Beatificação
de João Paulo II e Irmã Dulce
Testemunhos
de duas pessoas importantes
Na
vida de cada um deles
Texto extraído da homilia de
Ratzinger
No funeral de João Paulo II
“No primeiro período de seu
pontificado, o Santo Padre, ainda jovem e cheio de força, guiado por Cristo, ia
até o fim do mundo. Depois, foi entrando cada vez mais na comunhão dos
sofrimentos de Cristo e compreendendo melhor a verdade das palavras: “Outro te
há de atar o cinto (...)”. Foi precisamente com essa inesgotável e sempre
renovada intensidade que anunciou o evangelho, o mistério do amor que vai até o
extremo (cf. Jo 13, 1).
Ele interpretou para nós o mistério
pascal como mistério da divina misericórdia. Escreveu em seu último livro: o
limite imposto ao mal “e, em suma, a divina misericórdia”. E, refletindo sobre
o atentado, afirma: “Cristo, sofrendo por todos nós, deu um novo sentido ao
sofrimento; introduziu-o numa nova dimensão, numa nova ordem, na ordem do amor
(...). É o sofrimento que queima e consome o mal com a chama do amor e também
extrai do pecado uma floração multiforme de bem”. Animando por essa visão, o
Papa sofreu e amou em comunhão com Cristo; e por isso, a mensagem do seu
sofrimento e do seu silêncio foi tão eloqüente e fecunda.
Maria Rita Pontes, sobrinha de
Ir. Dulce e
Superintendente das Obras Sociais
Irmã Dulce.
Irmã Dulce irradiava bondade nos
seus olhos cor de mel, que iluminavam seu rosto sereno, mesmo quando estava
angustiada. Os problemas mais espinhosos, as maiores dificuldades, as questões
mais complicadas se simplificavam e se apequenavam diante da sua gigantesca
capacidade de encontrar solução para cada problema, por meio do senso do real e
do poder da oração.
Era uma pessoa que estava muito além
do seu tempo, uma visionária, uma empreendedora que deixou para nós seu exemplo
de caridade e de amor ao próximo. Irmã Dulce tentava convencer os que a
cercavam a verem o trabalho que realizava não como milagre, mas como uma
manifestação da vontade de Deus.
Para mim, a espiritualidade de Irmão
Dulce foi a marca de sua vida. Ela buscou incessantemente aproximar as pessoas
de Deus – o doente, o pobre, o rico. E, segundo ela, todos nós podemos nos
candidatar a ser santos, diariamente: “Façamos
de cada dia de nossa vida um dia santo. Façamos tudo para nos santificar cada
vez mais, servindo a Deus na pessoa do próximo, com amor e alegria.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário