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SÃO PAULO SEU NOME E RETRATO FÍSICO

1.2 – São Paulo seu nome e retrato físico

Um cidadão romano deveria ter os tria nomina: um prae-nomen pessoal; um nomen, ligado ao pai legítimo; e ainda um cognomen, indicador de alguma honorificência. A respeito do nosso personagem, nos documentos disponíveis atualmente há dois nomes: Paulo e Saulo. O primeiro é o nome que designa o protagonista das viagens. É assim que ele se apresenta no cabeçalho das trezes cartas do “corpus paulinum”. Já para o segundo nome, de matriz judaica, se não houvesse o testemunho explícito dos Atos dos Apóstolos ninguém iria pensar em sua existência. Algumas vezes aparece em voz semítica, Sha’ul (9,14.17; 22,7.13; 26,14). 

São todos textos relativos à experiência de Damasco. A outra forma, Saulo, grecização de Sha’ul, aparece quinze vezes, a partir de At 13,58 até 13,9, quando surge, pela primeira vez, o duplo nome: “Saulo, também chamado Paulo”. Nos Atos nota-se que Lucas adotou um nome semítico enquanto Paulo atuou junto aos judeus, e um nome pagão enquanto esteve com os pagãos. Ao que parece, uma certa homofonia com Paulo (“pequeno”) fez prevalecer a forma grecizada Saulo (“invocado”). 

O nome Saulo era muito raro entre os judeus da diáspora. Mas muito freqüente entre os judeus da Palestina. Isso sugere que a família de Paulo orientava-se a um estilo tradicional de viver o seu judaísmo. A designação de um filho com o nome do primeiro rei, originário da tribo de Benjamim, é um indício das tendências religiosas da família. De fato, em Fl 3,5, em polêmica com os judaizantes, Paulo lista sete qualidades que poderiam justificar o seu ‘confiar na carne”. Entre elas enfatiza a sua legítima herança judaica: circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu filho de hebreus, fariseu, irrepreensível na observância da Lei. Tais expressões sugerem que o nome Saulo, recebido em sua família, embora nunca usado no epistolário, escrito em grego, é um sinal da sua profunda raiz judaica. 

Quanto ao perfil físico de Paulo pouco pode ser dito. Todavia, um livro apócrifo do século II, chamado Atos de Paulo e Tecla, descreve seus traços nos seguintes termos: “Homem de baixa estatura, com a fronte calva e pernas arqueadas, de corpo forte e sobrancelhas unidas, o nariz um tanto longo, cheio de amabilidade; ora tinha semblante de homem, ora tinha aspecto de um anjo. O valor destas descrições é apenas relativo, pois que se trata de uma tradição popular do final do século II. O tom é laudatório. Mas não se deve excluir um certo grau de fidedignidade. Há pesquisadores que defendem sua credibilidade dado que um relato nada lisonjeiro acerca da aparência pessoal do apóstolo pode incorporar uma tradição muito antiga. 

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!

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