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PASTORAL: SEMENTE DE VIDA NOVA

PASTORAL: SEMENTE DE VIDA NOVA


Pastoral é uma palavra importante no vocabulário cristão. Ela expressa um aspecto significativo e abrangente da vida da Igreja que diz respeito ao seu modo de agir e de se relacionar no mundo. O conceito é dinâmico e atualmente a Igreja enfrenta o desafio de repensar sua ação pastoral a partir das exigências e apelos da pós-modernidade.
A palavra pastoral deriva de “pastor”, que por sua vez está relacionada com o período nômade da história de Israel. Ela passou a ser empregada em sentido metafórico de “conduzir”, “governar”, “guiar”, “ensinar’, “defender”. O povo de Israel herdou dos povos vizinhos do Egito e da Mesopotâmia o costume de chamar Deus de pastor, e, a partir de sua experiência nômade, atribui-lhe um significado próprio.
De fato, Deus é pastor que guia, salva e protege seu povo. Essa relação de Deus com o seu povo tem duas dimensões: universal, pois Deus cuida de todo o seu povo; cósmica, pois ele cuida, por sua Providência, da criação e de cada ser que dela faz parte.
O Senhor Deus é o pastor de Israel, e o povo é seu rebanho. Essa relação estabelecida no Primeiro Testamento atinge sua plenitude em Jesus. Realmente ele é paradigma de toda atividade pastoral, Jesus, o Bom Pastor, é luz para ver a realidade, critério para julgá-la e norma para agir como discípulo missionário.
A pastoral da Igreja tem como objetivo, primariamente, prolongar e atualizar o ministério de Jesus no aqui e agora do acontecer histórico. Mas também podemos afirmar que os objetivos da pastoral são: Evangelizar, proclamando o Evangelho de Jesus Cristo, por meio do serviço, do diálogo, do anúncio e do testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária.
O ministério pastoral só será autêntico à medida que se inspirar e prolongar o ministério pastoral de Jesus. Ele é o Evangelho vivo do Pai, é a norma suprema de toda pastoral da Igreja. Somente o que torna presente Jesus e sua práxis merece ser considerada ação pastoral.
Podemos dizer também que pastoral é toda ação da Igreja, povo de Deus, destinada a ser semente de vida nova em Cristo Jesus, relacionando os valores do Evangelho com as situações concretas e levando as pessoas a serem discípulas missionárias na vida cotidiana e a assumirem o projeto de Jesus. Essa ação pastoral não é exclusiva da hierarquia, mas de todos os membros da comunidade, cada qual a partir de seus carismas e de sua vocação especifica.
Com base nas atitudes de Jesus e seus ensinamentos temos algumas características da pastoral da Igreja:
·        Diaconal: o agente deve estar sempre no serviço à vida.
·        Encarnada: realizada em comunhão com os interlocutores e empregando uma linguagem inculturada.
·        Libertadora: preocupada com tudo que escraviza o ser humano e ofusca a sua dignidade.
·        Profética: anunciadora da Boa-Nova de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, denunciadora de tudo o que se opõe ao Reino de Deus.
·        Reinocêntrica: tendo como objetivo a realização do projeto de Deus que é a construção do seu Reino.
·        Testemunhal: realizada a partir da experiência de fé e na fidelidade a Deus e aos irmãos.
·        Transformadora: lutando contra as estruturas geradoras de injustiça e de não vida contribuindo para o crescimento da nova humanidade inaugurada por Jesus.
·        Sapiencial: concretizada com autoridade que nasce da coerência da vida e da sabedoria de Deus.
·        Universal: orientada para todos e tendo especial cuidado para com os pobres, os preferidos de Deus.
Para prosseguir a sua missão no novo contexto cultural da pós-modernidade, requer-se da Igreja que existe para evangelizar, uma “conversão pastoral”. Essa conversão exige que se vá para além de uma pastoral de mera conservação, para uma pastoral decididamente missionária. De fato, uma verdadeira conversão pastoral deve estimular e inspirar atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. É sempre bom que esta conversão leve a primeira evangelização que tem no seu centro o anúncio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, salvação de Deus para todos os homens, voltado para os indiferentes e os descrentes.
A CNBB em seu documento “A comunicação na vida e na missão da Igreja no Brasil” (n0 101)  fala da solicitude pastoral no tempo da mídia. Aqui se vai dizer que em toda a ação pastoral da Igreja é requerida uma maior atenção ao uso sábio e original da mídia, no quadro de uma pastoral orgânica das comunicações sociais.
Os Bispos acrescentam que na ótica de uma pastoral integrada, deve-se prever uma orientação educacional para a comunicação propositiva e crítica em relação aos processos comunicacionais e à mídia, atenta à evolução das suas linguagens.
Recorda-se que não se trata de inventar coisas novas no que diz respeito as pastorais, mas e começar com o novo vigor aquilo, que em muitos casos, já existe, mas nos confrontos da nova cultura se encontra sem força, sem voz, mutilado. A exigência é de reformular a ação pastoral sem distorções, mas com clareza e previdência. Neste sentido, a pastoral tradicional e habitual necessita de forte impulso de criatividade que induza a empreender com coragem os percursos da cultura e da comunicação.
“Todo projeto pastoral deve ter em conta os vínculos entre linguagem e fé, novas linguagens midiáticas e novas formas de relacionamento”. Esse seria o primeiro passo, segundo o documento, para a conversão pastoral. Ele não pode existir senão para servir à missão global da própria Igreja e fazer parte de um projeto bem mais amplo e articulado.
O objetivo principal do projeto pastoral é a mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade, envolvendo com visão mais abrangente a própria vida da Igreja, no que diz respeito à especificidade de toda a realidade diocesana.

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