Como encontrar um amigo? Será que existe? Se existir será que se encontra fácil? Afinal o que é ser realmente um amigo? O que é que nos faz sentir esta necessidade de nos relacionarmos com outras pessoas? Ora, o ser humano é intrinsecamente um ser de relação. Contudo, isto está inato no próprio homem. Ele necessita de outrem para viver, para crescer, para falar, para andar, para estudar. Por isso, na sua realidade o homem necessita de família, de namorar, de casar, de ter filhos e de ter amigos, pois a vida sem amigos é como um céu sem estrelas são eles que a iluminam.
Quando encontramos uma pessoa que confiamos e que de repente com ela criamos laços com grandes afinidades e que ao mesmo tempo se vai construindo um relacionamento sadio onde um compreende o outro nas suas fraquezas descobrindo seus limites, a isto, dar-se o nome de amizade.
O amigo é aquele que partilha com o outro a sua própria vida, ou seja, os momentos mais importantes do seu dia-a-dia tantos os alegres como os tristes. O verdadeiro amigo não se esconde do outro, mas mostra-se logo realmente como ele é. Ele se revela de modo geral, sem máscaras mostrando seu caráter, sua índole e sua conduta. O amigo verdadeiro não sente a necessidade de dominar o outro, não o humilha, o compreende, às vezes repreende o outro quando tem a certeza de que está certo. Ele nunca se exalta em relação ao outro, não mente, não enrola, mas sempre busca meios de falar a verdade, mesmo que o outro não goste. O outro por sua vez, mesmo que as vezes se sinta magoado, sabe que de certa forma o conselho lhe edificará.
Porque, hoje no mundo em que vivemos as pessoas falam que é tão difícil encontrar um amigo? Porque muitos se aproximam por um interesse, às vezes por interesses materiais, por status, por preocupação tendo como objetivo uma segurança que o outro possa lhe proporcionar. A desconfiança também faz parte deste problema que surge muitas vezes por causa da violência que cresce de forma assustadora, de um mau comportamento que o outro dentro de uma dimensão moral ou dos maus costumes muitas vezes vivenciados desde a infância. Se deve também isto as vezes por causa do uso de drogas ou a pertença da pessoa a determinado tipo de criminalidade.
Mediante isto, outro fato também muito interessante, é o surgimento de determinados comportamentos por parte de uma minoria que hoje quer propagar entre as pessoas que é o usar e descartar, fazendo do ser humano um objeto. Para algumas pessoas, hoje tudo pode ser descartado. Algumas por ignorância se deixam influenciar por essas más companhias. Terminam trazendo este costume também para o relacionamento tanto familiar como para com as amizades, implantando o novo método de descartar o outro (a pessoa). Descarta-se o outro como se ele fosse um copo, um prato, um talher, ou seja, um objeto qualquer, onde o ser humano perde seu valor enquanto pessoa, não tendo a dignidade de ser respeitado como tal.
Mediante isto, percebemos que muitos perderam o sentido dos valores evangélicos. Parece que os valores foram invertidos. Onde fica a promoção da dignidade da pessoa humana? Hoje, muitas pessoas da nossa sociedade não querem mais vivenciar relacionamentos duradouros, e isto não só acontece entre os casais, entre os namorados, mas também se estende para as amizades. Muitos não querem mais criar vínculos de amizades fraternas, sadias, duradouras.
Muitas pessoas ficam que meios fechadas em suas casas, criam um mundinho (irreal) totalmente particular (exclusivo) só seu, onde na maioria das vezes nem conhecem os seus vizinhos. Porque será que isto acontece? Creio que seja devido à falta de confiança que se dar por conta da violência como citei a acima que se encontra nas cidades e conseqüentemente nos bairros. É falta de Deus ou as pessoas estão ficando insensíveis? É, parece que está em alta, aquele velho pensamento nosso que é tão conhecido por cada um de nós, "Cada um por si e Deus por todos".
Não! Eu não quero ser pessimista, pois eu acredito em Deus. Acredito que Ele tudo pode. Eu quero acreditar ainda na pessoa humana. Quero acreditar que ela é capaz de Deus. Quero acreditar que as pessoas ainda podem amar e partilhar o que tem de melhor como o dom da vida. Quero acreditar que ainda podemos sim, fazer amizades, que podemos encontrar não só um amigo, mas vários.
Quero acreditar que o ser humano é capaz de se relacionar revelando suas virtudes ao o próximo fazendo-o crescer enquanto pessoa. Quero acreditar que podemos criar laços de amizades fraternas onde a caridade pode fluir como se fosse uma rosa que se abre numa roseira. Quero acreditar que algumas pessoas não buscam se aproximar do outro por interesse próprio, sem maquinação, mas, sobretudo por caridade que é afeto e amor ao próximo.
FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.
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