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A IGREJA DO PAI

A. POVO DE DEUS: A IGREJA DO PAI

INTRODUÇÃO

A Igreja é do PAI, porque querida por ele desde a eternidade. A Igreja é de Deus porque (1) foi preparada no mistério da eleição de Israel, povo eleito entre os povos, e porque (2) foi posta ser por meio das missões do Filho e do Espírito. É de Deus porque (3) o sentido de seu existir é de celebrar na história a Glória do Pai.
Em todos estes sentidos a Igreja é O POVO DE DEUS convocado pelo seu chamado, constituído por causa de sua aliança e destinado a ver o seu rosto (At 10,35). Mas Deus não quer salvar individualmente, sem nenhuma ligação entre eles, mas num povo (LG 9)(LG 2; AG 2).
Neste grande horizonte que se deve explicitar a relação da Igreja com a história humana do início até o fim (Ecclesia ab Abel), a relação da Igreja com Israel e a relação Igreja e os povos.

1. ECCLESIA AB ABEL

a. Cristo é a universalidade da salvação
Se Cristo é a salvação porque chegou tarde assim? Os primeiros cristãos sempre tiveram a consciência que sempre existiu uma vinha, que sempre a Igreja existiu no coração de Deus e assim sempre se citava Ef 1,3-6. E Agostinho sistematizou os dados. Ele parte do dado fundamental cristológico que é o caminho (10 14,6). E à origem de tudo está a teoria dos dois Adão: do primeiro herdamos o pecado e do segundo a graça. E a unicidade absoluta do mediador encontra fundamento na afirmação que os justos do AT foram membros do Cristo e por isto também Igreja. "Somos todos membros de Cristo e seu corpo;não só quantos estamos neste lugar, mas também todos os que estão espalhados sobre a terra; nem só aqueles deste tempo, mas também do justo Abel até o fim do mundo... cada um dos justos que passa por este mundo... tudo isto é o único corpo de Cristo... esta Igreja agora peregrina se acrescenta àquela celeste, onde temos como concidadãos os anjos" (Sermo 341,9,11: PL 39, 1499s)

b. Os tempos e a fé
Em antropologia Agostinho sempre acentua o caráter espiritual e pessoal da salvação. O que nos é exigido sempre é a adesão da liberdade, exercida na obediência da fé. A Fé é a substância da salvação porque por meio dela fazemos nossa a vida reconciliada de filhos em Jesus Cristo. Assim os primeiros justos foram justificados pela mesma fé. De fato os "sacramentos" podem mudar, mas a fé é a mesma.

Assim  os antigos acreditavam em Jesus que devia vir e nós no Cristo que veio e que voltará. Por isto na fé aberta ao mistério, nossos pais pertenceram ao Corpo de Cristo por meio daquela fé, rica de espera e de desejo, entraram em relação vital de salvação com o Cristo, único mediador. É também esta a tese presente em Hb 11,1s.8.10.13s.39s. É esta fé de espera a ser feita própria e recapitulada por aquele que é o autor e cumprimento (Hb 12,ls).

c. Ab Abel justo
O justo Abel fez a escolha incondicionada do Eterno vivendo assim a obediência da fé. Em Adão ao contrário as duas cidades se são misturadas e por isto não se pode assumir ele como ponto de referência. E por isto todos os justos do AT podem ser considerados como Abel, membros da Igreja.

Por Agostinho, Cristo é o centro não tanto cronológico, quanto escatológico do tempo em relação do qual cada passado é ao mesmo tempo passado recuperado e redimido: próprio porque no encontro com o ressuscitado há somente lugar pelo “hoje” de Deus, a hora da graça que muda qualitativamente o coração e a vida e dá sentido e valor a tudo o que foi e será. Entre o tempo passado e o hoje da graça existe a hora de conversão; entre o presente da fé e o futuro do Reino existe a vigilante espera da esperança que qualifica cada instante da vida abrindo-o ao futuro prometido no Ressuscitado; entre a fé o Reino prometido e esperado há a continuidade da caridade,  antecipação da eternidade.

Assim Agostinho é contra a teoria do eterno retorno, excluindo o novo. Ao círculo pagão ele não constitui a linha reta de um progresso sem fim, mas a CRUZ do ressuscitado, que posta na história. a rompe em duas provocando os homens á decisão da fé. Assim o que está ao centro da história não é o progresso do homem verso um futuro ideal, mas o seu peregrinar na fé verso a visão, engajado a decidir-se continuamente por Cristo no Único ato que dá sentido e beleza à vida. Assim a Igreja é o povo de Deus escatológico, chamado a viver e propor em cada estação a escolha decisiva que qualifica a existência e a história. Entre vanitas e a veritas está a decisão do homem e que determina sua pertença à civitas terrena ou à civitas Deis, tanto  antes que depois de Cristo.

A páscoa revela ao mesmo tempo a Trindade e a Igreja: a Igreja da Trindade e na Trindade; a Trindade como fonte, seio e pátria do mundo, que o povo de Deus é chamado a servir e a recapitular na fé em Cristo. E é na resposta da fé que se entende o sentido antropológico do mistério da Ecclesia ab Abel, a possibilidade de cada criatura humana de destinar-se livremente à aliança com o Deus vivente.

FIQUEM NA PAZ DE DEUS!
SEMINARISTA SEVERINO DA SILVA.

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