O REINO DE ISRAEL
JERUSALÉM
E O TEMPLO
Tendo
entrado na Terra Prometida, por obra de Josué, sucessor de Moisés, o povo de
Israel ficou algum tempo sob o regime dos juízes. Ao que se sucedeu a
monarquia, cujos principais reis foram Davi (1010-970) e Salomão (970-931). Davi
fez da fortaleza pagã dos jebuseus a sua capital com o nome de Jerusalém. O
reino de Israel era diferente dos outros reinos, pois o seu povo era um povo
escolhido por Deus para uma missão especial. Daí dizer o rei Davi: “Dentre todos
os meus filhos - pois o Senhor me deu muitos - ele escolheu meu filho Salomão,
para fazê-lo assentar sobre o trono do reinado do Senhor em Israel” (1 Cr
28,5).
O
Senhor Deus era tido como o Rei de Israel, que tinha um represente no monarca
humano “ungido”. Por isto também a capital desse reino era Cidade Santa, a
morado do Senhor (Sl 75,3) e de seu
Ungido. Jerusalém veio a personificar o povo de Deus.
Salomão
construiu o Templo do Senhor em Jerusalém, que acolheu a arca da Aliança,
símbolo da presença do Senhor em meio ao seu povo e lugar de sua glória:
“Quando os sacerdotes saíram do lugar santo, a nuvem encheu o templo do Senhor,
de modo tal que os sacerdotes não puderam ali ficar para exercer as funções de
seu ministério; porque a glória do Senhor enchia o templo do Senhor. Então
disse Salomão: O Senhor declarou que habitaria na obscuridade. Por isso,
edifiquei uma casa para vossa residência, um lugar onde habitareis para sempre”
(1Rs 8, 10-13).
Na
mente dos judeus, Jerusalém foi sendo mais e mais considerada o futuro centro
do mundo. As promessas messiânicas beneficiariam primeiramente Jerusalém.
A CAMINHO
DA NOVA E DEFINITIVA ALIANÇA
No
século VI a C. dá início a um período da história de Israel que é decisivo na
preparação da vinda do Messias, mas caracterizado por duas notas: sofrimento e
esperança. Sofrimento, porque de 587 a 538 o povo de Judá é sujeito ao exílio
na Babilônia e nunca mais recuperará a plena autonomia política. Esperança,
porque o povo teve de viver das promessas feitas aos antepassados; foi preciso
avivar em Israel a consciência de que Deus permanece fiel, mesmo quando o povo
cede à infidelidade. Dos escritos dos Profetas depreendem-se os seguintes
traços:
ü Israel sobreviverá ao
golpe do exílio mediante “um Resto”;
ü Esse Resto terá
características mais espirituais e profundas do que o povo anterior ao exílio;
ü A esse Resto toca uma
missão universal ou voltada para a salvação de todos os homens.
O “Resto” de Israel
Para
entender tal locução, é preciso ter em conta que. No dia em que Ciro rei da
Pérsia concedeu aos judeus deportados a permissão para voltarem à terra de
Judá, nem todos os exilados a aceitaram: os que se haviam social e
economicamente promovido no estrangeiro, não tiveram a coragem de deixar tudo
mais uma vez a fim de reconstruírem Jerusalém arrasada pelos invasores; por
conseguinte, quem voltou para Judá, foram os pobres ou o “Resto” de Israel. Com
esses Deus quis continuar a história da salvação; pobres de bens materiais,
haviam conservado a fé e a esperança nas promessas divinas:
“O
que restar de Sião, os sobreviventes de Jerusalém, serão chamados santos, e
todos os que estiverem computados entre os vivos em Jerusalém” (Is 4,3).
O
povo que voltou do exílio, era um povo purificado, mais voltado para os valores
espirituais, mais preparado para dar ao mundo o Messias e, com este, a Boa Nova
da salvação para todos os povos. Essa renovação profunda é expressa por uma
imagem freqüente nos escritos proféticos do exílio e do pós-exílio: Israel é a
Esposa do Senhor, Esposa por vezes infiel, mas jamais abandonada pelo Divino
Esposo: “não mais serás chamada a desamparada, nem tua terra, a abandonada;
serás chamada: minha preferida, e tua terra: a desposada, porque o Senhor terá
prazer em ti e tua terra terá um esposo; assim como um jovem desposa uma jovem,
aquele que te tiver construído te desposará; e como a recém-casada faz a
alegria de seu marido, tu farás a alegria de teu Deus” (Is 62, 4-5).
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