A idéia e mesmo ignorância a cerca do sacramento do batismo
favorecem, muitas vezes, a desvios do verdadeiro sentido do sacramento. Muitos
batizam seus filhos por ser tradição da família. Outros por medo e supertição.
Outros ainda nem sabem por que. A riqueza e a importância do batismo na vida do
cristão, e conseqüentemente na vida da igreja, não podem contemporizar com esse
estado de coisas. E hoje mais que nunca o homem exige consciência e
participação nos atos sociais da comunidade em que vive. E por isso ele se
informa e se prepara adequadamente para a vida, em todos os seus setores. Eis
porque a Igreja deseja que seus filhos estejam bem preparados para assumir sua
vida cristã.
O batismo é o caminho de volta do
homem para uma reconciliação com Deus e com o próximo. Jesus Cristo deixou-nos o
batismo como o primeiro passo que leva o homem a compreender que ele deve
morrer para o pecado: para o egoísmo, para o fechamento de si mesmo e
ressuscitar para uma vida nova com Cristo, vivendo de amor, de doação, de
abertura e de amizade.
O batismo é um nascimento para o
indivíduo, um renascer no Espírito Santo. Não se batiza porque é costume
ou porque evita doenças, mas porque se quer proporcionar à criança a alegria de
ser filha de Deus, renascida para uma vida de união com Deus e com os homens.
Nas águas do batismo, o homem se
purifica, renova-se, libertando-se da
mancha do pecado original.
Pelo batismo o homem faz a sua
primeira opção: viver no amor e
renunciar a todo o mal. Isto significa que ele aderiu, aceitou em sua
vida a pessoa de Jesus Cristo, como Caminho, Verdade e Vida. Pelo batismo fica o homem unido ao
Mistério da Vida morte e ressurreição de Jesus Cristo. Sua vida é a vida de
Cristo. É vida para a ressurreição e não para a morte. Vida que
tem sentido no amor que dedica aos irmãos, na comunhão que vive com o Pai. Vida
que significa participar das alegrias da vitória de Cristo na ressurreição,
quando a morte com sua fatalidade e tragicidade foi vencida.
Os
cristãos ao serem batizados assumem uma missão no mundo: ser testemunhas de
Cristo. Testemunho de viver com o fermento no mundo, e de ser como o sal da
terra e a luz do mundo. Mas o seu grande testemunho será a sua vida de
unidade na Igreja. A vida de comunidade, no amor mútuo, na comunhão da palavra
e da Eucaristia, será sempre o grande sinal e sacramento da Igreja. O batismo implica imediatamente em vida
e em testemunho. Implica na Eucaristia o grande sacramento da vida da
Igreja.
Todos os batizados formam, pois, essa comunidade de filhos de Deus
e irmãos dos outros, à qual chamamos de Igreja. Não existe cristão sem igreja.
Agindo como Cristo, os cristãos fazem da Igreja uma comunidade que seja
fermento, sal e luz para o mundo.
Mostram assim em suas vidas e em suas
comunidades, que vale a pena ter seguido a Cristo e que do encontro com ele
valeu-lhe um sentido novo para a existência humana. Será ainda vivendo em
Igreja, isto é, em comunidade de fé e de amor, que os cristãos encontrarão a
Palavra de Deus, Que orienta e dá vida, e os sacramentos, gestos de Cristo, que
nos ajudam a ter uma vida feliz, de comunhão com Deus e com todos os homens, em
Jesus Cristo.
Se
a vida do Cristão é vida em comunhão, podemos dizer agora, com muito mais
razão, que a família é a primeira
comunidade de amor que encontramos na vida. Toda criança deve nascer do
amor de seus pais e encontrar um ambiente de proteção e de segurança. Há sempre
a esperança de um futuro bonito para o recém-nascido. E o maior bem, que se pode garantir para o seu filho, oferecem os
pais quando desejam que em vida e em seu mundo esteja Deus presente. E
por isso batizam os seus filhos ainda crianças, para que os envolvam com o amor
e a bondade de Deus.
Pais
que batizam seus filhos porque é a tradição ou para que, de maneira mágica,
seus filhos se transformem em homens de bem, estão desconhecendo toda a
realidade da vida cristã.
Certos
dessas verdades, nem precisaríamos aqui realçar a importância da presença dos
pais e toda a família como presença do amor cristão para o recém nascido. Seria
uma contradição muito grande: pais pedirem o batismo para os seus filhos e eles
mesmos descuidarem de sua vida cristã. A
presença dos pais e dos familiares é bastante significativa na educação da fé.
A vivência do amor a Deus, como Pai e a convivência com os outros, como
fraternidade, dependem, em grande parte, da experiência do amor, da compreensão
e ajuda mútua vividos em família.
Semelhante
responsabilidade, no testemunho da fé, têm os padrinhos. Os pais não devem
fazer da escolha dos padrinhos uma maneira interesseira ou honrosa simplesmente
de prestigia algum amigo ou parente. Devem antes cuidar de escolher pessoa
cristãs, de vida coerente com a sua fé e que possam de fato ser uma presença
cristã educativa. Pais e padrinhos
devem saber, que juntos têm um compromisso frente a alguém. Serão eles
também que, paulatinamente, irão entrosar seu filho e afilhado na grande
comunidade eclesial, seja na paróquia ou a sua pequena comunidade. E dessa
maneira poderá a criança ser encaminhada mais tarde para os outros sacramentos
da Igreja.
OS SÍMBOLOS E RITOS DO BATISMO
A
celebração do batismo apresenta-nos uma riqueza muito grande de gesto e
símbolos, que nos prestam o serviço de uma melhor compreensão do sacramento.
O
principal gesto humano do batismo é a
água derramada sobre a cabeça (ou imersão também) da criança, significando a
sua purificação e santificação em Jesus Cristo.
Um Destaque especial, porém, merece a
proclamação da palavra de Deus. Antes da ação do mistério que está sendo celebrado
a Palavra visa despertar a fé dos
pais, padrinhos e pessoas presentes, a fim de que todos possam participar ativa
e conscientemente da celebração comunitária do batismo.
O esquema do Novo Ritual do
Batismo apresenta-se dessa maneira:
Acolhimento com diálogo inicial entre
celebrante e os pais e padrinhos. O celebrante e os pais traçam o sinal da cruz
na fronte do batizando, para que nos lembremos que foi pela cruz que Jesus
Cristo nos salvou.
Liturgia da
Palavra: leituras
bíblicas, homilia, oração dos fiéis com oração do exorcismo e unção com o óleo
dos catecúmenos.
Liturgia
sacramental: bênção da
água, exortação, renuncia, profissão de fé, o batismo, unção com o óleo do
crisma, veste branca, vela acesa.
Oração do
Senhor, benção do ministro, benção dos
pais e despedida.
Unção pré-batismal: o óleo é um símbolo da realeza e meio de defesa dos atletas nos
combates. No batismo, nós nos tornamos ungidos como o Cristo. A palavra Cristo
quer dizer “ungido”, o escolhido por Deus para ser sua testemunha, aquele que
vai travar o combate do bem. E os cristãos participam desta missão da mesma
luta de Jesus Cristo.
A água: é
um símbolo universal. Ela purifica e limpa. É fonte de vida. Os desertos e os
sertões não possuem vida por falta de água. Na bíblia, a água é sinal de vida.
O batismo será pois uma nova vida para quem o recebe.
A renovação das promessas do batismo: é feita para os pais e padrinhos,
para lembrar-lhes o compromisso que, um dia, assumiram. A profissão de fé deve
ser feita com toda a convicção por parte dos pais e padrinhos, refletindo com
seriedade nas verdades de nossa fé.
A unção com o crisma: recorda o óleo que ungiu o Cristo depois de sua morte e antes de
sua ressurreição. Significa que o batizado participa do mistério da morte e
ressurreição do Senhor Jesus.
A veste branca: é símbolo de integridade e de beleza. O batizado deve ser todo
inteiro possuído pelo Cristo. Neste momento, todos rezam para que o
neo-batizado seja fiel ao seu novo estado de vida em Cristo.
A vela acesa: lembra o símbolo da luz. Cada cristão deve ser luz nas trevas.
Cristo é a luz do Mundo. Em toda a sua vida o cristão deve ser uma vela acesa,
portadora de luz e de esperança para os irmãos.
O Pai-Nosso: é a oração dos cristãos. É sobretudo a oração daqueles que têm a Deus
como Pai e os outros como seus irmãos.
FALAR DO BATISMO A PARTIR DA
PRÓPRIA CELEBRAÇÃO BATISMAL
Catequistas e bispos dos primeiros
séculos nos deixaram anotações de suas catequeses mistagógicas, exatamente essa tentativa de falar
do batismo a partir da própria celebração. A intenção era aprofundar o
sentido do batismo, a ação de Deus e suas conseqüências na vida.
As equipes de pastoral poderiam
fazer o mesmo: tentar uma preparação pré-batismal baseada nos ritos batismais.
Cabe lembrar que a preparação para ao
batismo deve ser sempre uma catequese litúrgica. Ele quer levar as
famílias a uma participação no
batismo ativa, externa, interior, consciente, plena, inclusive frutuosa, tão
desejada pelo Concílio Vaticano II.
RITOS DA CELEBRAÇÃO DO BATISMO
RITOS INICIAIS
Chegada: O acolhimento – Muito importante é a acolhida que
o celebrante faz aos pais, padrinhos e convidados logo à porta da Igreja. Como
primeiro ato, o celebrante, os pais e padrinhos traçam o sinal da cruz sobre a
fronte de cada criança. Recebendo as crianças na porta da Igreja, já se dá a
entender que é pelo batismo que se
entra a fazer parte da comunidade eclesial. É a partir do batismo que se podem
receber os demais sacramentos.
Saudação: O cumprimento que o celebrante
faz à família de Deus presente é uma saudação em nome do Pai que nos criou e
nos predestinou a sermos “conformes à imagem de seu Filho, para que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos”.
Presença da comunidade: A presença da comunidade tem um
significado muito teológico, porque quer dizer que o batizando que vai ser
recebido na Igreja vai crescer participando da mesma vida do Povo de Deus.
Também ele será membro ativo na vida desta comunidade que agora o recebe como
irmão.
Diálogo: Começa agora um diálogo muito rico
de significado se se compreendem o valor e o alcance do nome na Bíblia. O nome exprime uma identidade pessoal, a ser
reconhecida pelos outros, chamada também a colocar-se a serviço de toda a
comunidade.
Na Sagrada Escritura o nome indica a
existência (Ef 3,13), a natureza de cada ser e dos mesmos animais (Gn 2,19). O
nome, aliás, se identifica com a mesma pessoa (At 1,15: no texto original
temos, em vez de pessoas, a expressão “número de nomes”. Conhecer o nome é não só identificar a pessoa, mas no sentido
bíblico é também amar (Jo 10,14). Não ter um nome é sinônimo de ser desprezível
(Jo 30,8). Receber um nome, na Bíblia, é também receber uma missão,
principalmente quando o nome é trocado por um novo (Mt 16,18 ; Mc 3, 16-17 ; At
4,36). Jesus significa Salvador ou Javé Salva (Mt1,21). Desta forma, o nome vem a significar a missão que se
recebe na história da salvação.
Pedido do batismo: Este pedido é feito pelos pais,
pois a criança ainda não é capaz deste ato. Ela vive na dependência dos
adultos. As crianças que não estão em grau de ter nem de
professar pessoalmente a fé... São batizadas na fé da Igreja, professada pelos
pais, pelos padrinhos e pelos presentes ao rito.
O sinal da cruz: Concluem-se os ritos iniciais
marcando a fronte de cada criança com o sinal da cruz. Que significa isso? O
sinal próprio do cristão é a cruz: este é o sinal de sua pertença a Cristo
e à sua Igreja. Isto lhe recorda que não será escravo de nenhum ídolo, paixão
ou pecado. Portanto, os interesses de Deus, da Igreja, da sua consciência
iluminada pela fé, estão acima de tudo, como fizeram os mártires de todos os
tempos, antigos e modernos que viveram um testemunho de fé selado pelo sangue.
Procissão de entrada: Muito oportunamente é este o
momento para se atender ao apelo do salmista quando diz: “Eu me alegrei, porque
me disseram: iremos à casa do Senhor” (Sl 121,1). Com estas ou outras palavras
entoa-se ou reza-se um canto de entrada apropriado.
LITURGIA DA PALAVRA
Leituras bíblicas e homilia: Como se trata de apresentar
leituras do Antigo e Novo Testamento, julgamos que o ideal é estabelecer certa
unidade de conteúdo entre as várias passagens bíblicas.
1º exemplo: A leitura de Êxodo 17,3-7 é bem apropriada para o
tema do batismo, pois aí se fala da água que, após a oração de Moisés e o toque
prodigioso do bastão, Deus intervém no Êxodo que é um tipo de batismo. Como
Salmo de meditação pode-se cantar o Salmo
22 tão expressivo e imagem da bondade de Deus que, Bom Pastor, não deixa
faltar ás suas ovelhas a água que brota prodigiosamente do rochedo que é
Cristo, como nos ensina São Paulo em Cor 10,1s.4 aplicando a Cristo o que o
texto do Êxodo se diz de Javé.
Pode-se escolher como Evangelho
Mateus 28,18-21: Jesus quer agora que todos sejam agregados ao seu Reino e
entrem a fazer parte da sua Igreja (Mt 16,18) administrando o batismo em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Vê-se aqui a oportunidade da leitura de
1Cor 12, 12-13 para se compreender o caráter universal da Igreja sem barreiras
entre todos os povos de línguas e cores diversas, pois todos somos, em força do
batismo, um só em Cristo.
2º exemplo: Ezequiel 36,24-28 é um trecho
do profeta Ezequiel onde se fala de um banho purificador com uma água pura e da
doação de um coração novo e um espírito novo que Deus concederá para a
preparação do novo Êxodo do Exílio. Em sintonia com esta leitura do Antigo
Testamento se acorda perfeitamente o Evangelho de São João 3,1-6 em que Jesus
fala de um novo nascimento do alto. Condição necessária para entrar no Reino
que Cristo veio inaugurar. E como comentário, deste Evangelho temos o trecho da
carta de São Paulo aos Romanos 6,3-5 a nos ensinar que é justamente com a
imersão nas águas lustrais do batismo que se realiza a participação no mistério
salvífico da morte de Cristo para uma nova ressurreição nascendo
verdadeiramente para uma vida nova em união com Cristo Ressuscitado.
Outras leituras:
Gn 17,1-8= Estabelecerei minha aliança entre
mim e te e teus descendentes para sempre; uma aliança eterna.
Is 44,1-3= Infundirei meu espírito em tua
descendência.
Gl 3,26-28= Vós todos que fostes batizados
em Cristo, vos revestistes de Cristo.
Ef 4,1-6= Há um só Senhor. Uma só fé, um
só batismo.
1Pd 2,4-5.9-10= Mas vós sois a raça escolhida, o
sacerdócio do Reino.
Tt 3,4-7= Ele nos salvou pelo batismo e
pelo Espírito Santo.
Sl 41,2-3; Sl 42,3.4; Sl 125
(126)
Mc 1,9-11= Foi batizado por João no rio
Jordão.
Mc 10 13-16= Deixai vir a mim as crianças.
Jo 4,5-14= Uma fonte de água que jorra para
a vida eterna.
Jo 7,37b-39ª= Rios de água viva jorrarão do
seu interior.
Lc. 10,17-24= Ficai alegres porque vossos
nomes estão escritos no céu.
Oração dos fiéis
Invocação dos santos: Este é o momento em que se vive a
comunhão dos cristãos da terra com os cristãos já glorificados da Igreja
triunfante, quando à invocação à Santíssima Trindade se acrescenta a
intercessão dos santos. A Igreja vê em todos os santos não só os nossos
intercessores, mas também modelos de vida evangélica, de perfeita caridade e de
um testemunho de vida cristã até o heroísmo.
Oração: Esta oração dirigida ao Pai de
quem nos tornamos filhos adotivos graças à redenção do Filho Jesus Cristo
operada pela morte e ressurreição, da qual nos apropriamos mediante a fé e pelo
batismo, participamos na morte e ressurreição que se realiza no Espírito.
Unção pré-batismal: A
vida cristã se assemelha aos exercícios agnósticos dos lutadores, segundo
muitas passagens das escrituras, principalmente em São Paulo. É assim que se
compreende o alcance desta Unção pré-batismal. Então o batizando poderá dizer na
realidade: “tudo posso naquele que me torna forte” (Fl 4,15). A vida cristã é
uma “corrida, é uma luta” (1Cor 9,24-27). Daí o simbolismo desta unção: o óleo
enrobustecia os músculos e tornava o lutador menos atingível. Por isso o
celebrante pede a Deus: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em
tua vida como este óleo em teu peito”. Amém
A LITURGIA SACRAMENTAL
Esta parte, que culmina na
cerimônia central do Batismo, é precedida de alguns ritos preparatórios e
seguida de ritos pós-batismais.
Oração sobre a água: Junto à fonte batismal louva-se a
Deus relembrando o simbolismo da água na história da salvação. É oportuno dizer
que na Bíblia bendizer a Deus ou
louva-lo significa também agradecer. Pelo simbolismo que carrega em si
o termo água no plano da salvação, ela foi o elemento material que Deus
escolheu para unir à palavra, chamada forma, do sacramento do Batismo.
Da Escritura vamos ressaltar os seguintes
fatos: o dilúvio foi um merecido castigo pelos pecados da humanidade; mas se
transformou nos desígnios de Deus em tipo ou figura do Batismo, como nos ensina
a primeira carta de São Pedro 3,21, pois as mesmas águas do dilúvio sustentaram
a Arca de Noé, para que não soçobrasse e nela encontraram oito pessoas, Gn
7,7.13. Eis porque são tipo do batismo.
No grande êxodo, que foi a libertação do
cativeiro do Egito, as águas do Mar Vermelho se retiram prodigiosamente (Ex
14,15.21-22). Esta travessia foi considerada pelo apóstolo São Paulo (1Cor 10,
3-5) como uma figura do batismo. Não nos esqueçamos também que o batismo de
Jesus se deu nas águas do rio Jordão que foram por ele santificadas para o
futuro batismo cristão (Mt 3,13-17). Depois devemos nos lembrar das profecias
de Ezequiel, quando vê uma fonte jorrar debaixo do templo de Jerusalém para
anunciar os novos tempos da volta do Exílio (Ez 47). Este texto é para colocar
em paralelo com João 2,19. E sua compreensão mais profunda vem mais adiante com
João 7,37 que encontra o seu cumprimento completo em João 9,33-37.
Como anúncio do Novo Êxodo, da Nova Aliança,
dos tempos novos, em que Deus dará ao povo um coração e um espírito novo, estão
as águas a simbolizar esta transformação radical: Ezequiel 36,25. Tudo isto se
tornará realidade com o advento do messias, o Cristo, Filho de Deus. A água por
fim vai ser o símbolo do Espírito Santo: Apocalipse 22,1.
Promessas do Batismo: Os adultos que as (crianças)
apresentam para o batismo, ao renovarem as promessas do seu Batismo, assumem o
compromisso de educá-las na fé, a fim de que a vida nova do batismo possa
desenvolver-se e, um dia, ser consciente e livremente assumida pelos próprios
batizados.
As promessas do batismo compreendem, além de
uma advertência aos pais e padrinhos que é conveniente que seja lida pelo
orientador do encontro de preparação, consta de uma fórmula para as renúncias
que pode ser escolhida e também adaptada pelas Conferências Episcopais,
principalmente quando “pais e padrinhos” devem renunciar a práticas
supersticiosas. Parece que em certos ambientes do Brasil seria recomendável uma
declaração explicita contra práticas e doutrina do espiritismo que invade
sub-repticiamente vários setores do catolicismo deturpando a pureza da nossa
fé.
Batismo: O batismo etimologicamente é um
banho, se pode fazer por imersão, infusão
ou aspersão. Parece ser a melhor forma que obedece ao simbolismo que supõe
São Paulo em Romanos 6,3-4: imersão
símbolo da morte e sepultamento, como participação na morte de Cristo; emersão,
símbolo da participação na ressurreição para a vida nova em Cristo.
Sobre o modo de administrar o batismo no fim
do século primeiro há um testemunho de grande valor: “quando ao batismo,
batizai assim: depois de ter ensinado tudo o que precede, batizai em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, em água corrente. Se não existe água
corrente, que se batize em outra água. Se não puder ser em água fria, faze-o em
água quente. Se não tens bastante, nem uma nem outra, derrame água três vezes
sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Didaqué).
RITOS COMPLEMENTARES
Unção com o Crisma: Sendo o batizado membro de Cristo, que quer dizer Ungido com o Crisma a relembrar-lhe a
tríplice missão que Cristo confia aos batizados: a missão sacerdotal, profética e
real-pastoral. Uma vez recebido
o batismo, o fiel entra a fazer parte do Povo de Deus com a tríplice missão
sacerdotal, profética e real-pastoral.
Os leigos participando, em força do
batismo, do tríplice poder de Cristo, sacerdotal, profético e real-pastoral,
são, portanto, obrigados a darem testemunho de Cristo, como membros de um povo
de sacerdotes e reis. Biblicamente, só depois do Exílio eram ungidos os
sacerdotes, sendo inicialmente a unção reservada ao Sumo Sacerdote. No caso dos
profetas a unção é entendida no sentido metafórico de investidura, já os reis eram
sagrados no templo e ungidos por um sacerdote.
Veste branca: O significado desta cerimônia
deve ser procurado nas epístolas de São Paulo aos Gálatas 3,27 e aos Efésios
4,24, porque o cristão, nascendo em Cristo como nova criatura (2Cor 5,17), se
revestiu de Cristo. O simbolismo da cor branca, de muitas passagens bíblicas,
resulta como sinônimo de inocência, de alegria, de nobreza, de pureza da veste
de Cristo glorificado (Mt 17,2; Ap 3,4).
A vela acesa: A entrega da vela acesa relembra
todo o simbolismo do Círio Pascal na liturgia da Vigília Pascal quando o
sacerdote abençoa o fogo: “Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àqueles que
crêem o clarão da vossa luz, santificai (+) este novo fogo. Concedei que a
festa da páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar
purificados à festa da páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos
chegar purificados à festa da luz da eterna”. É por isso que “os pais ou na
ausência, os padrinhos, acendem no Círio Pascal à vela de cada criança”. Na
bíblia, Cristo é chamado “luz para iluminar os povos” (Lc 2,32). O próprio
Cristo diz de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). E todo discípulo de
Cristo, como os recém-batizados, se deve recordar das palavras de Jesus em Mt
5,14-16: “Vós sois a luz do mundo... brilhe a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras”.
“Éfeta”: Esta palavra está relacionada com o milagre que Jesus fez ao
curar o surdo-mudo (Mc 7,34): “Levantando os olhos para o céu, gemeu e disse
‘Ephphtha’, que quer dizer: ‘abre-te!’”. É por isto que a oração que acompanha
o gesto do celebrante ao tocar os ouvidos e a boca de cada criança, se for
oportuno, diz: “O Senhor Jesus que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te
conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé para louvor e
glória de Deus Pai”. No original aramaico pronuncia-se effatá.
RITOS
FINAIS: Se o batismo
se realiza longe do presbitério, faz-se uma procissão até o altar levando-se
acesas as velas dos neobatizados e, se possível, com um cântico batismal.
Oração do Senhor: Com uma motivação teológica, por
exemplo, com o batismo nos tornamos filhos de Deus Pai, irmão de Cristo, templo
do Espírito Santo - da nova situação em que se encontram os neobatizados, antes
da Bênção final, se diz muito oportunamente à oração própria dos filhos de
Deus: o Pai Nosso.
Benção: Essencialmente se nomeiam as
pessoas da Santíssima Trindade como fontes de bênçãos para os neobatizados,
pois, a partir do batismo, há uma consagração particular á Trindade Santíssima.
Consagração a Nossa Senhora: A verdadeira consagração a Deus e
a Cristo é o Batismo; une se uma fórmula apropriada, em que Maria aparece com o
modelo de perfeita consagrada a Deus; seja ela feita depois de toda a cerimônia
do batismo e não logo depois do Pai Nosso; respeitar os costumes da piedade
popular, deixando, por exemplo, que levem a criança batizada até o altar de
Nossa Senhora, ou, antes da despedida rezando juntos a Ave Maria.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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