Blaise Pascal. Já em 1653 as idéias
de Jansen começaram a ser consideradas heréticas. Em 1713 as autoridades da
Igreja Católica Romana condenaram os ensinamentos jansenistas na bula
Unigenitus. Como se vê, a maior parte da atividade teológica católica foi
canalizada para apoiar e fortalecer as posições do Concílio de Trento.
3) Quais os textos bíblicos mais importantes para o Ecumenismo,
por quê? Ora, se Ecumenismo é
o processo de busca da unidade e se essa unidade entre os cristãos é algo
desejado por Cristo (Jo 17, 20-26), creio que dentro deste capítulo 3, os
textos que estão mais relacionados, com o processo de um autêntico Ecumenismo é
Atos 2, 44-46 e Atos 4, 32-34. Porque estes textos relata que havia uma prática
de comunhão entre os crentes não só na dimensão litúrgica – oração
(espiritual), mas também seguiam à satisfação das necessidades básicas de cada
um (materiais). Todos os crentes viviam unidos e tinham tudo em comum. Os bens
de uns serviam para responder às necessidades de todos. A fração do pão era
acompanhada pela oração em comum.
4) Quem são os culpados do cisma do Oriente? Justifique. Segundo
o autor Júlio Santa Ana, não existe propriamente um culpado quando se
consideram os vários acontecimentos que gradualmente levaram à ruptura em 1054,
este fator deve merecer atenção especial. Não foram as questões dogmáticas (com
exceção do problema do Filioque) que motivaram a ruptura. Ela foi surgindo
pouco a pouco através de uma acumulação de fatos que não foram acompanhados de
um diálogo que permitisse controlar suas conseqüências. A prática foi seguida
por desenvolvimentos doutrinais através dos quais cada uma das partes tentou
justificar suas posições. No entanto, o problema não foi em primeiro lugar
doutrinal. Foi uma questão relativa à evolução de existências diferentes, de
histórias diferentes, que suscitou problemas teológicos inevitáveis. Estes,
porém, não foram decisivos, como muito bem o prova o Decreto do Concílio
Vaticano II sobre o Ecumenismo, n. 14-18. A questão que motivou a separação não
foi fundamentalmente um problema de diferenças de fé, de práticas litúrgicas e
de exercício da piedade. Foi o conjunto de todos esses acontecimentos
mencionados e outros.
REFERÊNCIA:
SANTA
ANA, Júlio – Ecumenismo e Libertação (Reflexão sobre a relação entre a unidade
cristã e o Reino de Deus) – Série IV: a Igreja, Sacramento de Libertação – Editora
Vozes – 2ª edição – São Paulo – Brasil – 1991.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEVERINO DA SILVA
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