JÁ PASSARAM POR AQUI !

IGREJA UM PROJETO DE DEUS


IGREJA UM PROJETO DE DEUS

ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO


 “O Pai nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor” (Ef 1,4). “Antes da criação do mundo”. Eis palavras densas, que revelam o desígnio de Deus em relação aos homens. Este desígnio parte do Pai e volta ao Pai. Tem por centro Jesus Cristo e por termo final nós, os homens. Somos reunidos pelo Amor ou no Amor, que é o Espírito Santo. Este nos enxerta em Cristo, pelo qual nos voltamos para o Pai. Esta reunião de todos os homens em Cristo, vinculados pelo Amor (Espírito Santo), é o que o Novo Testamento chama de Igreja.


Isto quer dizer que o conceito de Igreja é parte integrante
do eterno plano salvífico de Deus.

            O eterno desígnio de Deus começou a se esboçar no tempo a partir da figura de Abraão (séc. XIX a.C.). Deus então escolheu um povo que seria o portador da fé e da esperança da humanidade. Com esse povo descendente de Abraão Deus quis fazer uma aliança, renovada por intermédio de Moisés (séc. XIII a.C.), aliança que era a preparação da Aliança definitiva a ser celebrada na plenitude dos tempos. Em Cristo e por Cristo revelou-se de maneira plena o plano salvífico de Deus. Este continua a se desdobrar, dia por dia, na Igreja e pela Igreja, que é o Corpo de Cristo, peregrino na terra até chegar à consumação na glória da Jerusalém celeste.

DA CRIAÇÃO ATÉ MOISÉS

            Tendo dito Não a Deus por soberba, os primeiros pais perderam a especial comunhão com Deus e acarretaram sobre si e seus descentes a morte, o sofrimento, a desordem das paixões. Mas logo depois da queda começou a série de etapas destinadas a preparar a restauração da plena comunhão com Deus.
                       
1) A promessa feita aos primeiros pais. Deus prediz a Eva que da sua linhagem sairá alguém que esmagará a cabeça da serpente ou do tentador (Gn 3,15). Já se esboça então a linhagem daqueles que lutam contra o pecado e que têm seu expoente máximo no Senhor Jesus. Este, embora vencedor do Maligno, seria por ele ferido no calcanhar ou atingido em sua natureza humana pela morte de Cruz. É de notar que o primeiro homem, tem o papel de pai responsável pela sorte de sues descendentes; a sua resposta negativa, dada a Deus, repercute em todo o gênero humano.
           
2) O episódio da torre de Babel. (Gn 11,1-9) não pretende explicar a origem das línguas, mas propõe uma lição teológica de grande valor para a história da humanidade e o conceito de Igreja. Com efeito, na terra de Senaar (Babilônia, Mesopotâmia), os homens resolveram construir um império (simbolizado pela torre) que desafiasse Deus. A conseqüência desse empreendimento arrogante e ímpio é que começaram a se desentender entre si, movidos pelos interesses pessoais, e tiveram que se dispersar (a multiplicação das línguas é mera conseqüência da dispersão dos homens, que foram criando suas culturas próprias); desta maneira ficou frustrada a sua tentativa de se unirem entre si sem Deus ou contra Deus.
            Este episódio havia de ser resgatado na plenitude dos tempos pelo fato de Pentecostes. O Espírito Santo havia de ser dado aos Apóstolos para reunir homens de diversas línguas e culturas num só povo, em que as peculiaridades nacionalistas seriam superadas pelo amor de Deus derramado nos corações (Rm 5,5). Esse povo novo, congregado pelo Espírito Santo, é a Igreja.
           
3) A vocação de Abraão. Por volta de 1850 a C. Deus houve por bem chamar um homem de Ur da Caldéia, de origem pagã, mas que crê no Deus único que lhe fala. Chama-o para uma terra desconhecida; a esse homem, prometeu uma terra na qual se fixará a sua descendência. A esse chamado é associada a promessa de bênção para todos os povos mediante a linhagem de tal homem.
            E, para assinalar bem o significado dessa promessa, o Altíssimo troca-lhe o nome, que, em vez de Abrão, seria para o futuro Abraão = pai de multidão de povos: “Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te chamaras mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de povos” (Gn 17, 4-5).  
Essa promessa, que interessa toda a história da humanidade, é selada por um pacto ou uma aliança: Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua descendência”. Abrão prostrou-se com o rosto por terra (Gn 17, 1-3).
            À promessa Deus só pede uma resposta: a fé. Abraão prestou fé à Palavra de Deus, deixando sua terra de origem, em demanda da terra que Deus lhe mostraria, como também prontificando-se a imolar o filho Isaac, que Deus lhe dera como herdeiro da bênção. Esta fé traduzida em gestos concretos fez que Abraão se tornasse o amigo de Deus: “Abraão acreditou em Deus, e isto lhe foi tido em conta de justiça” (Gn 15,6).
            A história de Abraão prefigura mais uma vez o mistério da Igreja. A verdadeira descendência de Abraão são todos aqueles que pela fé seguem o exemplo do Patriarca e se tornam herdeiros das bênçãos prometidas a Abraão; constituem a Igreja que tem por Cabeça Jesus Cristo, o Filho herdeiro de Abraão por excelência (na medida em que é Deus feito homem): “nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Abraão; mas, é em Isaac que terás uma descendência que trará o teu nome. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que serão considerados como descendentes” (Rm 9, 7-8).
           
4) Moisés e a Aliança do Sinai. No século XIII a C. o povo de Abraão, cativo no Egito, foi retirado da terra do Faraó pelo Senhor Deus mediante Moisés. Este acontecimento tornou-se fundamental para a teologia posterior. Era o primeiro êxodo, que prefigurava o grande êxodo a ser efetuado na plenitude dos tempos mediante Jesus Cristo, que tiraria o povo de Deus cativo sob o jugo do pecado e da morte para o reino de Deus, Reino de amor e vida.
            O povo libertado do Egito renovou sua Aliança com Deus ao pé do monte Sinai. Dessa vez a Aliança era estipulada sobre termos mais precisos e concretos ou sobre as tábuas da Lei; o cumprimento da Lei seria o sinal da fidelidade de Israel a Deus, doravante a Sagrada Escritura fala de “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6). Essa nação santa é também chamada o gahal de Javé; gahal, em hebraico, designa a assembléia convocada para o culto e o louvor do Senhor:
            “E o Senhor entregou-me as duas tábuas de pedra escritas com o dedo de Deus, nas quais estavam gravadas todas as palavras que o Senhor vos tinha dirigido no monte, no meio do fogo, no dia da assembléia” (Dt 9,10).
            “O rei voltou-se, em seguida, para a assembléia, que estava de pé e a abençoou. Bendito seja, disse ele, o Senhor, Deus de Israel, que, pela sua própria boca falou a Davi, meu pai, e que, pela sua mão, realizou suas promessas” (Cr 6,3).
            Com o tempo, gahal veio a designar a comunidade santa de Israel. Ora a palavra gahal foi traduzida, no texto grego dos LXX, por ekklesía = convocação, palavra grega que em português deu Igreja. No Novo Testamento, ekklesía é o novo povo de Deus, a Igreja de Cristo (Mt 16,18; Mt 18,17), a assembléia daqueles que Deus chama ao seu Reino e à sua glória (1Ts 2,12).

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CONFIRA AS POSTAGENS MAIS VISITADAS (PROCURADAS) DO BLOG. VALE A PENA!

BLOGS PARCEIROS!