PASTORAL LITÚRGICA NA IGREJA HOJE
Apontamentos para estudo
Todo o curso com as suas disciplinas, metodologia, vivências, celebrações e modo de olhar a realidade e a teologia traz no seu bojo uma compreensão de PL. Então surge a pergunta: À luz do que vimos, ouvimos, descobrimos e experimentamos como deverá ser encaminhada a PL educadora da celebração do Mistério Pascal? Dizendo com outras palavras, no contexto do nosso curso, o que vem a ser PL? Que características e enfoques deverá ter? Qual o seu alcance na vida da comunidade?
O que nos resta fazer nestes dias?
Pensar a Pastoral Litúrgica que conduza ao âmago da liturgia e faça senti-la na vida. Confrontar a nossa síntese e visão de PL com outros estudiosos, tendo em vista a formação litúrgica para que aconteça a participação na celebração: fonte de vida em abundância para todos e sacramento de reconciliação da humanidade.
Confirmar que o segredo para entrar na PL é a meditação sobre o que aconteceu em nós, nestes tempos do curso, e o modo como essa mudança foi suscitada, alimentada e realizada, sem esquecer nossas experiências de Deus, as práticas celebrativas da comunidade, os sonhos de liberdade e a sede de felicidade. Lembrar que a PL não é uma caixinha de respostas, livro de receitas, fórmulas mágicas, receitas técnicas, movimentação, show, mera obediência à rubricas e normas, cópia de celebrações nem algo paralelo à vida da Igreja.
A PL está na perspectiva do processo de iniciação, educação, formação, ou seja: como fazer a PL que se inspira na celebração e na pedagogia da Revelação de Deus. A PL é uma procura de caminhos: como celebrar? Como organizar a celebração? Como preparar, formar, educar e encaminhar a comunidade para a celebração? Como presidir, animar, participar, cantar, proclamar, acolher... ? Como viver a liturgia? Como ensinar liturgia? Como falar de liturgia?
Pastoral é a ação do pastor, daquele que conduz e anima, do pedagogo que indica o caminho para a fonte da vida. Aquele que mostra a fonte da vida. E ensina como achegar-se da mesma. E ensina a beber. Mostra como beber. Não fala tanto que significa, mas faz sentir o gosto, o prazer, a ternura, a alegria, a leveza do mistério, a festa, a experiência de estar junto à fonte e saborear a vida e a paz aí presentes.
Ensina a participar com o corpo todo e envolver-se totalmente, a entrar de corpo e alma no jogo ritual e simbólico. Liturgia para PL não pode ser um código de normas, rubricas nem uma cerimônia a ser feita, muito menos um mandamento ou desobriga. Não é uniformidade. Não é algo feito para satisfazer a divindade nem culto ao subjetivismo e muito menos para merecer a atenção das autoridades. Mas é uma ação decorrente da experiência celebrativa, onde a Palavra é proclamada e atualizada pela ação do Espírito Santo e os fiéis participam ativamente na celebração, contemplam as maravilhas do Senhor e cantam suas glórias.
A celebração cristã
Qual o novo e qual a força que emanam da celebração para a vida da comunidade e do cristão? Qual é o lugar da liturgia na vida e na missão da Igreja? As respostas a estas perguntas embasam a reflexão e a organização da pastoral litúrgica em todos os níveis de Igreja.
A referência da PL são os documentos da Tradição, a SC, a Introdução aos Livros Litúrgicos e os Rituais. Temos a renovação litúrgica em andamento nas comunidades, que reencontram sempre mais o prazer de celebrar, no seu jeito e no seu estilo, animadas por tantos ministérios, em sua maioria mulheres. Cremos profundamente na presença e ação do Espírito que conduz e revitaliza as forças dos que crêem em Cristo.
A renovação e a PL nascem e passam pelo lugar que Deus ocupa em nossa vida e da concepção do que somos para Deus. E a nossa fé em Deus não se limita à oração diária nem à celebração dominical nem ao estado de vida que abraçamos. Fé envolve uma parceria, uma conivência, uma co-participação na criação, na concretização do projeto histórico de salvação e redenção em vista da plenitude.
Na celebração litúrgica revelamos quem é o nosso Deus e o que queremos ser para Ele. E, tantas vezes, as nossas liturgias falam de Deus, mas como um personagem inexistente, fictício, distante ou alienado da nossa vida. E, tantas vezes, nós fazemos coisas na liturgia, mas não expressamos, de verdade, o que queremos ser e fazer em nome de Deus. As celebrações passam ao lado da nossa vida e nascem no vazio do nada e, por isso, são perfeitamente insignificantes pa ra não dizer inúteis.
O Documento de Medellín nos alerta: O gesto litúrgico não é autêntico se não implica em compromisso de caridade, em esforço sempre renovado para ter os sentimentos de Cristo Jesus e uma contínua conversão (Medellin 9, II).
E a PL insere-se na afirmação: Na hora atual de nossa América Latina, como em todos os tempos, a celebração litúrgica coroa e comporta um compromisso com a realidade humana, com o desenvolvimento e com a promoção, precisamente porque toda a criação está inserida no desígnio salvador que abrange a totalidade do homem (Medellin 9,II, 4).
E a PL deve ser iluminada por outra conclusão de Medellin: A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal maneira que a primeira é a razão da Segunda (Medellin 9, II, 3).
A PL alimenta projeto ou visão de Igreja, de mudança, de transformação, compromisso com o Reino de Deus, solidariedade e fraternidade. Objetiva ajudar as pessoas a celebrarem melhor, no contexto sócio-político-religioso, para transformação da realidade e a geração do mundo novo. PL quer nos ensinar a celebrar bem, a experimentar a comunhão com o Mistério, a viver intensamente o momento presente e a agir em nome de Jesus para fazer novas todas as coisas.
PL é um conceito muito forte e rico de significado bíblico. A Bíblia registra a missão e a função do pastor junto ao povo. Vejamos algumas citações:
Nm 27,15-18; 1Rs 22,17 e 2Cr 18,16; Sl 23; Sl 80,1-8; Is 40, 11 e 44, 24-28; Jr 3,14-15; 10,20-21; 23,1-4; 31,9-10; Ez 34, 1-31 e 37, 24-27; Am 3,11-12; Zc 10, 1-2 e 11, 15-17 e 13,7-9; Mt 9, 35-38 e 26, 30-32; Mc 6, 30—44; Lc 2, 8-20; Jo 10; Hb 13, 17-20; 1Pd 2, 23-25 e 5, 1-4.
A PL vai buscar na bíblia a sua compreensão e inspiração. Nos textos citados, que características colhemos para iluminar a PL em nossas comunidades?
Falar de Pastoral na Igreja é fazer referência a Deus, a Jesus Cristo, o Bom Pastor, enviado pelo Pai, que dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10,11.15) e à “sua” missão de pastoreio que confiou à Igreja, colocando Pastores à sua frente. Fazer pastoral é exercer a missão de Jesus e em nome de Jesus Pastor que guia o seu povo. A palavra pastoral traz consigo referências,como: zelo, cuidado, carinho, misericórdia, compaixão, amor, dedicação, atenção às pessoas em suas necessidades
A PL é uma ação eclesial, comunitária, ministerial, profética, vivificadora da fé, ligada ao pastoreio de Jesus Cristo, continuado pela Igreja. Jesus disse: Eu sou o Bom Pastor. Eu dou a vida por minhas ovelhas. Após a ressurreição, Jesus diz a Pedro: Apascenta as minhas ovelhas. Hoje a missão de Pedro é continuada pelas comunidades, pelos presbíteros, pelos agentes de pastoral e principalmente pelos bispos, sucessores dos apóstolos.
A Pastoral é missão de toda a Igreja
A Pastoral é ação da Igreja e dos cristãos, a partir da práxis de Jesus, voltada para a implantação do Reino de Deus. É toda atividade da Igreja em relação à vida, procurando levar a termo a missão que foi confiada por Jesus. Essa atividade exige identidade com a missão de Jesus, bem como conhecimento da realidade das pessoas atingidas pela evangelização. É uma ação refletida, planejada, avaliada à luz de critérios bíblico-teológicos, organizada em setores ou pastorais, alimentada pelo espírito de comunhão e participação, tendo como método ver, julgar e agir para que a libertação aconteça e haja vida em abundância para todos.
Pastoral, espelhada na mística e na solidariedade do Bom Pastor, conforme o evangelho de João, no capítulo 10, tem em seu bojo a continuidade do anúncio de Jesus Cristo que conduz o povo para as pastagens fartas e tranqüilas (Sl 23), através da Igreja em seu trabalho (evangelização, catequese, liturgia, ação caritativa, organização de comunidades, pastoral da solidariedade, educação política, promoção do mutirão contra a fome, estudo da bíblia, curso de teologia para leigos...).
Pastoral não são atividades soltas ou desligadas do múnus de Jesus, mas um desdobramento e concretização da própria missão de Jesus, enviado pelo Pai para anunciar e instaurar o Reino (cf. Lc 4, 16-21). E a ação pastoral tem a sua fonte e o seu cume na celebração do Mistério Pascal. E para ser autêntica necessita ser revestida e impregnada da força pascal do Ressuscitado. E a comunhão com o Ressuscitado é especialmente vivida e experimentada na ação litúrgica.
A Pastoral Litúrgica tem um campo específico
Na SC, pastoral é sempre um adjetivo que qualifica; entre outros é a ação / atividade pastoral ou a ação pastoral litúrgica (SC 14,43, 44), antes de tudo, dos que estão no ministério pastoral (SC 86), que a SC chama que Pastores de almas (SC 14,19,56,100, 114), evocando 1P2,25: “Porque éreis como ovelhas desgarradas, agora vos convertestes ao pastor e guarda de vossas almas.”[1]. Trata-se do Bispo em primeiro lugar, Sumo Sacerdote do seu rebanho (SC 41) ou do Pastor local que governa (as paróquias) fazendo as vezes de Bispo (SC, 42), o que não significa excluir todos os colaboradores da missão que chamamos hoje agentes de pastoral.
Ação pastoral litúrgica (SC 43, 44) por sua vez, indica um campo específico dentro do conjunto da missão do Pastor, no caso a Liturgia, ou melhor, a Celebração da Liturgia “fonte donde emana toda a força” da Igreja; (SC 10):
“Da liturgia e particularmente da eucaristia, como de uma fonte, corre sobre nós a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus”.(SC 42.
A PL constitui um campo específico, de suma importância para o crescimento da santidade e da missão, mas articulada com as demais pastorais. A liturgia não esgota toda a atividade da Igreja (cf. SC 9), mas é o cume e a fonte de toda a ação pastoral da Igreja (cf. SC 10).
"Antes que os homens possam achegar-se da liturgia, faz-se mister que sejam chamados à fé e à conversão pelo anúncio da Palavra"(SC 9), pois, a comunidade eclesial, a vida de comunhão do povo de Deus com seus carismas e ministérios, é edificada pelo Espírito Santo, mediante o anúncio do Evangelho, a celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos, (cf. Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja , Doc. da CNBB, 45, n. 196).
Com relação à celebração da liturgia, o Concílio Ecumênico Vaticano II afirma categoricamente: "Deseja ardentemente a Mãe Igreja que todos os fiéis sejam levados àquela plena, consciente e ativa participação das celebrações litúrgicas, que a própria natureza da liturgia exige e à qual, por força do batismo, o povo cristão tem direito e obrigação (SC 14). Neste parágrafo encontramos os fundamentos da PL, bem como a sua responsabilidade no conjunto da ação evangelizadora da Igreja.
A comunidade faz Pastoral Litúrgica
Mas quem é o sujeito ou responsável pela PL? Ela caminha pelas comunidades em sintonia com o Bispo diocesano, em comunhão com o pároco e as diretrizes da pastoral diocesana. Elas são o sujeito. Vão procurando e encontrando caminhos. Possuem equipes de liturgia e muitos e variados ministérios. Guardam tradições muito antigas. Cultivam devoções aos santos e valorizam as mais variadas romarias e compromisso da “paga” de promessas. Cada vez mais os leigos vão assumindo as presidências das celebrações. Muitos grupos de canto, com instrumentos musicais da cultura local, composições de canto e música de pessoas da comunidade.
Ao jeito do povo e de forma gradativa a PL está acontecendo. É um processo. É uma caminhada. Também a renovação e a inculturação da liturgia estão num bonito processo, com suas riquezas, limites e porque não dizer ambigüidades. Desconhecer a caminhada das comunidades é privar-se de uma fonte preciosa para a pastoral litúrgica e sua inculturação.
Ao agente não cabe trazer coisas prontas nem impor estilos de celebração. Mas inserir-se na vida da comunidade. Observar. Escutar. Ouvir. Perguntar. Cativar e deixar-se cativar. Conviver e conquistar os corações e procurar o caminho com a comunidade, com a consciência de que ela é o sujeito da ação litúrgica, por isso, cabe a ela preparar-se para a liturgia e preparar as celebrações.
O sonho é a liturgia viva e orante
Todos nós queremos celebrações: comunitárias, fraternas, humanas, alegres, prazerosas, participadas, leves, tocantes, orantes, libertadoras, centradas no Mistério Pascal de Cristo, fontes de espiritualidade e da missão, transformadoras da realidade e das estruturas, reveladoras do amor de Deus, cheias do Espírito Santo, santificadoras das pessoas e das comunidades, proclamadoras do louvor do Senhor, com experiências fortes de comunhão com as pessoas e com o Mistério e marcadas pela Esperança.
Mas como conseguir essa liturgia? Qual o caminho que leva a essa liturgia? Que trabalho precisa ser feito nas comunidades para que essa celebração aconteça? Quem é o responsável em organizar e garantir essas celebrações gostosas, cheias de Deus, que dão um sentido para vida e colocam a vida a serviço dos irmãos e alimentam a coragem e a inspiração para a luta?
Essas celebrações já estão acontecendo. Talvez não plenamente. Temos notícias das mesmas. E se já estão acontecendo já estamos encontrando um jeito de prepará-las, celebrá-las e vivê-las.
A PL tem o compromisso de acolher essas descobertas e caminhos, cultivá-los e preparar pessoas que ensinem e mostrem esse caminho... Contudo, tudo começa pela compreensão que se tem do sentido e lugar da liturgia na vida das pessoas e do tipo de relacionamento que ela estabelece com Deus.
A Pastoral Litúrgica nasce na "liturgia" de Deus
A PL tem sua fonte na liturgia que Deus é. Tudo deve ter como referência essa visão de liturgia. Por isso todo investimento, toda preparação da celebração, todas as funções e ministérios, todos os cantos, todas as orações e procissões têm sua origem nesta liturgia que Deus é e devem levar a participação nesta "liturgia". A PL é uma ação que visa introduzir nesse espírito da liturgia que Deus é para nós, com o intuito de ajudar as pessoas a acolhê-la, celebrá-la e realizá-la no mundo.
O espírito dessa liturgia passa pelo cultivo da solidariedade, da amizade, pelo espírito do trabalho em equipe, pela vivência da partilha e pela entreajuda, pela conversão do coração para o comunitário, pelo respeito e pelo amor à vida.
Então fazer PL significa cultivar na comunidade a liturgia que Deus faz por nós e para nós. É ajudar as pessoas a entrarem nessa liturgia, especialmente através das celebrações. E aí surge uma pergunta: como devem ser as celebrações para que passem para as pessoas esse jeito de Deus ser, amar, servir, realizar a misericórdia e a libertação? Como deve ser um ensaio de canto para que as pessoas sintam o jeito de ser do nosso Deus? Como deve ser a presidência das celebrações para que nela se revele o rosto do Deus liturgo? Como devem ser feitas as leituras para que nelas se mostre a ação litúrgica de Deus?
A liturgia depois do Vaticano II
Olhando a caminhada da pastoral litúrgica desde o Movimento Litúrgico, especialmente com a SC, constatamos avanços em termos de renovação da liturgia. Na verdade, quem acordasse de um sono de cinqüenta anos, não se encontraria em nossas celebrações. Tanto mudou e evoluiu que parece que se trata de uma outra Igreja e outro culto. E novas mudanças sempre pintam no horizonte das comunidades que procuram na sua linguagem e cultura vivenciar o mistério pascal de Cristo, tentando obedecer o mandato do Senhor: "Fazei isto em memória de mim".
Existem ainda necessidades ou lacunas
Mas no caminho da renovação há ainda lacunas a serem preenchidas.
- Necessidade de uma maior atenção e respeito às comunidades que preparam as suas celebrações com tanto cuidado e promovem uma pastoral litúrgica para responder às suas situações e carências.
- Falta no processo de renovação da liturgia uma base teológico-litúrgica mais sólida e uma radicalidade ao seguimento de Jesus Cristo. Esquece-se que a assembléia litúrgica, povo sacerdotal, é o sujeito da ação litúrgica. Que o Ressuscitado preside a ação litúrgica da comunidade: é Ele que proclama o evangelho, batiza, está presente na assembléia reunida. Toda celebração faz memória e atualiza o Mistério Pascal de Cristo. A linguagem da liturgia é uma ação ritual e simbólica. A Trindade Santa atua na celebração dos cristãos.
-. Não está clara a opção por um projeto de Igreja em favor dos oprimidos e excluídos - sem essa clareza a liturgia será água morna.
-. Não se fez uma verdadeira política de formação litúrgica ampla, global e profunda a partir dos senhores bispos até os participantes das celebrações nas periferias mais pobres e abandonadas.
-. Existe medo em decidir-se, de uma vez por todas, pelos ministérios litúrgicos leigos, autônomos, reconhecidos e investidos, como resposta às necessidades da comunidade, bem como para descentralização das celebrações.
-. Não se teve coragem ainda de avançar na pesquisa teológica e na espiritualidade litúrgica a partir da compreensão do Mistério Pascal de Cristo presente no hoje da história e dos acontecimentos e nos ritos e símbolos da celebração segundo a intuição da SC e do Documento de Medellin sobre Liturgia.
- Há em muitas paróquias e na prática de ministros a presença de um certo ritualismo, fixismo e continuam acontecendo celebrações desligadas da história e da vida dos homens e das mulheres.
-. Por mais que se fale e se questione continua o uso abusado de subsídios e folhetos litúrgicos, matando a criatividade das equipes e acomodando a comunidade.
-. Empobrecimento da celebração e da vida espiritual da comunidade por causa do desconhecimento da teologia e simbologia do Ano Litúrgico numa perspectiva inculturada.
-. Não se deu conta da importância da elaboração de um processo de iniciação dos cristãos (crianças, jovens e adultos) nos ritos e no sentido da celebração; talvez o RICA (reeditado) possa inspirar e despertar para essa necessidade.
- A catequese e a liturgia andam divorciadas, ou seja a dificuldade da catequese fazer um trabalho de aprofundamento da fé que conduza à celebração e a dificuldade da liturgia valorizar os momentos catequéticos.
- Inexistem equipes regionais e diocesanas de liturgia, fortes e capazes de dinamizar, multiplicar e assessorar a formação das equipes paroquiais.
- Nem todos os bispos compreendem a sua função na diocese como animadores, promotores, impulsionadores e organizadores das equipes diocesanas de liturgia e coordenadores primeiros da pastoral litúrgica.
- Não temos suficientes centros, institutos, laboratórios que acompanhem de perto os caminhos da liturgia no Brasil: pesquisa, avaliação, elaboração de projetos de inculturação, avaliação da qualidade da formação, alcance das experiência em andamento nas comunidades; verificação da qualidade das música e da letra dos cantos.... corre-se o risco de perder coisas valiosas e aprovar coisas duvidosas.
- Questiona-se muito a formação litúrgica oferecida nas casas de formação e nas faculdades de teologia.
- Não temos ainda uma ousadia profética para vencer o fixismo, o formulário, as coisas prontas e criar o espaço antropológico-teológico para a celebração da liturgia.
Compreensão de Pastoral Litúrgica
A PL compreende um trabalho pastoral destinado a introduzir os fiéis na participação plena, consciente e ativa na celebração da salvação. Não pode haver vivência litúrgica com base na celebração dos sacramentos sem iniciação aos ritos e símbolos, sem conhecimento do que seja celebração litúrgica e sem mistagogia. E não pode haver mistagogia sem seu enraizamento na liturgia. Mas para que isso aconteça se requer que haja uma conjugação, um trabalho interagido, entre formação litúrgica e a pastoral litúrgica.
A missão da Igreja, como continuação da missão de Cristo, é referida nestes termos pelo Concílio: "A Igreja é impulsionada pelo Espírito Santo a cooperar, para que efetivamente se cumpra o plano de Deus que constituiu Cristo como princípio de salvação para todo o mundo. Pregando o evangelho, a Igreja atrai à fé e à confissão da fé os ouvintes, dispondo-os para o batismo, arrancando-os a Cristo, para que através da caridade cresçam nele até à plenitude "(LG 17; SC 6).
O texto acima indica três características da missão da Igreja:
- pregar o evangelho (pastoral da Palavra)
- batizar e incorporar a Cristo (pastoral dos sacramentos)
- praticar a caridade (pastoral do serviço).
Esta tríplice divisão da ação pastoral, com base no tríplice múnus de Cristo - profeta, sacerdote e rei -, corresponde à tríplice distinção das funções ministeriais do bispo e dos presbíteros: a função de ensinar em toda a sua amplitude; a função santificadora e a função de reger o povo de Deus (cf. LG 25-27; CD 12-16; PO 4-6). Os cristãos enquanto participando do ministério profético, sacerdotal e real de Cristo, também cumprem a parte que lhes cabe na missão de toda a Igreja (cf. LG 33-35; AA 2-4). Partilham em nome do batismo e como povo sacerdotal dessa responsabilidade.
Ultimamente fazem-se divisões mais complexas para falar da missão da Igreja, que podem ser assim abordadas: - evangelização ou missão (kerygma); a catequese(didaskalia); a liturgia(leitourgia); a comunhão eclesial (koinonia) e o serviço(diakonia).
Para alguns, as três primeiras são englobadas e chamadas de martyria. Na verdade, subsistem as três funções anteriores, uma vez que koinonia é fruto tanto da pastoral da Palavra (evangelização e catequese) como da pastoral litúrgica e constitui o fundamento da pastoral do serviço.
Este último aspecto é contemplado não tanto como exercício da função de reger, mas como função social e pastoral da Igreja para fora, em consonância com o que exige a presença da Igreja na sociedade como fermento de transformação.
A Pastoral Litúrgica (PL) parece mais definida e afinada em relação com os demais aspectos da missão da Igreja. Ela vinculada à função santificadora da Igreja e ao ministério da santificação e do culto.
Mas não se trata apenas em definir o lugar da PL no organograma da ação da Igreja, mas de compreender algo mais profundo e decisivo, ou seja: a unicidade da missão da Igreja que não admite compartimentos estanques nem “bandeirinhas” na atividade pastoral. Há de se salvaguardar a inter-relação e mútua dependência de uma ação pastoral relativamente às outras, sob o enfoque da pastoral de conjunto em favor do bem comum do povo para que ele tenha vida em abundância (cf. Jo 10,10).
Em resumo: a pastoral da Palavra ou missão profética (evangelização e catequese), a pastoral litúrgica, a orientação e a edificação da comunidade, a ação social e caritativa formam uma unidade que brota da missão única de Cristo confiada à Igreja. Portanto, não pode haver rivalidades entre evangelização e sacramentos, entre liturgia e catequese, nem entre ação social e oculto cristão, porque um só é o corpo, apesar da diversidade de serviços, funções e ministérios (cf. 1 Cor 12,4-6; Ef 4,1-12).
Tudo isso para se garantir o mesmo objetivo na tarefa permanente de conduzir os fiéis a uma vivência cada dia mais profunda do que celebram. Neste sentido, a pastoral estará intimamente unida ao culto. A finalidade da liturgia é a santificação dos homens e o culto a Deus (SC 10). A celebração dos sacramentos se destina a esta santificação e a este culto, mas os sacramentos são ao mesmo tempo sinais da fé. Sem esquecer que os sacramentos supõem a fé, mas também a alimentam, fortalecem e expressam. O fruto de sua celebração depende das disposições interiores de quem os recebe (cf. SC 59).
A liturgia, enquanto exercício do sacerdócio de Cristo (SC 7), é muito mais que a. PL e compreende uma realidade mais ampla. Em sua dimensão de mistério e como função santificadora da Igreja, a liturgia é algo que precede à celebração e à PL, mas deve realizar-se como ação eclesial no tempo e nas demais circunstâncias que a tornam atual e proveitosa aos homens e às mulheres do ponto de vista do acontecimento da salvação. É por isso que a qualidade da celebração condiciona de alguma maneira a eficácia santificadora do mistério celebrado.
A PL ao cuidar da participação dos fiéis na celebração, coloca-se a serviço dos fins transcendentais da liturgia. Neste sentido se pode dizer que a liturgia se situa na ordem do ser da Igreja enquanto a pastoral coloca-se na perspectiva da ação, na linha de tudo que contribui para o crescimento do corpo de Cristo (cf. SC 42-43; 61).
Pastoral Litúrgica, resumindo:
Primeiro: PL é uma ação eclesial que tem por objeto a participação ativa, consciente e frutuosa dos fiéis, tendo por finalidade a edificação do corpo de Cristo, a comunidade eclesial, mediante a santificação dos homens e o culto a Deus.
Segundo: A PL está a serviço da função sacerdotal de todo o povo de Deus, possibilitando aos cristãos o exercício do seu sacerdócio, como batizados e crismados, oferecendo suas vidas como culto agradável a Deus no Espírito Santo.
Terceiro: A PL se situa no conjunto das ações pastorais da Igreja e guarda com todas elas uma estreita relação e complementaridade. A liturgia é a fonte e o cume da vida da Igreja e da ação dos cristãos no mundo (cf. SC 11 e 120). “Para que os homens possam chegar à liturgia, é necessário que antes sejam chamados à fé e à conversão”(SC 9). “Os trabalhos apostólicos se ordenam a isso: que todos, feitos pela fé e pelo batismo filhos de Deus, juntos se reunam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício e comem a ceia do Senhor”( SC 10).
Quarto: A PL está unida e, de certo modo, antecede tudo que se considera pastoral do serviço cristão. É preciso sublinhar a exigência da missão que nasce da celebração e que dá lugar ao envio apostólico: “Ide e anunciai... o que vistes e ouvistes”(Lc 7,22).
Quinto: A PL está a serviço de uma visão da liturgia com seus ritos e símbolos como um acontecimento sacramental. Ou seja, nos e pelos gestos humanos somos atingidos pelo próprio Cristo. É ele que fala, é Ele que batiza, é Ele que oferece seu corpo e sangue, é Ele que reza e canta na comunidade reunida. Por isso, a PL tem a ver com a comunicação que permitirá uma maior e mais consciente participação de todos.
Sexto: A PL comporta uma teologia da participação no mistério celebrado no e pelos ritos, no e pelos gestos e pelas palavras humanas, pelo acontecimento que é toda a celebração litúrgica. A PL conscientiza e ajuda viver a liturgia como mergulho no Mistério pascal de Jesus Cristo que nos faz viver sua páscoa no dia a dia.
Sétimo: A PL é um processo educativo e permanente de vivência do compromisso da Aliança com o Deus da vida que nos faz reforçar no dia a dia os laços de solidariedade dos pobres que se defendem para poder viver na esperança da vitória definitiva da vida sobre a morte.
Oitavo: A PL, por isso, está inserida num projeto de Igreja, de missão e evangelização, onde a liturgia pode reforçar o processo da transformação e ressurreição ou pode estar a serviço da opressão e da morte.
Consequentemente, a PL tem seu lugar e sua contribuição no conjunto da missão da Igreja. Contudo é bom ressaltar:
A PL não é diretamente missionária. Mas deve estar impregnada do espírito evangelizador. Hoje a ação missionária e a PL não só não se opõem nem se ignoram, mas estão mutuamente implicadas.
A PL está voltada para a formação integral do ser cristão. Contribui para a formação do cristão par chegar à condição de adulto em Cristo (cf. Ef 4, 13; Cl 1,9).
A PL fomentará a formação de todos que têm o direito e o dever de participar na liturgia, o fará de acordo com a condição própria da liturgia: pela mistagogia que se faz nas próprias celebrações litúrgicas. Uma celebração feita com esmero, ordenada e bem participada, é muitas vezes a melhor catequese litúrgica.
O objetivo imediato da PL é a participação dos fiéis. Para tanto instruirá, educará e conduzirá progressivamente e por todos os meios os fiéis para esta participação consciente, ativa e frutuosa a que têm direito em virtude de seu batismo (cf. SC 14).
PL é, portanto, uma ação eclesial, um saber fazer, uma arte de conduzir os fiéis a uma vivência mais profunda do mistério da salvação. Esta concepção comporta conhecimentos, uma ciência teórica e prática, baseada na teologia litúrgica e nas conquistas das ciências humanas que contribuem para enriquecer a celebração. Mas a liturgia é um aprendizado que passa pela experiência do celebrar, do experimentar a ação do mistério na ação ritual e simbólica.
Elementos para o Plano de Pastoral Litúrgica na Paróquia
A título de sugestão está um roteiro para elaboração de um plano paroquial de pastoral litúrgica. É um roteiro muito simples, prático e destinado a envolver toda a comunidade e promover a responsabilidade e participação dos cristãos..
Início de conversa com as comunidades
É necessário organizar e planejar a PL? Por que?
Como fazer um plano de PL? Qual deverá ser a sua característica?
O que de novo pode trazer o plano de PL para uma paróquia? Vale a pena investir num plano de PL?
Muitos de nós temos aversão a planos, diretrizes, objetivos. Gostamos de viver na improvisação. Não escrevemos nada para não nos comprometer nem sermos cobrados. Planejar é uma forma de viver a espiritualidade e a ascese e ser mais para Deus e para os irmãos.
O importante é saber o que queremos e onde queremos chegar. A falta de clareza do que queremos dificulta o registro do projeto e a organização da pastoral.
Escrever um plano comporta em torná-lo conhecido, revelar opções e intenções, significa colocá-lo em execução, com colaboração de pessoas ou equipes. Entrar na política do plano significa organizar a agenda, multiplicar o tempo, investir em recursos humanos, eleger prioridades e administrar investimentos. Tudo isso em vista da participação ativa e consciente.
Fazer um plano é uma atitude solidária do agente comprometido com o fermento, o crescimento espiritual, a maturidade em Cristo, visando atender às necessidades, com a participação do maior número possível de pessoas.
A organização da PL está a serviço das comunidades e conta com a participação direta das mesmas. Mas as comunidades devem ser notificadas, motivadas, convidadas, corresponsabilizadas. O plano é fruto da participação delas através dos seus representantes. Planejar é antes de tudo envolver as pessoas e colocá-las a caminho de um objetivo, de um sonho, de uma meta, de uma conquista. O plano resume um sonho, assume um desafio e coloca a comunidade a caminho.
O plano como fermento, abertura de horizontes, proposta de novos caminhos, exige conhecimento da realidade e da situação das comunidades, onde está em realização o Mistério da Salvação.
Exige uma leitura teológica da revelação do Deus da Vida naquele contexto e contemplação dos sinais do Reino de Deus presente.
Sem essa leitura teológica e contemplação não é possível trabalhar a inculturação, nem celebrar uma liturgia libertadora, nem realizar o encontro com Deus que se revela na história nem fazer da celebração um compromisso de caminhar com o Deus da história e na história.
A avaliação da prática celebrativa, à luz dos objetivos e opções do plano, é o momento de graça e beleza, de síntese da história, momento de alegria, motivo de celebração. A avaliação oferece oportunidade de se quebrar a rotina, superar-se e dar saltos qualitativos.
Implantar o plano não é só fazer o documento, mas dar continuidade ao processo de renovação, inculturação, formação, participação ativa e consciente... O plano não deixa de ser uma assinatura de compromisso e de aliança com o povo em nome do serviço que a ele se presta. Contudo o plano pelo plano nenhum sentido tem.
Requisitos para organizar o plano de Pastoral Litúrgica
1. Decisão política e pastoral
2. Observação atenta e criteriosa da vida e das celebrações das comunidades: ação-reflexão-ação
3. Constituição de equipe representativa das forças vivas das comunidades: motivação, formação, avaliação
4. Conhecimento da vida litúrgica do povo, o que a liturgia significa em sua vida, elementos de religiosidade. situação sociocultural, realidade econômico-financeira.
5. Busca do sonho de liturgia que se quer viver e celebrar a partir dos documentos da Igreja e das diretrizes diocesanas sem esquecer o contexto social, político e religioso..
6. Confronto: a liturgia que temos e a liturgia que buscamos...
7. O que fazer e como fazer para se chegar a liturgia sonhada
Sem esquecer que a PL e o plano de ação têm seu ponto de chegada, a sua finalidade última, o seu compromisso único e o seu investimento maior na comunidade que se reúne para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, com sua história, cultura, alegrias, esperanças, lutas e vitórias... se não for assim a burocracia matará o espírito, roubará o nosso dinheiro e tempo e nos fará servos inúteis.
Planejar é uma atitude antes de ser uma atividade. O plano não deve ser soma de atividades, mas expressão de comunhão e participação e uma referência para o alimento da vida litúrgica e comunitária. Por isso, faz-se necessário:
- colocar a liturgia no centro da vida da paróquia e como fonte da animação pastoral
- contactar e reunir lideranças e comunidades com o objetivo de pensar a liturgia
- conhecer a vida, as aspirações, sonhos, sofrimentos da assembléia
- criar laços de amizade e convivência entre equipes, agentes e comunidades
- selar uma aliança de caminhar juntos, corresponsabilizar grupos e pessoas
- abrir amplo espaço de participação do povo nas celebrações e no processo decisório da paróquia ou da diocese
- despertar o amor pela liturgia e zelo carinhoso por celebrações bem feitas
- incentivar a pertença à comunidade
- organizar cursos e encontros de formação litúrgica.
Tudo isso porque a ação litúrgica é a ação para se apresentar e viver a natureza da Igreja; para imprimir uma espiritualidade; para se educar a consciência cristã; para se cultivar a liberdade; para impregnar a pessoa da solidariedade de Cristo e para se embeber a pessoa do espírito missionário.
A PL e o plano de ação vão se construindo aos poucos; acompanham e fortalecem o amadurecimento das comunidades; realizam-se no contexto das culturas e das tradições religiosas; têm como referência as leituras da sociedade, da política e da economia; fundamentam-se na Palavra de Deus e na Tradição Litúrgica; destinam-se para ajudar no encontro do homem com o Mistério nos ritos litúrgicos.
O plano de pastoral litúrgica quantifica as atividades; organiza o trabalho no espaço e no tempo; é um documento escrito do que se pretende fazer: com quem, com que objetivos; para que destinatários; quando; como... Plano é o processo de pastoral colocado no papel como registro e referência para avaliação dos trabalhos, organização de cursos de formação. É uma fotografia do que desejamos ser e fazer com as comunidades. É um instrumental de diálogo. É um serviço documental.
Passos para organizar o plano de Pastoral Litúrgica
Fazer um plano é uma experiência de formação litúrgica, união da comunidade e articulação de equipes.
1. Convidar as comunidades ou equipes de liturgia para fazer o ver, com perguntas, como:
- Como estão as celebrações na comunidade, quem participa, quem prepara, como celebra, porque celebram, principais dificuldades.
- Que influência as celebrações têm na vida das pessoas, na família, na comunidade, nas associações, costumes, lazer...
- como a vida das pessoas se faz presente na celebração, com que símbolos, em que momentos? ...
- O que se celebra na liturgia da comunidade?
2. O que deveria ser a celebração na comunidade?
- O que Jesus ensinou?
- Como era a liturgia de Jesus e das primeiras comunidades?
- O que dizem ou pedem os documentos da Igreja?
3. O que fazer para se chegar à liturgia querida por Jesus e sonhada por nós?
Aqui nascem muitas sugestões, idéias, sonhos... que vão se transformar em programas e projetos. Pode aparecer: construção de capela, formação para o batismo, preparação da festa do padroeiro, formação da equipe de liturgia, ensaio de cantos, curso para leitores, curso sobre a missa, ....
Procura-se escolher as propostas que são mais urgentes para atender às necessidades da comunidade.
Por exemplo, poderiam ser estas as prioridades e/ou programas
01. Formação litúrgica para as equipes de liturgia
02. Construção de uma capela porque é uma necessidade muito antiga e a comunidade está motivada para tanto.
03. Curso sobre a missa em todas as comunidades da paróquia
04. Preparação da festa dos padroeiros.
05. Iniciação litúrgica para os jovens que serão crismados no fim do ano.
Cada item pode ser desdobrado em um programa com projetos, como:
Programa 01. Formação litúrgica para as equipes de liturgia
Justificativa: Porque este programa? Para responder às necessidades da comunidade nesta área das equipes de liturgia
Objetivos:
- capacitar pessoas para ajudarem na preparação e animação das celebrações
- reforçar a vida litúrgica nas comunidades pela qualificação das celebrações
- incentivar a inculturação da liturgia através da valorização dos ministérios.
Projetos:
1. Curso de liturgia para leitores da Palavra de Deus
2. Encontros sobre a espiritualidade da quaresma para membros das equipes de celebração
3. Curso sobre a liturgia do batismo para pessoas que atuam na pastoral do batismo
4. Curso sobre a celebração da eucarística para as equipes e comunidades
5. Curso sobre a espiritualidade do ano litúrgico.
Desdobramento do projeto:
O que? Curso de liturgia
Para quem: os leitores da Palavra de Deus que serão escolhidos pelas comunidades
Quem dará: pessoa da equipe diocesana a ser convidada e leitores da comunidade
Como: metodologia - laboratórios e exercícios práticos de leitura e leitura orante da Bíblia e exposição de conteúdos
Quando: nas 6as. feiras nos meses de abril e maio
Recursos financeiros: contribuição das comunidades no valor de R$...
Recursos materiais: pastas, apostila, retroprojetor,...
Avaliação tendo como critérios os objetivos do programa
- pelos participantes do curso
- pelos assessores do curso
- pela equipe paroquial de liturgia
- pela assembléia paroquial no fim do ano.
Conclusão
A PL é uma "liturgia", um serviço que a Igreja oferece para introduzir as pessoas no âmago do Mistério pela celebração. É um trabalho lento, silencioso e abnegado. É um processo educativo, em sintonia com as demais pastorais, à luz da teologia litúrgica, realizado em equipe e em comunhão com o Bispo e o pároco, tendo como referência a situação das pessoas celebrantes, tendo como finalidade a formação litúrgica do povo de Deus e sua participação ativa na celebração dos mistérios. A PL eficiente e séria precisa ser planejada e avaliada. É indispensável na organização pastoral diocesana e paroquial. O Bispo é o primeiro responsável pela organização, condução e dinamização da PL em sua diocese e nas paróquias. A comunidade, em comunhão com o seu pároco ou animador das celebrações, é, na verdade, o sujeito insubstituível desta pastoral.
A Equipe de Liturgia vive a "liturgia" de Deus pelo e no serviço de preparar as celebrações e tudo o que as cerca. Ela o faz com carinho e dedicação para que todos participem ativamente, louvem de coração o Deus da Vida e se sintam participantes e co-responsáveis na "liturgia" que Deus é. A Equipe de Liturgia é um ministério litúrgico, age em conjunto, em comunhão com aquele que preside e com a assembléia celebrante. A Equipe de Liturgia para poder viver bem a "liturgia de Deus" continuamente estará se atualizando e capacitando através de retiros, cursos de formação, encontros de estudo, dias de oração e convivência fraterna e gratuita com os membros do grupo. A sua alegria é servir a comunidade. A sua vocação é preparar bem as celebrações. A sua espiritualidade está na frase do evangelista João: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30).
Informamos que este texto foi produzido
pelo Pe. Marcelino Sivinski.
TELEFONE: 519725 17 06
Porto Alegre, janeiro de 2007.
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