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QUEM FOI SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE?

Itinerário Espiritual da Vida de
Santa Margarida Maria Alacoque

Vida de Oração

O Senhor preparou Margarida Maria, por meio de uma infância sem alegria e de uma juventude cheia de provas, para amoldá-la cada vez mais e assim se convertesse em sua mensageira precisamente quando o jansenismo na França (a influência do protestantismo em meios católicos) estava destruindo nas almas a noção da misericórdia de Deus e da confiança filial que devemos ter em relação ao Pai Celeste. Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu à Santa Margarida Maria e revelou o Seu Sagrado Coração para que transmitisse sua mensagem de misericórdia e confiança, exatamente a 16 de junho de 1675, quando Margarida testava com 28 anos de idade, sendo esta a Sua frase mais forte: “Este Coração que tanto ama a humanidade e que recebe, em troca, ingratidão”.
            
Muitos santos já possuíam grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Mas nessa ocasião, pela primeira vez, uma Santa recebe esta maravilhosa missão: a de espalhar pelo mundo a devoção ao SagradoCoração tão ofendido pela ingratidão dos homens. Como a maioria dos profetas de Deus, ao narrar tais acontecimentos Margarida foi incompreendida, perseguida, tachada de visionária, histérica e alucinada... Até que a Providência colocou em seu caminho o jesuíta São Cláudio La Colombière, que lhe deu orientação segura e conseguiu fazer com que sua Mensagem começasse a ser vista com outros olhos.
            
Deus queria Margarida desde o berço só para Si. “Ó meu único Amor – narra ela em sua autobiografia”. Margarida teria uns quatro anos quando, a pedido da madrinha, foi morar com ela em seu castelo, em Beauberry. Queria a nobre dama, como era costume no tempo, cuidar da educação da afilhada.
            
Na capela de Corcheval, aos cinco anos de idade, “sem saber o que dizia, sentia-me continuamente impelida a dizer estas palavras: ‘Meu Deus, eu Vos consagro a minha pureza e Vos faço voto de perpétua castidade”. Desde a infância lhe ensinou o Espírito Santo o ponto capital da vida interior, comunicando-lhe o dom de oração. Seu maior prazer era passar horas inteiras em oração; quando não a encontravam em casa, iam à igreja, onde deparavam com ela imóvel diante do Santíssimo Sacramento.

Relação com os Sacramentos
            
No ano de 1654, Margarida, com oito anos, voltou para o lar paterno. Mas não para gozar por muito tempo da alegria da família reunida. Nesse ano morreu-lhe a irmãzinha Gilberta, e no seguinte o pai, aos 41 anos. Deixava a viúva com cinco filhos para cuidar (sendo que o caçula tinha apenas quatro anos), e uma situação econômica apenas equilibrada. A senhora Alacoque colocou os filhos mais velhos em colégios, e Margarida como educanda no convento das clarissas mitigadas de Charolles.  Vendo sua precoce piedade, as monjas permitiram que fizesse a Primeira Comunhão aos nove anos de idade, quando o costume na época era aos doze. Afirma ela: “Esta comunhão derramou tanto amargor em todos os meus prazeres e divertimentos, que já não podia achar gosto em nenhum, apesar de os procurar com afã”. Margarida procurava seu consolo na oração. E o próprio Nosso Senhor quis ser seu mestre: “Mandava-me prostrar-me humildemente diante de Si, para lhe pedir perdão de tudo aquilo em que O tivesse ofendido”. Posta assim na presença do Senhor, Ele “tão fortemente absorvia o meu espírito, embebendo em Si a minha alma e todas as minhas potências, que não cometia distração alguma; pelo contrário, sentia o coração consumido em desejos de O amar. E daqui me nascia uma fome insaciável da Sagrada Comunhão e de sofrimentos”. 

A maior possibilidade de união com Nosso Senhor, que Ele nos deixou na Terra, é a que se dá na Sagrada Comunhão, na qual recebemos verdadeiramente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. Daí a “fome insaciável” que Margarida sentia da Sagrada Comunhão, encontrando diante do Santíssimo Sacramento todas as suas delícias. Ali sentia-se “tão absorta, que nunca me aborrecia. Ali passaria dias e noites inteiras sem comer nem beber, e sem saber o que fazia, consumindo-me em sua presença como uma tocha acesa, para pagar-lhe amor com amor. A intimidade com que Nosso Senhor lhe aparecia e falava é impressionante. Ela como que vivia na presença perceptível de Deus. Entretanto, “porque era muito débil”, Nosso Senhor pediu consentimento para se assenhorear de sua liberdade. “Não pus dificuldade nenhuma em consentir; e desde então Nosso Senhor apoderou-se tão fortemente da minha liberdade, que nunca mais gozei dela em todo o resto da minha vida”. Isto, é claro, é um modo de dizer, pois Deus não tira a ninguém o livre arbítrio. O que na realidade se dava é que Nosso Senhor fortificava de tal modo a sua vontade, por meio de graças especiais, que esta já não vacilava. O que corresponde ao máximo grau de liberdade, que é o conformar a própria vontade livre com a soberana vontade de Deus. Livres, verdadeiramente, não são os que pecam, mas os que, podendo fazê-lo, não o fazem.

Hermenêutica, o que nos fala
aos dias de hoje

Bem, sabemos o quanto essa serva de Deus, nos favorece uma inspiração de nossa condição humana, a nos apaixonarmos e entregarmos o mistério de uma espiritualidade desapegada em si mesma. Nos dias de hoje, a promessa que Jesus fez numa de suas aparições a Santa Margarida Maria, de se entregar ao se Coração Sagrado cheio de amor e gratuidade é necessária, pois, as inversões  de valores e condutas, se dá perceptivelmente por falta de uma espiritualidade ou de algo que represente o sagrado numa cultura em que o ateísmo é comum no meio social. Em sua época era comum pessoas como Margarida Maria se apresentar se destacando numa sociedade que caminhava até a morte buscando fazer a vontade de Deus. Tantas graças da mais alta mística não podiam passar despercebidas, e refletiam-se no exterior de Margarida Maria, que andava como que transportada.
            As práticas devocionais já não corresponde aos anseios egoísta do ser humano atualmente. Vive-se numa fragmentação de valores, e sobretudo, contra valores de si e consequentemente  do mundo que o cerca. Santa Margarida foi ousada para época, mesmo com tantas limitações buscou e acreditou até o fim que deveria fazer e ser o diferente.
            Uma nova superiora, Madre Catarina Antonieta , para aliviar ou para provar a Irmã Margarida, que apesar de ter somente 43 anos já estava muito enfraquecida pelas penitências e longas enfermidades, proibiu-lhe a hora de adoração noturna da quinta para a sexta-feira e todas as austeridades que ela praticava, exigindo-lhe mesmo a devolução dos instrumentos de penitência. 
              No mês de junho de 1690, Margarida dizia: “Eu não viverei muito mais, porque não sofro mais”. Com efeito, esta santa, considerada uma das maiores místicas da Igreja, entregou sua bela alma a Deus no dia 17 de outubro desse mesmo ano. O valor da eucaristia é algo a ser retomado e respeitado. Bem sabemos o quanto tudo isso enfraquece a comunidade e acima de tudo empobrecendo a alma, mesmo sabendo que a eucaristia é o ápice da vida cristã. É através da eucaristia que a comunidade se atualiza no mistério salvífico e se reporta a gloria presente do céu. A apostasia, o secularismo e a divisão da igreja, só faz cada vez mais firmar essa pratica ostentando a soberba humana, onde Cristo nunca aparece, e sim pessoas em nome dele.

Intuições Pessoais

É urgente e necessário lermos e aprofundarmos textos e experiência como da nossa Santa Margarida Maria Alacoque, e trazermos novamente a cultura do belo, de entregar-se ao mistério da ação de Deus em nossas vidas. O amor a eucaristia que essa serva possuía é de impressionar, ao ponto de trazer em seu corpo chagas e marcas de um sofrimento na liberdade de busca de Deus e de fazer sua vontade. Para os dias de hoje, isso parece até absurdo e desumano, mas se observarmos bem a história de grandes místicos e santos da igreja, na maioria deles, se não todos, fizeram uma experiência da kénosis, um profundo aniquilamento de se mesmo, se esvaziando por completo e deixando Jesus a evidencia de sua fé.
Disciplinas como estas é a chave que instrumentaliza pelo menos o contato a esses escritos e experiências de fé. O amor que Deus tem para com a humanidade é cada vez mais impressionante e insistente. Se por um instante Deus virasse as costas para seu criado, com certeza ninguém suportaria tanto sofrimento, é por isso que as intervenções por meio de Jesus, torna-se necessário para o processo de maturação da fé.
Deus em sua infinita misericórdia nos ensina a amar, sofrer, partilhar e recordar, para que nunca saiamos do nosso objetivo maior que é estar com ele na gloria do céu. Conhecendo mais de perto a vida desta Santa, percebi o quanto o caminho para a santidade é difícil e exigente, mas é perceptível que é possível e bem próximo a nós. O amor ao coração de Jesus nos remete ao episódio da cruz em que Cristo, já pregado e sofrendo todas as dores possíveis, ainda seu coração é atingido pelo orgulho e o desejo do homem de ferir o gesto mais nobre que Deus poderia nos oferecer, seu próprio filho, que vem ao encontro da humanidade para pedir o desagravo a esse coração que só pôde amar, perdoar e esperar dos que os rejeitavam e até os dias de hoje o rejeita.
“Quando a luz divina penetra na alma dos santos, lança neles tão vivo raios de claridade que os faz descobrir o que ele chamam de “grandes pecados”. Para nós não passariam de pequenos átomos  de imperfeição , ou simples faltas da fragilidade humana. Ouvir-se-á Santa Margarida Maria dizer e repetir, por exemplo, que tinha cometido grandes crimes e que ofendia muito a seu Deus. Seus confessores, no entanto, asseguravam que ela tinha conservado a inocência batismal.” O intuito exaustivo de Deus é fazer enxergar por meio de suas intervenções místicas o homem olhar para si e seu pecado e mudar de vida, dando o sentido da criação que insistentemente Deus preserva em si.
Somos a semelhança do Pai, Jesus nos ensina a fazer essa experiência e os místicos e santos também, por mais que passassem por provações e tentações, optaram pela fidelidade ao chamado de Deus e nos convoca por meio de Santa Margarida Maria Alacoque a santificarmos por meio do desagravo ao coração de jesus e adorando-o na eucaristia sem cessar.


REFERÊNCIA:

Marguerite-Marie Alacoque, Santa, Autobiografia de Santa Margarida Maria Alacoque, Editorial Revisão, Ursi,amália, 1985. Edições Loyola.


Circular do Mosteiro de Paray, 8 de agosto de 1691, e livro do Pe. Croiset, edição de 1691. Do prefácio autobiografia,6 de novembro de 1918.


FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

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