Um povo Guiado pelo Espírito
A
grande novidade da era messiânica é devida, segundo os Profetas, à efusão do
Espírito de Deus sobre o Messias, sobre Israel e todos os povos: “Até que sobre
nós se derrame o Espírito do alto, então o deserto se mudará em vergel, e o
vergel tomará o aspecto de uma floresta; no deserto reinará o direito, e a
justiça residir no vergel. A justiça
produzirá a paz e o direito assegurará a tranqüilidade” (Is 32, 15-17).
O
Espírito, no entender dos Profetas (os israelitas ignoravam o mistério da SS
Trindade), era uma peculiar ação de Deus, causador de efeitos especiais e
extraordinários. Assim
na história dos Juízes o Espírito é a força de Deus que os leva a grandes
façanhas militares; também os artífices do sagrado são revestidos pelo
Espírito; os carismas dos Profetas são dons do Espírito. Todavia
a manifestação plena do Espírito do Senhor (que no Novo Testamento é
reconhecido como Pessoa Divina) dar-se-ia nos tempos do Messias, como dom
especial trazido pelo Messias aos homens. O Profeta Joel é, por excelência, o
arauto do dom do Espírito trazido pelo Messias: “Depois disso, acontecerá que
derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas
profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões.
Naqueles dias, derramarei também o meu Espírito sobre os escravos e as
escravas” (Jl 3, 1-2).
O
Espírito derramado nos corações dos homens fará que estes se sintam
espontaneamente movidos a observar a Lei do Senhor, dispensando a Lei escrita em
tábuas de pedra. O povo messiânico terá um Rei ideal..., Rei e Sacerdote. O
Salmo 109 canta em poucas palavras a realeza e o sacerdócio do Messias (=
Ungido); também falam desse Rei ideal os Salmos 2 e 19. Tal Rei e Sacerdote
será igualmente Profeta, ou seja, arauto da Palavra, novo Moisés. “Eu lhes
suscitarei um profeta como tu (Moisés) dentre seus irmãos: por-lhe-ei minhas
palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens” (Dt 18,18). “O
Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção;
enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos,
anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade; proclamar um
ano de graças da parte do Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar
todos os aflitos” (Is 61, 1-2). Esse Messias é também chamado “o Servo de
Javé”, aquele que assume os pecados do povo e se sacrifica em lugar dos
pecadores numa atitude de expiação, que é redenção.
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