Um
povo Santo
A
palavra Santo (qadosh em hebraico) significa “o que é separado para Deus” ou
“consagrado a Deus”. O povo de Israel era santo nesse sentido objetivo ou pelo
fato de haver sido escolhido e segregado por Deus. A essa santidade
objetiva devia corresponder uma santidade subjetiva ou pessoal ética. Sim, os
israelitas eram os filhos de Deus: “Sois filhos do Senhor vosso Deus” (Dt
14,1). Por conseguinte, deviam levar uma vida coerente com essa dignidade ou
uma vida santa. Essa santidade devia comprovar-se na observância de vários
preceitos que, para o homem moderno, parecem infantis, mas se revestiam de
grande importância para os antigos, vindo a ser a pedra de toque da fidelidade
de Israel ao seu Senhor.
A
meta proposta ao povo é a mais elevada e nobre possível: ser santos, imitando o
próprio Deus. Todavia o meio para atingir esse sublime termo é adaptado à
compreensão do povo rude: distinguir animais puros e impuros – o que era de
importância capital para os antigos israelitas. A divina pedagogia, muito
sábia, propôs ao povo da Nova Aliança a mesma meta: “sede perfeitos como vosso
Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). Desta vez, porém, o caminho para chegar a
tão elevado terno é o de uma ética mais adulta e amadurecida: “amai vossos
inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e
perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer
o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e
sobre os injustos” (Mt 5, 44-45).
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