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A IDÉIA DE SACRIFÍCIO, HOLOCAUSTOS E OBLAÇÃO


A idéia de sacrifício – holocausto E oblação


SACRIFÍCIO

            A idéia de sacrifício é comum em nossas ações e no nosso vocabulário. Por exemplo, podemos sacrificar um bem menor para ter um maior, ou sacrificar um tempo pessoal para fazer algo por um amigo ou outra pessoa querida, ou até mesmo sacrificar um gosto em vista de algo melhor. Vejamos o que disse Jesus aos seus discípulos: “e todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna” (Mt 19, 29). No fundo está sempre a idéia de renunciar ou abrir mão de algo que se é ou que se tem, em vista de ter ou ser algo melhor.
            A palavra sacrifício vem do latim sacrificium, uma palavra formada por duas outras – sacrum facere, isto é, “fazer sagrado” ou podemos dizer também “tornar sagrado”. Aqui a palavra sacrifício tem uma conotação de oferta, ou seja, um dom oferecido a Deus.
            Mediante isto, podemos falar da ideologia sacerdotal da mediação e, portanto, o terreno das distinções e separações, como já dissemos na introdução. Pouco a pouco em Israel começa a distinção e separação entre humano e divino, entre profano e sagrado. O sacrifício, com a mediação do sacerdote, permitiria a passagem do humano para o divino, do profano para o sagrado. Assim podemos dizer que: o que se é oferecido é tirado da esfera do humano e profano e, através da mediação sacerdotal, introduzido na esfera do divino e sagrado.
            Dessa forma, o sacrifício permite a re-ligação (e daí vem a nossa palavra religião) do homem com Deus, numa troca de dons: o homem oferece alguma coisa em vista do dom de Deus, que pode ser muitíssimas coisas. Quem for sábio pedirá mais liberdade e mais vida, porque esses dois dons são a base e ao mesmo tempo incluem todos os outros.
            Por fim, o sacrifício adquire seu valor supremo em Cristo, que se oferece sem reservas totalmente a si mesmo em ato de fidelidade ao Pai e de amor aos homens. Porque o Plano do Pai é precisamente que Cristo se sacrifique pelos homens, para uni-los com Deus. O sacrifício de Cristo é expressão autêntica, é doação total: unidos a ele, nossos sacrifícios têm sentido e validade (cf. Hb 13, 15-16; Rm 12, 1). 

Holocausto

            O holocausto, em hebraico ‘olah, é o sacrifício por excelência. A vítima é queimada completamente e sobe ao céu em forma de fumaça. Pode-se oferecer um boi, um cordeiro ou um cabrito, ou aves (rola ou pombo). Primeiro, o touro, sinal de riqueza ou boa posição (Gn 32, 6; Ex 20, 17); segundo, a ovelha ou cabra, propriedade dos menos abastados (2 Sm 12, 1-4); terceiro, a pomba ou rola, de gente pobre. A vítima deve ser perfeita, isto é, íntegra, mostrando a integridade do ofertante, que apresenta o sacrifício para restabelecer a relação com Deus ou conseguir ou aumentar um favor.
            O gesto de colocar a mão sobre a cabeça da vítima mostra não só a propriedade, mas também que o ofertante se identifica com a vítima e esta se torna portadora da sua intenção ou pedido. A imolação é o talho que se faz no pescoço da vítima a fim de retirar o sangue, que é a sede da vida e simboliza também a vida do ofertante.
            O sacerdote entra em ação com o fogo no altar. O fogo purifica, transforma e destrói. Queimando, a vítima passa, por assim dizer, do estado material para o estado imaterial: a fumaça que sobe é como que o espírito. A melhor forma para o israelita falar de espiritualidade é o suave odor, o cheiro da vítima queimada. Esse odor é que chega até Deus, que o recebe juntamente com a intenção do ofertante.
            Por fim, o holocausto contém a idéia de sublimação total: com a total destruição da vítima e sua transformação na “imaterialidade” da fumaça e do odor, o ofertante realizou um sacrifício íntegro, completo.


Oblação

            A oblação, em hebraico minehah, consiste na oferta de produtos do solo, e faz pensar numa cultura agrária. A diferença com o holocausto é que apenas uma parte é queimada sobre o altar. O resto pertence aos sacerdotes que oficiam na tenda-templo. A parte queimada é chamada de memorial e corresponde à parte que se deixa de lado para o hóspede de honra. O que vai para Deus, porém, é novamente a fumaça com o perfume de suave odor, ou seja, a matéria de uma forma “espiritualizada”.
            As oblações podem ser cruas, assadas, fritas, cozidas, e também podem consistir na oferta de primícias, isto é, os primeiros frutos das colheitas de cereais, considerados os melhores e como que contendo toda a colheita.
          Por fim, para o processo de oblação o fermento é proibido, porque corrompe a realidade original do produto. Também o mel (ou caldo de fruta) é considerado como agente corruptor. O ideal é a oferta de ázimos. O sal, porém, é recomendado insistentemente, pois preserva e conserva, além de ser um símbolo de amizade – e por isso se fala do “sal da aliança”.
BIBLIOGRAFIA:

Bíblia de Jerusalém – São Paulo – Editora: Paulus, 2002.  

Bíblia do Peregrino – São Paulo: Editora Paulus – 2ª ediação – 2002.

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, São Paulo – Editora: Paulus, 1990.  


FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.


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