O
CONTEXTO RELIGIOSO DO NOVO TESTAMENTO
II.- O
CONTEXTO PAGÃO
Se as raízes do cristianismo afundam
profundamente em terra judaica, seu desenvolvimento realiza-se logo no contexto
pagão. O mundo pagão era profundamente religioso; porém, essa religiosidade
apresentava-se sob as formas mais diversas. A religião greco-romana era
sincretista e popular. O povo continuava apegado às divindades locais e
expressava assim sua lealdade cívica. Porém, ao mesmo tempo, o horizonte
religioso havia-se alargado para oferecer entrada a elementos das mais diversas
procedências, enquanto as praticas religiosas tradicionais se haviam
enriquecido com elementos exóticos.
Supostamente, os antigos templos
continuavam em pé e os antigos ritos eram praticados por multidões; porém os
nomes dos deuses haviam-se multiplicado e misturado em toda sorte de
combinações. Novas formas de culto haviam-se propagado por todo o império. Além
disso, as associações religiosas tinham surgido por toda parte, e o culto ao
imperador havia-se estendido por todo o mundo civilizado.
2.-
Piedade popular
A religião do helenismo tardio
caracteriza-se pela fascinação ante forças obscuras que regem o destino do
universo perante as forças da natureza e as do mundo subterrâneo que se impõem
implacavelmente ao homem, ante as forças de destruição e de morte. Como
consciência disso têm grande influência na piedade popular as crenças e as
práticas que permitem controlar a influência destas forças ocultas na vida do
homem.
a.-
Deuses salvadores e taumaturgos
A fé em toda sorte de curas milagrosas
é uma das constantes em que se expressam as crenças populares. O lugar mais
famoso pelas suas curas era o templo de Epidauro, dedicado a Esculápio. O meio pelo qual se operavam
estas curas era a incubatio: os
doentes dormiam no interior do templo do deus que lhes comunicava, durante o
sono, as indicações necessárias para a cura. Como meios auxiliares mencionam-se
a água milagrosa e as serpentes sagradas.
Outros deuses curandeiros são Ísis e Serápis. Têm também grande importância as estatuas e as imagens às
quais se atribuem forças milagrosas. Porém, é mais importante a pessoa com
capacidades taumatúrgicas, o theios anêr.
b.-
Magia
Seu florescimento nos séculos I e II
d.C. provém da introdução, no mundo helenístico, da magia assírio-babilônica e
de sua modificação com influências judaicas e, sobretudo, egípcias.
A magia fundamenta-se na visão do mundo
dominado por forças demoníacas e na crença de que o mago, mediante ações e
fórmulas adequadas, pode controlar estas forças, anular os efeitos negativos
das forças “antipáticas” e potenciar os efeitos favoráveis das forças
“simpáticas”. Para obter estes efeitos, o mago deve conhecer as propriedades
dos diversos animais, das mais diversas plantas, dos metais e das pedras. Ao
lado dos meios tradicionais (filtros, beberagens, pós, fumaça, etc) o mago
emprega toda uma série de amuletos, placas escritas, talismãs, anéis etc., cuja
eficácia prolonga a ação mágica sobre aqueles que os carregam.
c.-
Astrologia
Apresenta duas formas, uma cientifica e
outra popular. A primeira desenvolve-se mediante a assimilação da matemática e
da astronomia gregas. A segunda será mais influente na esfera religiosa, Tem
origens babilônicos e se implanta profundamente no Egito helenístico.
c.-
Adivinhação
Quando os romanos falam de divinatio ou os gregos de mantikê referem-se a toda uma série de
práticas adivinhatórias nas quais se acham misturados os elementos provenientes
da observação natural e outros que provêm da revelação divina recebidos em
estado de êxtase ou a través de oráculos. A adivinhação esteve ligada a
determinados lugares e a determinados momentos privilegiados. O adivinho não se
limitava a interpretar os sonhos, os sinais ou os omina, mas, apropriando-se das funções do mago, pretendia influir
em seu curso mediante as ações ou os meios adequados.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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