CATECHESI TRADENDAE
A Catequese Hoje
Introdução:
Desde os primórdios do Cristianismo e precisamente com a Igreja Primitiva os Apóstolos, se preocuparam em transmitir o que tinham ouvido, visto com os seus olhos, tocado com suas mãos o que Cristo tinha realizado na presença deles. E foi o próprio Jesus quem os enviou para tal propósito dando-lhes a autoridade necessária para realizar tal missão (Mateus 28, 19). E desde o início com tal exercício a Igreja começou a chamar de catequese esta função juntos com os esforços para fazer discípulos e atender ao mandato do Mestre, ajudando aos homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, mediante a fé, tenham a vida em seu nome.
Nós temos um único Mestre, Jesus Cristo:
Capítulo 1 – (9 – 14).
Por em comunhão com a pessoa de Cristo
O objetivo primordial da catequese é acentuar todas as atenções na Pessoa de Cristo, ou seja, no ensino catequético Jesus de Nazaré, “Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade”, que sofreu e morreu por nós, e que agora ressuscitado vive conosco para sempre, é o centro de toda catequese. Catequizar = é levar alguém, a perscrutar o “Mistério de Cristo”.
Transmitir a doutrina de Cristo
O cristocentrismo presente na catequese significa que se deseja transmitir, não cada um sua própria doutrina ou então a de um mestre qualquer, mas os ensinamentos de Jesus Cristo, a Verdade que ele comunica, ou, mais precisamente a Verdade que ele é.
Cristo que ensina
A qualidade d’Aquele que ensina no Evangelho e a natureza de seus ensinamentos ultrapassam de todas as maneiras as dos “mestres” em Israel, em virtude daquela ligação única que existe entre aquilo que ele diz, aquilo que ele faz e aquilo que ele é.
O único Mestre
Quantas vezes, ao longo do Novo Testamento, podemos ver claramente que os Doze, os outros discípulos e as multidões de ouvintes lhe chamam “Mestre”, com uma entonação ao mesmo tempo de admiração, de confiança e de ternura. “Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, visto que o sou” (Jo 13, 13), “... um só é o vosso Mestre”, Cristo (Mt 23, 8).
Cristo ensina com toda sua vida
Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinar: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor pelo homem, sua predileção pelos pequeninos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na cruz pela redenção do mundo e sua ressurreição são o atuar-se de sua palavra e o realizar-se de sua revelação.
Uma experiência tão antiga quanto a Igreja:
Capítulo 2 – (15 – 23)
A Missão dos Apóstolos
A imagem de Cristo tinha-se impresso no espírito dos Doze e dos primeiros discípulos; sua ordem era: “Ide, portanto, e fazei com que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Os adversários tentaram inibir a ação dos apóstolos, dando ordens de não ensinar em nome de Jesus, mas estes consideraram melhor obedecer a Deus do que aos homens.
A catequese nos tempos apostólicos
Os Apóstolos transmitiram aos seus sucessores o múnus de ensinar. Não cessaram em fazer com que outros participassem na evangelização compartilhando para com estes o ministério apostólico. Temos como exemplo o Diácono Estevão que “cheio de graça e de fortaleza” não cessou de ensinar. Também São Paulo com suas cartas prolongam e aprofundam tal ensino.
Os Padres da Igreja e a Catequese
A Igreja, por sua vez, continua esta missão de magistério dos Apóstolos e dos seus primeiros colaboradores. Desde São Clemente de Roma até Orígenes, época esta pós-apostólica. Lembramos também os séc. III e IV período este que surgiram grandes padres da Igreja como: São Cirilo de Jerusalém, João Crisóstomo Santo Ambrósio e Santo Agostinho que nos deixaram obras catequéticas que continuam como modelos até os dias de hoje.
A partir dos Concílios e da atividade missionária
O concílio de Trento neste aspecto é um exemplo com suas constituições e decretos porque deu prioridade à catequese é por isso que ele está na origem do “Catecismo Romano”. O concílio suscitou na Igreja uma Catequese digna de nota; estimulou o Clero para o ensino e foi determinante para a publicação de catecismos.
A catequese: direito e dever da Igreja
É manifesto afirmar que a catequese foi sempre para a Igreja um dever sagrado. Todos os batizados possuem o direito de receber da Igreja um ensino e uma formação que lhes permitam chegar a ter uma verdadeira vida cristã.
Uma tarefa prioritária
A Igreja, neste século XX, é convidada por Deus e pelos acontecimentos, a renovar a sua tarefa a sua confiança na atividade catequética, como uma tarefa verdadeiramente primordial da sua missão consagrando os seus melhores recursos de pessoal, sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais a fim de organizar melhor e de formar para a mesma, pessoas qualificadas.
Responsabilidade comum e diferenciada
Todos os membros da Igreja, deve sentir-se responsável, com responsabilidades distintas, que dimanam da missão de cada um deles. O Papa, os Bispos, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os pais, os professores, os diversos ministros da Igreja os catequistas.
Renovação contínua e equilibrada
A catequese precisa de uma renovação contínua, mesmo com certo alargamento de seu próprio conceito, nos seus métodos, na busca de uma linguagem e no saber desfrutar os novos meios para a transmissão da mensagem.
A Catequese na atividade pastoral e missionária da Igreja: Capítulo 3 – (24 – 32)
A catequese: uma fase da evangelização
A catequese anda ligada com certo número de elementos da missão pastoral da Igreja que a preparam e a desenvolvem; o primeiro anúncio do evangelho, a pregação missionária para suscitar a fé, a apologética, a busca da razão de crer, a experiência da vida cristã, a celebração dos sacramentos, a integração na comunidade eclesial, e o testemunho apostólico e missionário.
Catequese e primeiro anúncio do Evangelho
A catequese visa um duplo objetivo de fazer amadurecer a fé inicial e de educar o verdadeiro discípulo de Cristo, mediante um conhecimento mais aprofundado e mais sistemático da Pessoa e da mensagem de Jesus Cristo.
Finalidade específica da catequese
A catequese não deixa de continuar a ser a de desenvolver, com a ajuda de Deus, uma fé ainda inicial, e de promover em plenitude e de alimentar quotidiana a vida cristã dos fiéis de todas as idades. Trata-se de fazer crescer, o gérmen de fé semeado pelo Espírito Santo, com o primeiro anúncio do Evangelho, e transmitido eficazmente depois do Batismo.
Necessidade de uma catequese sistemática
NA IV Assembléia Geral do Sínodo, O Papa Paulo VI, alegrou-se “por verificar que a necessidade absoluta de uma catequese bem estruturada e coerente havia sido posta em realce por todos, porque um tal aprofundamento do próprio mistério cristão distingue fundamentalmente a catequese de todas as outras formas de anúncio da Palavra de Deus”.
Catequese e experiência vital
O esforço por educar os fiéis para viverem nos dias de hoje como discípulos de Cristo reclama e facilita uma descoberta aprofundada do Mistério de Cristo na história da salvação. “ninguém pode alcançar a verdade integral mediante uma simples experiência privada, quer dizer, sem uma explicação adequada da mensagem de Cristo, que é “Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6)”.
Catequese e Sacramentos
A catequese está ligada com toda a ação litúrgica e sacramental, porque é nos sacramentos, e, sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transmissão dos homens.
Necessidade da catequese, no sentido lato, para a maturação e o vigor da fé
Graças à catequese, o “Kerigma” – aquele primeiro anúncio cheio de ardor que um dia transformou o homem e o levou à decisão de se entregar a Jesus Cristo pela fé, será explicado fazendo apelo à razão e orientando para a prática cristã na Igreja e no mundo.
toda a boa nova colhida na fonte:
Capítulo 4 – (33 – 43)
O conteúdo da mensagem
O seu conteúdo não poderia ser outro se não o da mesma evangelização tomada globalmente: a mesma mensagem – a Boa Nova da Salvação.
A Fonte
A catequese há de haurir = (beber) sempre o seu conteúdo na fonte viva da Palavra de Deus, transmitida na Tradição e na Escritura, porque “a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito inviolável da Palavra de Deus, confiado à Igreja”.
O Credo: expressão doutrinal privilegiada
O credo é uma expressão privilegiada da herança viva, que os mesmos Pastores receberam o encargo de guardar, encontra-se nele, ou mais concretamente nos símbolos que o mesmo compõe afortunadas sínteses da fé da Igreja.
Elementos que devem ser lembrados
Fazer com que as crianças, os adolescentes e àqueles que progridem na fé possam compreender melhor “o que de Deus se pode conhecer”; expor-lhes em poucas palavras o mistério de Deus do Verbo de Deus Encarnado que realizou a salvação do homem pela sua Páscoa.
Integridade do conteúdo
Para ser perfeita a oblação da sua fé, aqueles que se tornam discípulos de Cristo têm o direito de receber a “Palavra da fé” não mutilada, falsificada ou diminuída, mas sim plena e integral, com todo seu rigor e com todo seu vigor.
Servir-se de métodos pedagógicos adaptados
O método e a linguagem utilizados devem conservar-se verdadeiramente como instrumentos para comunicar a totalidade e não apenas uma parte das “palavras de vida eterna” ou dos “caminhos da vida”.
Dimensão ecumênica da catequese
A catequese terá uma dimensão ecumênica, pois, se ela, sem renunciar a ensinar que a plenitude das verdades reveladas e dos meios de salvação instituídos por Cristo permanece na Igreja, fizer tal ensino com sincero respeito, em palavras e em obras, para com as comunidades eclesiais que não estão em perfeita comunhão com esta mesma Igreja.
Colaboração ecumênica do domínio da catequese
Nas situações de pluralidade religiosa, os Bispos poderão julgar oportunas ou mesmo necessárias certas experiências de colaboração no domínio da catequese entre católicas e outros cristãos, como complemento de catequese normal, que, de toda a maneira, os católicos devem receber.
Problema dos manuais que apresentam as diversas religiões
As escolas do Estado põem à disposição dos alunos livros em que são apresentadas, por motivações culturais, históricas, morais, literárias as diversas religiões, incluindo a religião católica. Mas esses manuais não poderiam evidentemente ser considerados como obras catequéticas; para isto falta-lhes o testemunho daqueles que crêem no expor a fé a outros que crêem, e uma compreensão dos mistérios cristãos e da especificidade católica colhidas do interior da fé.
todos precisam ser catequizados
Capítulo 5 – (44 – 52)
A importância das crianças e dos jovens
A ascensão dos jovens é sem dúvida o fato mais rico de esperanças e ao mesmo tempo de ansiedade para boa parte do mundo de hoje. Por isso, se faz necessário apresentar a estes Jesus Cristo mediante um conhecimento cada dia mais aprofundado e mais luminoso da sua Pessoa, da sua mensagem, do desígnio de Deus que ele quis revelar, do chamado que ele dirige a cada um, do Reino que ele quer inaugurar.
Na primeira infância
Um momento muitas vezes decisivo é aquele em que as criancinhas recebem dos pais e do meio ambiente familiar os primeiros elementos da catequese. Brevíssimas orações, que as criancinhas hão de aprender a balbuciar, constituirão o início de um diálogo amoroso com aquele Deus escondido de que elas vão começar em seguida a ouvir a Palavra.
Crianças
A catequese também é destinada a introduzir as crianças de modo especial na vida da Igreja, e que compreende também uma preparação imediata para a celebração dos Sacramentos; catequese inicial, sim, mas não fragmentária, uma vez que ela deverá apresentar, embora de maneira elementar, todos os mistérios principais da fé.
Adolescentes
É a fase da descoberta de si mesmo e do próprio mundo interior, o tempo dos planos generosos, o tempo do desabrochar do sentimento do amor, com os impulsos biológicos da sexualidade, o tempo do desejo de estar junto com os outros, o tempo de uma alegria particularmente intensa, ligada a uma inebriante descoberta da vida.
Jovens
Com a idade da juventude chega o momento das primeiras grandes decisões. A catequese assume então uma importância considerável, porque é o momento em que o Evangelho poderá ser apresentado, compreendido e acolhido como algo capaz de dar sentido à vida, inspirando atitudes como: renúncia, desapego, mansidão, justiça, fidelidade aos compromissos, reconciliação, etç.
Adaptação da catequese aos jovens
Neste sentido, o Sínodo foi muito benéfico para toda a Igreja, enquanto se esforçou por refletir com a maior exatidão possível a face complexa da juventude dos dias de hoje; depois, enquanto ele mostrou que esta juventude se serve de uma linguagem, para a qual importa saber traduzir, com paciência e sabedoria, a mensagem de Jesus, sem a trair.
Deficientes
Tanto as crianças e os jovens deficientes físicos ou mentais têm o direito, como os outros seus coetâneos = (que possuem a mesma deficiência), de conhecer o “mistério da fé”. As dificuldades que eles encontram tornam ainda maiores meritórios os seus esforços e os esforços de seus educadores.
Jovens religiosamente sem apoio
O meu pensamento dirige-se seguidamente para as crianças e para os jovens, cada dia mais numerosos, nascidos e educados num lar não-cristão ou pelo menos não-praticante, os quais estão desejosos de conhecer a fé cristã.
Adultos
Esta é a principal forma da catequese, porque se dirige a pessoas que têm as maiores responsabilidades e a capacidade para viverem a mensagem cristã na sua forma plenamente desenvolvida.
Quase catecúmenos
No que se refere à catequese é preciso haver uma atenção especial para com os adultos que: nasceram e foram educados em regiões ainda não cristianizadas, aqueles que receberam uma catequese na sua infância correspondente a tal idade, aqueles que se ressentem de uma catequese precoce, mal orientada e mal assimilada, para aqueles que mesmo nascidos em países cristãos, mas que conviveram em ambiente sociologicamente cristão.
Catequeses diversificadas e complementares
Os adultos em qualquer idade e as próprias pessoas idosas – as quais dada a experiência e com os seus problemas, merecem uma atenção particular – são tanto destinatários da catequese, quanto as crianças, os adolescentes e os jovens. Ninguém na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber a catequese.
ALGUNS CAMINHOS E MEIOS PARA A CATEQUESE:
Capítulo 6 – (53 – 58)
Meios de comunicação social
Desde o ensino oral dos Apóstolos e das Cartas que circulavam entre as Igrejas, a catequese nunca deixou de procurar as vias e os meios adaptados para se desempenhar a missão. Hoje se deve continuar tal esforço com os meios de comunicação social e os meios de comunicação de grupos. Os esforços que já se realizaram neste campo nos dão as melhores esperanças.
Múltiplos lugares, momentos ou reuniões a valorizar
As peregrinações diocesanas, regionais ou nacionais, que lucrarão certamente se forem centradas num tema criteriosamente escolhido, a partir da vida de Jesus Cristo, de Nossa Senhora e dos Santos; depois, as missões tradicionais, abandonadas muitas vezes precocemente e que são insubstituíveis para uma renovação e vigorosa vida cristã.
A homilia
A pregação, centrada nos textos bíblicos, deverá então, à sua maneira, dar ocasião a que os fiéis se familiarizem com o conjunto dos mistérios da fé e das normas da vida cristã. Deve-se dispensar uma grande atenção à homilia, que não deve ser muito longa, nem demasiadamente breve.
Livros catequéticos
Entre este conjunto de vias e de meios – toda a atividade da Igreja, aliás, tem uma dimensão catequética. Um dos aspectos mais salientes da renovação da catequese nos dias de hoje consiste na remodelação e na multiplicação dos livros catequéticos, mais ou menos por toda parte da Igreja.
Catecismos
A tal propósito, não posso deixar de dirigir um vivo encorajamento às Conferências Episcopais que elas tomem a iniciativa, com paciência, mas ao mesmo tempo com firme resolução, daquele grande trabalho a ser realizado de acordo com a Sé Apostólica, qual é de preparar verdadeiros catecismos, fiéis aos conteúdos essenciais da Revelação.
COMO FAZER CATEQUESE:
Capítulo 7 – (59 – 64)
Diversidade dos métodos
A idade e o desenvolvimento intelectual dos cristãos, bem como o seu grau de maturidade eclesial e espiritual e muitas outras circunstâncias pessoais exigem que a catequese adote métodos muito diversos, para poder alcançar, a própria finalidade específica: a educação a fé.
A serviço da Revelação e da conversão
O primeiro problema que se apresenta no ensino catequético diz respeito ao risco e à tentação de misturar indevidamente perspectivas ideológicas, sobretudo de natureza político- social, ou então opções políticas pessoais. É pela Revelação que a catequese procurará reger-se; esta Revelação é a de um Deus Criador e Redentor que entra na história humana mudando radicalmente o homem e o seu universo sob a influência de Jesus Cristo.
Encarnação da mensagem nas culturas
Nós podemos dizer da catequese, como da evangelização em geral, que ela é chamada a levar a força do Evangelho ao coração da cultura e das culturas. A catequese tem de procurar conhecer essas culturas e as suas componentes essenciais; ela deve aprender as suas expressões mais significativas; e deve também saber respeitar os seus valores e riquezas.
Contribuição das devoções populares
Um outro problema de método diz respeito à valorização, pelo ensino catequético, dos elementos válidos da piedade popular como as devoções que são praticadas em algumas regiões pelo povo fiel com um fervor e com uma pureza de intenção comovedores, se bem que a fé que está na sua base deva ser purificada, ou até mesmo retificada, sob muitos aspectos.
Memorização
O último dos problemas metodológicos – é o problema da memorização. Os inícios da catequese cristã, que coincidiram com uma civilização prevalentemente oral, recorreram em larga escala à memorização.
a alegria da fé num mundo difícil:
Capítulo 8 – (65 – 71)
Afirmar a identidade cristã
Nós vivemos num mundo difícil em que a angústia de ver as melhores criações do homem escaparem-lhe e voltarem-se contra ele, porém é neste mundo assim que a catequese tem de ajudar os cristãos a serem, pela sua alegria e pelo serviço de todos, “luz” e “sal”.
Num mundo indiferente
Falava-se muito, há alguns anos atrás, de mundo secularizado e de era pós-cristã. Os cristãos de hoje devem ser formados para viver num mundo que em vasta escala ignora Deus. Nós precisamos de uma catequese que ensine aos jovens e aos adultos das nossas comunidades a permanecerem lúcidos e coerentes na sua fé e a afirmarem serenamente a própria identidade cristã e católica.
Com a pedagogia original da fé
Quando se fala de pedagogia da fé, não se trata simplesmente de transmitir um saber humano, mesmo o mais elevado que se queira pensar; trata-se, sim, de comunicar na sua integridade a Revelação de Deus. E ao longo de toda história sagrada, e, sobretudo no Evangelho, o próprio Deus serviu-se de uma pedagogia que deve continuar a ser modelo para a pedagogia da fé.
Linguagem adaptada a serviço do Credo
Para a catequese é um dever imperioso, de fato, encontrar a linguagem adaptada às crianças, aos jovens do nosso tempo em geral e ainda a muitas outras categorias de pessoas: linguagem para os estudantes, para os intelectuais, para os homens de ciência, para os analfabetos, para as pessoas de cultura elementar, para os deficientes etç.
Investigação e certeza de fé
Certamente a vantagem de nos recordar que a fé diz respeito a coisas que ainda não são possuídas, uma vez que se esperam que não se vêem ainda senão como que “num espelho, de maneira confusa”, e que Deus habita sempre numa luz inacessível.
Catequese e teologia
É importante que se compreenda bem a ligação entre a catequese e a teologia. Esta ligação é com toda a evidência algo de profundo e vital para quem compreende a missão insubstituível da teologia a serviço da fé. Os catequistas deverão colher no campo da investigação teológica aquilo que possa esclarecer a sua própria reflexão e o seu ensino, indo beber, assim como os teólogos, nas verdadeiras fontes, à luz do Magistério.
a tarefa diz respeito a todos nós
Capítulo 9 – (72 – 83)
Encorajamento a todos os responsáveis
Desejaria semear abundantemente nos corações de todos os numerosos responsáveis pelo ensino religioso e pela preparação para a vida conforme ao Evangelho, a coragem, a esperança e o entusiasmo.
Bispos
Todos os Bispos têm uma missão particular nas suas igrejas, são os primeiros responsáveis pela catequese, os catequetas por excelência. Juntamente com o Papa, no espírito da colegialidade episcopal, incumbe a responsabilidade pela catequese na Igreja inteira. Pois bem: que a preocupação de promover uma catequese ativa e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for.
Sacerdotes
Quer estejais encarregados de uma paróquia, quer sejais assistentes espirituais numa escola, num liceu ou numa universidade, ou então animadores de pequenas ou grandes comunidades, mas, sobretudo de grupos de jovens, a Igreja espera de vós que nada havereis de descurar em vista de uma atividade catequética bem estruturada e bem orientada.
Religiosos e Religiosas
Há muitas Famílias religiosas, masculinas e femininas, que nasceram para a educação cristã das crianças e dos jovens, sobretudo dos mais abandonados. E que as comunidades consagrem o máximo das suas capacidades e das suas possibilidades à obra específica da catequese.
Catequistas leigos
Desejo agradecer-vos em nome de toda a Igreja, também a vós, catequistas paroquiais, leigos, homens e mulheres em maior número ainda, a vós todos que pelo mundo inteiro vos dedicastes à educação religiosa de numerosas gerações.
Na paróquia
Se é verdade que se pode catequizar em toda parte, eu quereria, no entanto realçar – em conformidade com o voto de grande número de bispos – que a comunidade paroquial deve permanecer a animadora da catequese e o seu lugar privilegiado.
Na família
A ação catequética da família tem um caráter particular e, em certo sentido, insubstituível, evidenciado justificadamente pela Igreja. Esta educação para a fé feita pelos pais – que deve começar desde a mais tenra idade das crianças – já se realiza quando os membros de uma determinada família se ajudam uns aos outros a crescer na fé.
Na escola
Também a escola proporciona à catequese possibilidades que não devem ser desaproveitadas.
Nas associações e movimentos
Neste sentido, todas as associações de fiéis na Igreja têm o dever de ser, por definição, educadores da fé.
Institutos de formação
A necessidade de tal formação, pois, deve levar-nos a organizar Centros e Institutos adaptados, que os bispos devem acompanhar com uma assídua atenção.
Conclusão:
A catequese, que é crescimento na fé e maturação da vida cristã em vista da plenitude, por conseqüência, é uma obra do Espírito Santo, obra que só ele pode suscitar e manter na Igreja.
Referência: Documento da Igreja – A Catequese Hoje – Exortação Apostólica, CATECHESI TRADENDAE, JOÃO PAULO II, Paulinas, 93.
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