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O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO


            O ato da comunicação pode ser comparado ao da respiração: o ser humano não pára de se comunicar. Mas poucas vezes dá conta disso. Vale lembrar que a comunicação pressupõe sempre alguma forma de interação entre os seres humanos. Uma definição simples de comunicação freqüentemente disseminada é a que estabelece a comunicação como uma “transmissão de informações”. É uma afirmação correta, mas superficial uma vez que não esgota a potencialidade dos atos comunicativos (que seria uma forma de recriação de uma dada realidade de seus próprios conceitos e preconceitos, a partir de seus próprios conceitos e preconceitos). É impreciso o momento em que o ser humano começou a criar mecanismos de comunicação e utilizar uma simbologia carregada de significação para interagir com seus semelhantes.
            Nos primórdios, os homens se comunicavam através de sons que produziam, num processo de convivência, é possível que se comunicassem através de grunhidos, imitando os animais por gestos ou pela combinação de ambos. Também se afirma que os primeiros sons utilizados pelos homens primitivos para criar uma linguagem reproduziam os da natureza, como o cantar dos pássaros, a queda de água e o trovão, dentre outros. Afirma-se ainda que os sons humanos podem ter surgido de exclamações espontâneas como o “ai” de pessoas feridas. Assim sendo, o homem primitivo deve ter utilizado das mãos e dos pés e não só da boca como comunicantes para produzir sons. Ele se servia ainda de pedras e troncos para produzir sons na perspectiva da comunicação.
            Com diversas tentativas feitas para se comunicar, é certo que o homem encontrou a forma de associar um determinado som ou gesto a um objeto ou ação, nascendo o símbolo, ou seja, o que transmite uma idéia ou sentimento diferente da coisa. Um bom exemplo para isto são as pinturas rupestres encontradas na Espanha e na França há cerca de 15 mil anos. Elas evidenciam ao apenas que o homem daquela época conseguia reproduzir a realidade em que se encontrava nas imagens que remetem à caçada de animais, mas também que o homem ancestral do homem moderno já era capaz de extrair tintas de folhas e frutos e criar os apetrechos para pintar.
            Percebe-se que há poucas dúvidas de que a primeira forma organizada de comunicação humana foi a linguagem oral, acompanhada pela linguagem gestual. Contudo, o homem, em seu desejo de se comunicar melhor, apelou a modos de fixar seus símbolos de forma a transmiti-los à distancia. Assim, nasceu como solução decisiva à invenção da escrita no século IV a.c que possibilitou que as mensagens fossem transportadas a qualquer distância. Como povos que se destacaram no nascimento da comunicação escrita, se têm: os chineses, os maias, os sumérios e os egípcios. Essas civilizações elaboraram, em partes diferentes do planeta, formas de comunicação escrita que foram criadas também para atender necessidades da agricultura como o direito à propriedade, calendário com as épocas de plantio e de colheita e também às necessidades do comércio.
            A linguagem escrita evoluiu a partir dos ideogramas ou representações pictóricas. Neles, cada símbolo representava uma idéia. A passagem da representação pictóricas para os sistemas fonéticos foi feita pelos sumérios que, por volta de 1700 a.c, com a chamada escrita cuneiforme, gravaram em tijolos de barro os símbolos que representavam um som. Já um novo passo na linguagem comunicativa, primeiramente identificada em antigas inscrições gregas datadas no séc. VI a.c, foi o alfabeto formado por letras que, combinadas, se tornavam silabas e palavras. Deve-se aos gregos a sua sistematização, pois era inspirado no modelo fenício. Assim, o alfabeto pode ser considerado como um dos grandes passos no progresso da civilização porque possibilitou a simplificação da arte da escrita e, conseqüentemente, a evolução da comunicação.
            Com a palavra escrita e o desenvolvimento dos meios de transporte terrestre e marítimo, tornou-se mais fácil para o homem comunicar-se com os seus semelhantes que estavam em outras partes do mundo. Como exemplo, se pode citar os grandes impérios do Oriente que na necessidade de exercer controle permanente sobre vastas regiões exigiam um serviço rápido e eficaz de comunicação. Os meios de divulgação de noticias e transmissão de ordem vieram evoluindo lentamente de forma que no império romano, alcançaram considerável desenvolvimento. Na Idade Média (séc. V - XV), os serviços de comunicação eram feitos pelas corporações de mercadores e pelas universidades que faziam grandes esforços para reduzir o tempo de entrega das mensagens.
            A evolução da comunicação foi-se dando com a invenção do papel pelos chineses e, posteriormente, da impressa por Johan Gutenberg no séc. XV. Com isso se teve a difusão mais rápida da escrita.
            O surgimento de novos mass media foi resultado de avanço tecnológico, de pesquisas cientificas e da busca de lucros maiores por parte do homem. Assim temos: o telégrafo, o telefone, a fotografia e o cinema. Depois o rádio, a televisão e por fim hoje a internet que se consolida com o grande meio de comunicação de massa da pós-modernidade.
            Podemos classificar esse processo de comunicação em atos comunicativos. Eles podem ocorrer: nos mecanismos (máquinas, como pode ser observado nas comunicações), nos organismos biológicos (o sistema imunológico, por exemplo, é acionado por meio de informações recebidas de vários pontos do corpo), no ser humano (que utiliza a comunicação para obter conhecimento e se relacionar com seus semelhantes e com o mundo) e, principalmente, na sociedade (na qual a comunicação se faz imprescindível, uma vez que as relações sociais assentam-se na interação entre indivíduos que a compõem).
            Para realizar um ato comunicativo, o ser humano pode empregar duas formas de comunicação:
·        Verbal (ou digital): que pode ser oral (diálogo, palestras, etc) ou escrita (cartas, literatura, jornalismo impresso etc.).
·        Não-verbal (ou analógica): que compreende a comunicação gestual (movimentos e posicionamentos do corpo) e a pictórica (feita por meio de desenhos, fotografias, pinturas).
No que diz respeito a amplitude, a comunicação pode ser:
·        Subjetiva: realiza-se quando cada individuo pensa, medita, reflete sobre a vida, sobre o mundo.
·        Interpessoal/grupal: envolve um grupo de pessoas (vizinhas que conversam no portão, alunos e professores em sala de aula, assembléia de sindicato, comícios, etc).
·        Massiva: faz-se pelo emprego de meios de comunicação, como o jornal, rádio, televisão, internet, que têm maior alcance e atingem um grande número de receptores. Eles amplificam o espectro da comunicação. As duas primeiras constituem os microambientes da comunicação, enquanto a terceira os macroambientes da comunicação.

Todos os estudos dos fenômenos da comunicação devem observar os conceitos aqui abordados.

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