Nós bem sabemos que Deus sempre chamou seu povo eleito (ISRAEL) à conversão. Isso, de fato é provado na bíblia já que a mesma relata toda a história da salvação do povo de Deus. Vemos na bíblia que Deus sempre está ao lado de seu povo: nas provações, nas crises, nas guerras, nos exílios, ou seja, nos momentos mais difíceis.
Dentro desta economia da salvação Deus escolheu sempre homens (profetas) para guiar o seu povo. Estes homens eram que conduzidos pelo Espírito de Deus para que de forma sábia pudesse atender as necessitados do povo. Aqui podemos lembrar alguns mais conhecidos presentes no Primeiro Testamento como: Moisés, Josué, Jeremias, Ezequiel, Isaías, Samuel e tantos outros.
Já no Segundo Testamento vemos a encarnação do Verbo de Deus (Jesus Cristo a segunda Pessoa da Santíssima Trindade) nascido de uma mulher submetido a lei (Gl. 4, 4). Jesus Cristo é apresentado principalmente pelos os evangelistas; Mateus, Marcos, Lucas e João como o Filho de Deus, aquele que era tão esperado pelo povo de Israel (Messias) como o grande libertador que viria salvar a todos de seus pecados.
De fato, Jesus realizou vários prodígios no meio do povo, curando a muitos. Chamou para o seu convívio doze discípulos que receberam o nome de Apóstolos. Só Mateus (10, 1-4), Marcos (3, 13-19) e Lucas (6, 12-16) relatam a escolha dos doze. Jesus “subiu a montanha e chamou os que Ele quis” diz o evangelista Marcos (3, 13). Entre eles foram: Simão = mais que mais tarde se chamaria Pedro, Tiago e João = filhos de Zebedeu, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago = filho de Alfeu, Tadeu, Simão = o zelador e Judas Iscariotes = o traidor.
Jesus apresentou um projeto do qual muitos não esperavam. Um projeto diferente do qual o povo como também os sacerdotes da época como alguns Fariseus e escribas (Doutores da Lei) não estavam habituados a escutar. Ora, Jesus curou no dia de sábado isso para eles era uma agressão a lei, se aproximou de pecadores e até comia com eles na mesma mesa, curou leprosos, curou paralíticos, perdoou a mulher adultera, onde segundo os costumes religiosos de Israel só Deus tinha poder de perdoar pecados.
Mediante isto, vemos que Jesus ultrapassa certas ideologias tendo em vista sempre o bem estar do próximo. Ele não exclui e não abandona não deixando a mercê os seus irmãos que sofrem, mas se compadece com seus sofrimentos. Ele se torna uma pessoa influente em todo Israel e principalmente na cidade de Jerusalém. As autoridades começam a vê-lo como um subversivo (agitador do povo) e planejam pegá-lo em algum erro. As mesmas autoridades religiosas o perseguem e planeja a sua morte. Segundo eles Jesus Cristo é uma ameaça aos princípios doutrinários da religião judaica.
Ora, analisando bem os evangelistas que mencionamos acima, nós podemos perceber que a morte de Jesus Cristo não só se dar por questões religiosas, mas políticas e econômicas também. Eles o mataram de morte de cruz. Os seus discípulos fugiram (abandonaram o mestre) com medo também da morte. Ora, eles ainda não tinham o reconhecido verdadeiramente como o Messias (o Filho de Deus). Na verdade esta grande experiência com Jesus se dará de fato é na sua ressurreição. É na ressurreição que se inicia de forma autentica o processo de conversão dos principais seguidores de Jesus (os Apóstolos).
Entre os Apóstolos Pedro é o que se destaca tornando-se o grande protagonista principalmente depois da ressurreição de Jesus. Vale apena salientar que antes da ressurreição de Jesus Pedro é apresentado por João (18, 13-27) como aquele que negou conhecer Jesus Cristo. Mas, tanto no evangelho de Mateus como no de João vemos fortes indícios de sua liderança no grupo dos Apóstolos. Em Mateus, vemos que é Jesus que o escolhe para edificar a Igreja (16, 16). Enquanto, em João (6, 67-69) vemos Pedro tomando postura de líder, quando o mesmo Cristo pergunta ao grupo que quem entre eles estar decidido a deixar o grupo. A resposta de Pedro é concisa. Ele diz: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus”.
A culminação (o ponto mais forte) da liderança de Pedro se dar depois de Pentecostes (Atos dos Apóstolos 2, 14): “Homens da Judéia e todos vós, habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e prestai ouvidos às minhas palavras”. Entre os doze, Pedro toma a iniciativa de pregar pela primeira o nome de Jesus, ou seja, o evangelho da salvação aos homens da Judéia e muitos que habitavam em Jerusalém. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados” (Atos 2, 38a).
A experiência que os Apóstolos têm com a pessoa de Jesus Cristo é profundamente marcante, porque o Cristo se apresenta como o Senhor, eles não o viram, Ele que se fez ver. A aparição em si não tem conteúdo ela toma sentido a partir daqueles que acreditam na Ressurreição do mestre. Podemos entender que a aparição de Jesus é um processo de conversão dos Apóstolos e as mulheres que com eles estavam como um acolhimento mais profundo a tudo que Jesus Cristo lhes ensinou.
A conversão consiste em ver. Ver Jesus significa vê-lo com um olhar Cristológico. Ele é Deus, Filho do Pai, o Messias tão esperado. Todo o Jesus histórico na realidade é um processo de conversão. Páscoa é uma conversão plena começou quando Jesus disse: “vem e segue-me”. Para João os discípulos começaram a acreditar na ressurreição de Jesus desde o capítulo 2. Enquanto que para Marcos ninguém acredita, nem homem ou mulher. No entanto, seja em Mateus ou João ambos nos ajudam a entender o processo das aparições.
O fato da ressurreição de Jesus e sua aparição são apresentados melhor por João (20,1-18). Vemos que é a uma mulher chamada Maria Madalena que descobre por primeiro que seu corpo não está no sepulcro onde também mais tarde é a ela que Jesus Cristo aparece por primeiro. Ora, na cultura hebraica a palavra da mulher não tinha valor, logo se todos acreditaram numa mulher é porque ela tinha razão na sua afirmação. A partir do sepulcro vazio as comunidades começaram a fazer catequese. A morte não rompe mais a comunicação com o Ressuscitado.
Por fim, quando Jesus aparece em João Ele diz: “a paz esteja convosco” (20, 21). A paz de Jesus é diferente da paz que existe no mundo. A vida cristã consiste sempre em converter-se ao evangelho (palavra de Deus). Logo, Deus sempre esperará de nós uma conversão.
POSTADO POR SEVERINO DA SILVA.
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