a Igreja ao desafio das seitas
introdução:
A problemática das seitas ou novos movimentos religiosos preocupa a sociedade, as Igrejas e as Confissões Cristãs. A Igreja Católica não é indiferente a essa preocupação. Sua Santidade João Paulo II fez referência às seitas em suas viagens. O problema das seitas é visto como distante, que só acontece a outros, mas quando bate à nossa porta, a solução já vem tarde. Também existe certa ingenuidade, que impede de descobrir a verdadeira realidade de muitas seitas, especialmente das mais perigosas e destrutivas.
Apresentaremos algumas “seitas” ou “movimentos religiosos” que surgiram nos últimos tempos e elementos que podem ajudar a responder ao desafio das seitas à nossa Igreja cuja solução é absolutamente necessária.
ORIGEM DO NOME E O SEU SIGNIFICADO
Seita (latim secta = "seguidor", proveniente de sequi = "seguir") é um conceito utilizado para designar, em princípio, simplesmente qualquer doutrina, ideologia ou sistema que divirja da correspondente doutrina ou sistema dominante, bem como também para designar o próprio conjunto de pessoas (o grupo organizado ou movimento aderente a tal doutrina, ideologia ou sistema), os quais, conquanto divergentes da opinião geral, apresentam significância social.
Usualmente conecta-se o termo à sua significação específica (stricto sensu) apenas religiosa, com o que por "seita" entende-se, a priori e de ordinário, imediatamente "seita religiosa". Porém, tal nexo causal não é imperativo, pois nem sempre uma seita está no domínio religioso.
algumas seitas ou novos movimentos religiosos
1. AS TESTEMUNHAS de jeová
Nasceram nos Estados Unidos faz pouco mais de cem de anos. Seu fundador é Carlos Taze Russell, filho de presbiterianos. Negam a Santíssima Trindade e dizem que Cristo, antes de ser homem, era o arcanjo São Miguel. Altera os textos bíblicos ao seu capricho.
Dizem que Jesus não morreu numa Cruz e que ressuscitou só como criatura espiritual. Para eles todas as religiões, fora da sua, são satânicas e sustentam que Deus castigará todos os que não quiseram entrar em sua seita. Proíbem a transfusão de sangue e consideram que a Igreja Católica está corrompida sendo ela segundo eles a Babilônia moderna.
2. OS MÓRMONS
Seu fundador é José Smith, nascido em Vermont. Na idade de 15 anos recebeu umas revelações que lhe anunciaram que todas as igrejas cristãs estavam corrompidas e que ele devia organizar a verdadeira Igreja de Cristo. Seu segredo está num livro que, segundo ele, em 1823, o anjo Moroni lhe entregou. Tratar-se-ia de um livro escrito em pranchas de ouro no qual há uma relação com os antigos habitantes do continente americano. Neste livro estaria a plenitude do Evangelho comunicado a ele o próprio Cristo. Em 1830 esta igreja recebeu o nome de “Igreja dos Santos dos Últimos Dias”.
Para eles, Cristo foi gerado carnalmente de Deus Pai. A Bíblia e o livro de Mórmon são sua única norma de fé, mas só aceitam “sua” Bíblia, porque as demais, segundo eles, estariam mal traduzidas. Além disso, a Bíblia tem que completar-se com o livro de Mórmon. Tem um só sacramento: o batismo por imersão e a santa ceia é realizada com pão e água. Ainda batizam os mortos e em seu trabalho missionário sempre vão de dois em dois.
3. O EXÉRCITO DA SALVAÇÃO
Esta seita tem uma série de elementos, que a assemelham a um exército mundano: uniforme militar, graus militares, uma forte disciplina e são realmente um exército de paz em favor dos marginalizados. Mantêm muitas obras sociais. Sua divisa é “sangue e fogo”. Sangue de Cristo e fogo do Espírito. Nasceram em 1865, na Inglaterra e seu fundador é Guilhermo Booth. Tem muitas obras sociais: maternidades, asilos, dispensários, centros de drogados, centros de reabilitação de alcoólatras, etç. Reprova-lhes o não atacar a pobreza pela raiz e de não atacar as causas que as originam.
Seu objetivo é estender o protestantismo e se inspiram na doutrina protestante: pregam a justificação somente pela fé, a submissão à Palavra do Senhor e sua conversão pessoal se demonstra com o testemunho missionário. Reúnem-se nas ruas com suas bandas “militares” e assim atraem o povo e oferecem serviços religiosos de pregação da Palavra e cantos.
4. OS PENTECOSTAIS
São os que mais crescem nestes últimos anos em toda América Latina. Mais de 63% de todos os protestantes da América Latina são pentecostais. Há muitas razões pelas quais nosso povo se sente à vontade com eles: a alegria, os cantos, a cura e a fraternidade. Caracterizam-se por serem fechados, por seu fanático proselitismo (indivíduo convertido que abraçou outra religião diferente da sua) e seus ataques a Igreja Católica.
Os movimentos pentecostais hoje são numerosos e compreendem mais de 30 milhões de adeptos na América Latina. No início rejeitaram toda organização, mas logo a necessidade os obrigou a agrupar-se. Daí nasceu a Assembléia de Deus que também está estendida por toda América Latina.
O nome “Pentecostal” já indica a grande importância que estes grupos dão ao acontecimento sempre atual de Pentecostes, o que se atualiza no Batismo chamado do Espírito Santo. O movimento pentecostal nasce como uma resposta a um desejo de renovação espiritual que estava latente, tanto na mente dos pastores como dos fiéis de algumas igrejas tradicionais. A Igreja tinha que renovar-se de novo com o fogo de Pentecostes. Fiéis e pastores invocam repetidamente o Espírito Santo, pedem a Cristo que envie de novo o Espírito e começam a sentir-se renovados, cheios de entusiasmo, de calor, falam em línguas e efetuam curas.
5. Igreja Universal do Reino de Deus
Chama-se a si mesmo a “Igreja Universal do Reino de Deus” ou “Comunidade do Espírito Santo”. A seita foi fundada no dia 27 de Julho de 1977 por Edir Macedo.
Afirmam que a fé que agrada a Deus é a fé sobrenatural que segundo eles consiste em que Deus pode multiplicar o dinheiro e as coisas materiais. Afirmam também que o demônio é a origem de todos os males e que os pastores possuem o dom de liberar as pessoas de tais males, isto é, do demônio. Usam também apresentação de objetos como “a rosa abençoada” e o “azeite e pão abençoados” com a finalidade de ungir fotografias de familiares doentes.
Possuem muitos meios de comunicação e no final de um dos programas pediam ao povo para colocarem um copo de água ou roupas perto da televisão para que fossem abençoados, prometendo que assim teriam poderes curativos. Seus líderes se autodenominam “Pastores e Bispos”, eles caracterizam-se por fazerem propagandas enganosas.
Aqui encontraremos alguns nomes de igrejas e os seus respectivos fundadores
IGREJA | FUNDADOR | LUGAR | ANO |
TESTEMUNHA DE JEOVÁ | Carlos Tase Russel | USA | 1876 |
ADVENTISTA | William Miller | USA | 1818 |
ADVENTITA DO 7° DIA | Elena White | USA | 1863 |
ANGLICANOS | Henrique VIII | INGLATERRA | 1534 |
BATISTAS | J. Smith | INGLATERRA | 1860 |
EXÉRCITO DA SALVAÇÃO | William Booth | INGLATERRA | 1878 |
ESPIRITISMO | Família Fox | USA | 1848 |
ROSA CRUZ | Max. H. | ALEMANHA | 1880 |
LUTERANOS | Martinho Lutero | ALEMANHA | 1521 |
METODISTAS | J. Wesley | USA | 1791 |
MÓRMONS | José Smith | USA | 1853 |
MENINOS DE DEUS | David B. | USA | 1950 |
PENTECOSTAIS | Grupo | USA | 1905 |
PRESBITERIANOS | John Knok | INGLATERRA | 1560 |
pensamento do papa em relação as seitas
O Papa João Paulo II, em relação as seitas na América disse: “Os progressos proselitistas das seitas e dos grupos religiosos na América não podem contemplar-se com indiferença. Exigem da Igreja neste continente um profundo estudo que se tem que realizar em cada nação e também a nível internacional e para descobrir os motivos porque não poucos católicos abandonam a Igreja”.
eis alguns dados sobre o progresso das seitas:
-Na América Latina a cada hora, 400 pessoas abandonam a Igreja Católica;
-Na Guatemala 25% da população já é evangélica;
-No Salvador cerca de 30% dos católicos já passaram para as seitas;
-No México em 1970 os evangélicos eram 880.000, hoje são perto de 5.000.000.
Sem dúvida que um dos maiores desafios que a Igreja Católica enfrenta é o avanço das seitas que vão tomando um ritmo de crescimento. No México, entre os Católicos, tem surgido um movimento chamado “Apóstolos da Palavra” que desde o ano 1983, estão trabalhando de forma eficiente e onde eles estão presentes as seitas não avançam e está começando um retorno a Igreja Católica.
O conhecimento da situação:
Conhecer os problemas, e as suas realidades; por isso é necessário um melhor conhecimento das seitas, identificá-las e distingui-las dos grupos cristãos e de grupos que têm atitudes sectárias, mas não são seitas. É preciso analisar tanto os aspectos positivos quanto os negativos;
aspectos Negativos
1. Engano sobre a doutrina do movimento;
2. Ocultamento dos objetivos e do funcionamento do grupo;
3. A lavagem cerebral;
4. Terror físico;
5. Rompimento dos vínculos familiares.
Estes fatos têm causado comoção na opinião pública de numerosos países. Ultimamente diversas leis e decretos foram emitidos para proteger os indivíduos e para limitar a ação das seitas.
Principalmente na América Latina faltam ações civis e religiosas que levem a enfrentar esse grave e delicado problema.
As seitas empregam a coação espiritual, que leva a não se respeitar a liberdade religiosa
Como ponto de partida, é positivo familiarizar-se com seu pensamento e com sua doutrina, pois tanto a formação como a informação ajudam os que as estudam.
É esse um dos modos de proteger os que são fracos, desinformados, desprotegidos e serve de ajuda aos que procuram descobrir seus erros.
É conveniente praticar uma prevenção pastoral.
Por isso, se deve direcionar uma maior atenção as pessoas que vivem em lugares periféricos, para as pessoas sem companhia e com problemas.
O proselitismo (indivíduo que abraçou uma religião diferente da sua) das seitas, para conseguir adeptos, orienta-se principalmente para pessoas que passam pó situações difíceis ou cujos interesses particulares, econômicos e políticos estão afetados.
ASPECTOS POSITIVOS
1. As seitas chegam a ser atraentes porque pretendem formar um mundo novo. Ainda que suas atitudes sejam discutidas, não se pode colocar em dúvida seus aspectos positivos;
2. Muitas seitas se orientam para os abandonados e tentaram levar-lhes a evangelização ou uma mensagem. Dessa forma, essas pessoas superaram a sensação de estar marginalizadas;
3. A sociedade atual se caracteriza por insegurança e pela falta de estabilidade em diversos níveis. Algumas seitas se esforçaram para proporcionar uma experiência pessoal que ajude o homem. Elas tentaram desligar-se do racional, do teórico e chegar ao vivencial;
4. Quanto a proteção, as seitas têm usado muito a evangelização ou o contato pessoal. Este método talvez tenha sido esquecido um pouco pela Igreja católica;
5. Hoje é freqüente a experiência do isolamento e da solidão nos indivíduos que integram a sociedade. As seitas oferecem fraternidade para unir seus membros e para fazer que se sintam acompanhados, queridos e estimados, isto é, em família;
6. As seitas souberam chegar aos povos receptivos, entre os quais encontram imigrantes recém-chegados, que cortaram suas raízes rurais e precisam de companheirismo e apoio social;
7. Talvez seja também mérito das seitas procurarem ressuscitar uma espécie uma espécie de “Igreja domestica”;
8. As seitas souberam valorizar os leigos, aos quais confiam diversas responsabilidades;
9. Para concluir, as seitas conseguem grandes efeitos devido à fé e ao entusiasmo de seus membros.
A importância da classificação das seitas
Até em documentação oficial da Igreja, encontramos erros tanto na identificação como na classificação das seitas, isso produz confusão entre os não-especializados e repercute claramente no campo pastoral.
Seitas orientais
Nestes grupos predominam as idéias e doutrinas das grandes religiões não cristãs. Nestas seitas se destaca também o panteísmo, ao não diferenciar Deus do mundo, ou ao se identificar o homem com uma energia cósmica.
As principais são:
Sociedade Internacional para a consciência de Krishna – Missão da Luz Divina – Rajneeshismo – Ananda Marga – Sai Baba – Novos movimentos religiosos ou Seitas de origem japonesa.
Seitas Pseudocristãs
Pseudocristão = Cristão que não cumpre as suas obrigações religiosas. Indivíduo cuja lei religiosa não é rigorosamente a cristã. Esses grupos são denominados também de semicristãos ou paracristãos. É absolutamente necessário diferenciá-los das demais Igrejas e Confissões cristãs.
Essas seitas costumam autodesignar-se como Igrejas ou Comunidades Cristãs, tecnicamente elas não são, já que não possuem os requisitos mínimos para serem consideradas Igrejas ou Confissões Cristãs; com isso rompem com os aspectos essenciais do Cristianismo, e por isso, podemos considerá-las somente como pseudocristãs.
O que é o Cristianismo?
O Cristianismo se originou como um movimento messiânico no seio do Judaísmo e no mundo Greco-romano. Esse movimento foi inspirado por Jesus de Nazaré e centrado em sua pessoa. O Cristianismo reconhece e proclama que Jesus de Nazaré é o Cristo. Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento pelos profetas; é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que veio ao mundo para redimir o gênero humano e se fez homem no seio da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo.
Uma das peculiaridades que caracterizam a identidade cristã desde o começo do Cristianismo é, sem dúvida, a consciência do dever missionário de converter para a fé cristã quem ainda não crê em Jesus “o Cristo”. Essa consciência tem sua base na absoluta convicção de que somente por ele é possível salvar-se, vejamos em Atos 4, 11-12: “Jesus é a pedra desprezada por vós, construtores, mas que se tornou a pedra angular. Pois não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”.
A exigência de pregar o Evangelho a todos os povos como verdade definitiva e insuperável está nas palavras que nos transmite São João: “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai se não por Mim” (Jo 14, 6).
Levando-se em conta esses aspectos, podemos compreender que a fé cristã do Novo Testamento é a boa notícia para Israel e para as nações (Lc 2, 29-32), de tal forma que em Jesus se cumpre a promessa sobre o Servo de Iahweh, que era destinado a ser Aliança para Israel e luz para as nações (Is 42, 6). Jesus é, então, mais que o Messias de Israel, Ele é o verdadeiro profeta e mediador da salvação, já que é o “Novo Adão”, de qual fala São Paulo (1 Cor 15, 45). Por isso a Igreja deve proclamar essa mensagem reconciliadora, a saber, que em Jesus “o Cristo” se inicia a nova criação e que o mundo encontra nele sua unidade, sua salvação e sua plenitude.
No que diz respeito à doutrina básica do Cristianismo, podemos afirmar que ela está resumida nos três credos trazidos da tradição dos Apóstolos, do primeiro Concílio de Nicéia (325) e de Santo Atanásio. A doutrina que aparece nesses credos é a seguinte:
1. Crer que Deus é Uno e Trino, ou seja, Pai, Filho e Espírito Santo;
2. Aceitar Jesus com a segunda pessoa da Trindade e como Deus e homem verdadeiro, que morreu e ressuscitou para nossa salvação, tal como está escrito na Bíblia;
3. Confessar que Jesus é o mediador entre Deus e os homens e Senhor glorificado;
4. Confessar que o Espírito Santo é consubstancial ao Pai e ao Filho e que está presente por sua ação na comunidade cristã;
5. Aceitar que a Bíblia, tanto o Antigo como o Novo Testamento, é a revelação de Deus ao seu Povo. Não existe outro livro que seja igual ou superior à Bíblia;
6. Aceitar e praticar o Batismo como o sacramento de iniciação cristã e como meio de incorporação à Igreja de Cristo;
7. Comemorar a última ceia;
8. Crer e proclamar a fé na ressurreição dos mortos;
9. Não deve faltar um testemunho de vida segundo o evangelho de Jesus Cristo.
Cremos que esses nove requisitos são aceitos pelos cristãos de diferentes Igrejas. De fato, o Conselho Mundial de Igrejas tem exigências muito semelhantes para que uma Igreja possa ser considerada cristã.
Lamentavelmente os cristãos não estão unidos, o que constitui um escândalo e um sério obstáculo para que a humanidade creia e viva de acordo com os grandes valores do Reino que Jesus pregou. Entretanto, nessas últimas décadas, os cristãos compreenderam melhor a dor da separação e se empenharam em um grande esforço ecumênico.
O Concílio do Vaticano II nos dá a seguinte definição de movimento ecumênico: Por “Movimento Ecumênico” se entendem as atividades e iniciativas que, segundo as várias necessidades da Igreja e as características da época provocam e favorecem a unidade dos cristãos.
Os cristãos devem esforça-se para eliminar palavras, juízos e ações que não correspondem à condição dos irmãos separados. É necessário promover reuniões com os cristãos de diversas Igrejas, para fazer ações de bem comum e orações em comum. É importante também estabelecer diálogo com os teólogos das diferentes Igrejas para conhecer as respectivas doutrinas e poder conseguir acordos sobre temas que necessitam de solução urgente, como os matrimônios mistos, a validade do batismo etç.
Em nosso continente, Lamentavelmente, o ecumenismo está muito pouco desenvolvido e ainda não existe a consciência de sua absoluta necessidade no povo fiel.
Por outro lado, o termo Igreja procede do grego ekklesia (“Assembléia”). No Novo Testamento o termo Ekklesia designa:
A assembléia Cristã reunida para um serviço litúrgico. Especificamente para ouvir a Palavra de Deus e celebrar a Eucaristia. Seguindo este sentido, São Paulo diz que os cristãos reunidos em uma casa para um ato litúrgico constituem uma Ekklesia.
O termo Ekklesia, é usado também para os cristãos residentes numa ou noutra cidade.
Outro sentido do termo em questão é seu uso no sentido de universalidade, abrangendo todos os fiéis dessa nova comunidade messiânica de salvação que é o novo Povo de Deus disperso pelo mundo.
São Paulo ensina que a Igreja, sociedade dos fiéis cristãos, é o Corpo de Cristo é a Cabeça desse Corpo.
Com a imagem de cabeça e corpo, Paulo nos apresenta a íntima vinculação espiritual que existe entre a Igreja e Cristo, seu fundador. Essa vinculação se dá pela fé, pela caridade e pela graça.
A Igreja é a convocação dos homens feita por Deus em Cristo. Há somente uma convocação, portanto, deveria existir uma única Igreja universal. O problema é que, como dissemos atrás, pelas divisões históricas existem várias Igrejas. Por esta razão, o termo “Igreja” se aplica também a diferentes Igrejas. Levando isso em consideração, podemos dizer que a Igreja é o conjunto de todos os cristãos e também uma parte como Igreja Anglicana, Luterana, Católica etç.
Para o “Conselho Mundial de Igrejas”, o termo Igreja tem um significado especial:
O termo Igreja designa as denominações formadas por Igrejas autônomas agrupadas em um território determinado.
Além do mais, o Conselho Mundial das Igrejas aplica os seguintes critérios para que uma Igreja possa ser admitida:
Autonomia
Uma Igreja, para ser admitida, deve provar sua autonomia. Considera-se autônoma a Igreja que, reconhecendo-se totalmente solidária com as outras Igrejas, especialmente com as de sua própria confissão, não depende de nenhuma outra Igreja em sua existência própria, isto é, em matéria de formação, consagração e conservação de seus ministros, recrutamento, trabalho dos leigos, pregação, relações intereclesiais e utilização de recursos, qualquer que seja sua procedência.
Estabilidade
Uma Igreja não pode ser admitida se não assegurar uma estabilidade suficiente perante as Igrejas irmãs e se não tiver um programa de edificação e evangelização.
Importância numérica
Levar-se-á em conta também a importância numérica da Igreja que pretender entrar no CMI.
Referências:
Pe. Miguel Jordá Sureda, Ir. Pilar Jordá Sureda, Pe. Pedro Jordá Sureda – Saiba defender sua fé Católica – por três irmãos missionários – Londrina – Paraná – Grafmark, 2003.
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